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terça-feira, 20 de julho de 2010

ENTRE O SAGRADO E O PROFANO


Ela sempre fora vítima do 
fardo das mulheres diferentes: ela pensava! 
Criticava os rótulos arcaicos das 
mulheres escolhidas, das caladas e subservientes de seus maridos! 
Nunca imaginara presa por 
alguém ou alguma coisa que tirasse - lhe o sopro e o sabor do vento: era livre. 
Cresceu com o estigma 
feminino de casar, procriar e cuidar da prole, mesmo que não há tivesse escolhido. 
O marido, provedor e senhor, seria a única opção de exercer seu desejo. 
Seu gozo só seria permitido 
pelo branco do vestido e pela argola que prenderia seus dedos: ah, sinais!! 
Não se via assim. Não era 
assim. Não seria ela! 
Nascera para profanar as tradições
 e clichês de um comportamento engessado e morto. 
Era seguidora de Peter 
Drucker: "Existe o risco que você 
não pode jamais correr e existe o risco que você não pode deixar de correr.” 
Já havia escolhido seu 
destino. O homem que escolhera para si seria escravo, objeto e amante. Mesmo 
que isso lhe obrigasse o uso do disfarce daquelas que o usam para negar quem
são de verdade: mulheres, amantes e donas de sua sorte e fantasias! 
Dominara o homem que pedira 
para ser dominado. Ele também não viveria sem ela: seus corpos se pediam e suas almas aceitavam! 
Como hostilizar o que viviam?  O que fora profano se transformara em sagrado. O que era proibido, desvelara - 
se para eles. O que um queria, o outro implorava. Sucumbiram em um desejo 
único: morrer de amor. E viveram para isso! 
Corpo e alma.
 Certo e errado. Luz e sombra. Deus e diabo. Sagrado e profano.

Texto transcrito do orkut do tão estimado 
Glaucus Lemos...

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