Pages

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Eu entro nesse barco...

"Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também! Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir. Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena. Que por você vale a pena. Que por nós vale a pena. Remar. Re-amar. Amar." 
 
Do Caio Fernando Abreu!
Beijos, Marcela Lopes.

Saudade.

Olha, eu pensei que estando com alguém eu ia me esvaziar dele. Resolvi tentar. Eu tô no caminho certo, seu sei que sim. Eu me sinto tão bem, tão aliviada.
Esse fim de semana conheci alguém, fiquei "feliz", ou melhor, empolgada. Por momentos eu me senti livre, vazia. Mais aí lembrei no meio de uma conversa, de um sorriso, como era bom estar com você, ali.
Outro dia alguém disse que gosta de mim. Bacana! Alguém gosta de mim. O mais esquisito nem é alguém gostando de mim, o mais estranho é que eu também acho que gosto dele. Eu consigo me animar com isso, mais gostar ou animar com alguém ou com alguma coisa, me lembra ele. Ai isso tudo some de uma só vez.
Achei que depois do NÃO, do PRA SEMPRE, passaria. Mais nunca passa, é INCRIVEL! Eu nunca levo nada, ninguém até o final, eu sempre lembro de você, você sempre me "atrapalha".
Eu sei, as vezes te tratar como um qualquer, mas é esse "as vezes" que me desgata, que nunca me deixa esquecer tudo, colocar um ponto final e continuar sendo a mesma de sempre.
É, eu gosto de você, gosto de todas as formas, jeitos, olhares, sorrisos e maneiras possives! Acredito que um dia eu ainda vou estar com você, vou sentir o friozinho na barriga, o medo da despedida outra vez.
Eu amo a sua frieza, o jeito como você domina a situação. É por isso que eu te deixo em paz. Deixo você se virar sozinho. Deixo com que outra consiga sentir e surportar tudo o que eu vivi com você! E pra mim, o poder das palavras é o que vale: eu quero, eu CONSIGO!
 
À autora.
Beijos, Marcela Lopes.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Survive.


Queria conseguir contar nossa história aqui, de uma forma que todos entendessem a profundidade de tudo, de uma forma que pudessem ver o quão intenso foi nosso caso. Mas não consigo, parece que cada vez que penso em você tudo que passamos some e bem aos poucos vem voltando, mesmo não querendo. As vezes não consigo me lembrar, outras vezes tudo me vem tão rápido que fica difícil assimilar. Você sempre me confundiu, mas não posso acreditar, não consigo entender porque isso ainda acontece. Faz tempo que não nos falamos, sabemos que não há rancor, não temos mais pendências, ou temos? Meu medo é ter que me explicar novamente, me humilhar novamente, ou pior ter que me entregar novamente a você para que tudo enfim, acabe. Será preciso mais um erro meu? Mais uma frase feita sem graça vinda de sua boca para que, por fim, tudo se resolva?

Eu amo alguém, amo de verdade. Acho que isso é verdadeiramente amor. Mas é tão diferente, você, ele, eu. Tudo tão oposto, e complementar. Confuso. Minhas amigas falam que eu aprendi a amar, que isso é diferente, porque não tem a emoção da conquista, não tem toda aquela luta, a incerteza, nem aquele não saber se é correspondida, aquele flertar e jogar charme, é não teve. Com você sim, e posso dizer, foi inesquecível... Agora que toquei no assunto, consigo me lembrar, nosso primeiro beijo, foi assim. Numa noite de chuva como hoje, numa madrugada quente como esta, você parecia ter dois metros ao meu lado, e não saibamos por onde começar. Você me abraçou, meio que sem graça, acho que eu já sabia o que era aquilo, eu não queria acreditar. Sua mão molhado encostou no meu braço, estava gelada... e grade. Pensei ainda ter alguma saída, mas não sabia se deveria. Agora eu sei que sim. Não me lembro bem o que conversávamos, mas você com certeza se lembra, você não esquece nada. Seu cabelo estava horrível, e estava de chinelo, mas estava lindo. Sua blusa era a polo amarela, da fábrica da sua tia, impossível esquecer, quantos anos tem aquela camisa? A bermuda fez com que seus pelos da perna ficassem grudados, e você ficava a encostando na minha... Tivemos que correr para debaixo da marquize, eram duas da manhã, quem ligaria? Ficamos ali, vendo a chuva, olhando um para o outro, sem ter alguma assunto que acabasse com aquele constrangimento, na verdade teve. Acho que teve assunto até demais, ainda tem... Porque? Mas o melhor não foi a chuva, nem seu chinelo ou sua barba mal feita, o melhor foi a surpresa, o tão esperado e inesperado primeiro passo. Sempre gostei disso, das suas atitudes. E também da sua maturidade, de seu jeito nervoso de me pegar como que se me quisesse só pra você. E eu era. Apesar de você nunca ter acreditado, eu era só sua. Não pensei em outra pessoa em um momento se quer que estive com você, por mais que você insistisse em me lembrar... Não durou muito tempo, mas pareceu. Ainda parece. Na verdade foi ontem ou à uns 5 anos atrás. Agora me lembro de tudo, cada detalhe, cada um.
Me lembro de quando me puxou pelo braço no carnaval e me disse: "Só se você me der um beijo!". Foi lindo, foi excitante, do tipo que me arrepia toda só de lembrar... Você realmente queria aquilo, foi extremamente emocionante, quando te olhei nos olhos e me vi refletida naquele brilho. Era a gente, junto mais uma vez. Minha ultima chance, é. Perdida.
Não ligo, agora parece que ainda temos pendências a serem resolvidas e se resolverão, com o tempo, com o verão. É, ele tem esse poder. Pena que só dure o tempo necessário, para se tornar, mais uma vez inesquecível.

Beijos, Marcela Lopes

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Outra vez.

Faz tanto tempo que não escrevo nada. Já disse uma vez que a felicidade tem me ocupado tanto, que não me sobra tempo. Mas acontece que agora me bate uma insegurança e, sempre foi a insegurança que me inspirou a escrever.

Pessoas me ainda perguntam se ainda sinto algo por você, e aqueles que têm a certeza de que sinto algo, sempre me perguntam o que eu sinto. A todos respondo a mesma coisa, arrependimento. Eles concordam, falam que não valeu a pena, elogiam o meu amadurecimento, mas não, eles não entendem. Não é de você que me arrependo.
Me perguntaram hoje no formspring.me se alguma vez já fizeram acontecer e eu não fiz valer a pena. Só então percebi, essas são as palavras certas. Você fez tudo acontecer, você me beijou, você começou com tudo isso, deu o primeiro passo, e eu de besta, não tive a sabedoria, mais do que isso, a calma de fazer tudo valer a pena. Se me falam mal de você, eu sempre digo, quem errou fui eu.
Mas esses dias as perguntas mudaram, não se interessam mais se eu sinto ou não sinto, se interessam em saber se vou repetir. Difícil responder essa, porque nem eu mesma sei. Sei que prometi, para alguém e para mim mesma que não iria, mas e a vontade? Sempre resisti a tudo, menos a tentações. É por isso que ando fugindo, mentindo, viajando. É por isso que não te atendo, não te respondo. Tenho medo... Não medo de não dar conta e sim de querer.
Confesso, eu tenho medo é porque quero mesmo. Quero repetir, de um jeito diferente, nossa história. Arrancar cada página, como se fosse um rascunho e agora passar a limpo. É isso! O pior é que você aceita, já me demonstrou isso. E agora?
A escolha está em minhas mãos, é isso? Eu escolho se devo errar, se devo tentar, fugir, ou sei lá, esperar. Odeio tomar decisões, além do mais quando estas afetam muitos à meu redor. Porque algo que era tão difícil para mim, agora está tão fácil mas cheio de efeitos colaterais?
Como diz Caio F. Abreu: "Ah, como não sei responder às minhas próprias perguntas!".
Se der pra fazer diferente, acho que farei. Mas se eu tiver a certeza de que será tudo igual, de que não sou capaz de acertar com você desta vez, juro que nem vou tentar. Não vou nos confundir, e bagunçar nossa vida novamente. Tudo está tão calmo por aqui, por ai também. Talvez esse seja o verdadeiro problema, a falta de problemas!


Beijos, Marcela Lopes.

Que seja doce...


“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.”
Caio F.