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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Você gosta das coisas que eu falo, e eu gosto de dize-las a você.

Estou feliz. Eu gritei, você me ouviu. Te pedi desculpas, você aceitou. Mesmo com tanto medo, eu consegui. Criei coragem, fui capaz de esquecer o orgulho, passar por cima, me rebaixei. Mas funcionou, você voltou, mais alegre do que nunca, com mais tempo, mais confiança. E o melhor, você não conseguiu esconder os ciúmes, que sempre alegou não sentir, não conseguiu fingir que não sentiu saudades. - "Parece que vocês dão certo, como estava o fim de semana?" A sua curiosidade me alegrou de um jeito, como você sempre faz, você sempre me cura. - Eu voltei, não por você, nem por nós, mas por mim, para você me fazer feliz outra vez, do mesmo jeito, amizade. E que amizade!
Não vou mais me calar, agora que sei que você quer me ouvir. Não vou mais me esconder, agora que sei que você não me procuraria. Você me quer aqui, não quer que eu mude, não quer que eu saia, porque tem medo de não ter coragem de ir atrás. E eu vou ficar, como sempre estive, fiel a nossa amizade, como num primeiro dia de casamento. E você também, percebi com isso tudo, que você vai me esperar. Que apesar de eu não ter paciência para esperar que você se livre da sua confusão, você teve, esperou eu voltar, sabia que eu voltaria, como sempre volto depois de errar. Com a mesma cara, te tratando com o mesmo luxo, ou até mais.
Eu pensei que a distância não pudesse nos separar, e é verdade, não pode. Apesar não estarmos iguais, de não nos falarmos tanto, não nos vermos e nos sentirmos como era antes, a gente está junto e eu tenho que entender. Eu entendi. Descobri de uma vez por todas o grande problema da distância. Se eu não estou ai pra te fazer companhia, é justo que você se sinta só e procure outra pessoa. Se eu não estou ai para me divertir com você, é justo que você saia, se divirta, beije, beba, fume, com outras pessoas. Eu te abandonei e mesmo assim quis te manter preso a mim, quis te obrigar a não mudar. Mas eu mudei, eu tive que parar de ser sua, para perceber que você será para sempre meu. Você sempre me ensina as coisas de uma maneira que eu entendo, e dessa vez uma frase que não parecia nada, que pra você foi só mais uma das tantas que você pega na internet e decora, me fez perceber tanta coisa. Um simples: "Entre tantas coisas que tenho pra dizer, escolhi não dizer nada!", me fez mudar meu pensamento. Você não teve reclamações, não fez pedidos, nem colocou condições. Você me aceitou sem pedir exigir mudanças, se calou, só me ouviu.
Se antes eu tinha medo da nossa amizade, agora eu sei, nascemos para isso. Não para estar juntos a todo momento, mas sim para estar ao lado do outro nos momentos que precisarmos, quando ninguém mais puder ou quiser nos fazer companhia. Quando você brigar com sua namorada, estarei ali. Quando eu brigar com a minha família, você estará aqui. Quando estiver se sentido sozinho, sem animo, desarmado, eu estarei aqui para de levantar. Você é meu guia, e mesmo que não queira ser guiado por mim, eu estarei te observando, de longe, qualquer tropeço, eu corro e te seguro antes de você cair.

Marcela Lopes

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