Ai que saudade... Saudade dos outros tempos, da outra vida, da boa vida. Saudade das paixões avassaladoras, dos erros irreparáveis e do desespero doentio de ser, sei lá, de ser a gente sem ter medo. Saudade daquele sentimento de "sou foda", do não medo de sentir... Saudade de quando eu achava que todo mundo era criança mesmo sem saber que a criança sempre vou ser eu. Saudade de ser criança! Que falta faz agora o sentir falta de tudo, o não saber onde se quer chegar e por isso só... Deixar levar. Saudade de não saber se seria bom ou ruim, saudade de ter medo de tentar... Vontade de ter apenas uma vez, dormido com vontade ao invés de me arrepender depois. Saudade imensa de não sentir saudade de nada, mas sim pressa de ver o tempo passar, não para chegar ao fim do ano, não para passar no vestibular e sim para estar aqui, agora, talvez não assim.
Tenho sido feliz, tenho sido... Andei só, mas só a gente vai morrer, não é mesmo? Talvez o maior arrependimento da minha vida seja apenas de não ter estado só quando precisei, quando precisamos... Aaaaai que saudade das minhas amigas mais antigas, da criança cuidando de outra criança bêbada, sempre odiei isso. Falando assim me deu saudades dos amores, não de amooooores amooooores, mas se amores, me entende? Das paixonites agudas e das dores insuperáveis... Dos melhores beijos da minha vida! Saudades das antigas playlists cheias de não clássicos que me faziam sempre pensar... Ai, como é bom ser adoloscente e não saber o que é pensar. Saudade de chorar e sorrir ao ver um amor acabar, se esvair. Saudade de ver novela e imaginar como seria se fosse comigo.
Vontade de pegar alguém e encher de beijos, de beijinhos e sei lá, isso seria como antigamente... Saudade de ser confiante, em mim, em todos, só porque é bom não temer. Saudade de imaginar que você era Sparrow e eu Elizabeth, a gente sabe como essa história acaba. Saudade de ver as pessoas que eu conheço na rua e olhar para baixo como se fosse miope, como eu sou. Ai que saudade da Amália, Amelie, ou sei lá mais quem nos Mulins Rouges da vida.
Saudade de ter todo o tempo do mundo para escrever, sem precisar pensar o que fazer depois...
Marcela Lopes
Nenhum comentário:
Postar um comentário