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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tempero antigo.

Escute-me. Quero que quando eu passar pela nossa pracinha, você esteja lá, quero que finja que não estava me esperando e sutilmente sorria, venha me cumprimentar como que por educação e finja que não sabe o quanto eu te quero. Converse um pouco comigo e quando eu for começar a contar como vai minha vida me beije, me beije como se nunca tivesse me desejado antes, como se não soubesse que espero ansiosamente por isso. Meu coração irá bater forte, e um frio me subirá pela espinha. No começo me fingirei de surpresa, tudo para manter a aparência de menina centrada mas não quero hora nenhuma parar de te beijar. Para te mostrar que gostei, colocarei minha mãe na sua nuca, quero sentir seu cabelo preto e macio passando entre os meus dedos e sua mão forte com suas unhas roídas apertando delicadamente minha cintura. Continue me apertando, assim verei que sente o mesmo que sinto. Deslize sua mão para baixo enquanto com a outra, deliciosamente agarra meus cabelos lisos pela nuca. Pegue com tesão na minha bunda e me aperte contra você para que eu te sinta, agora eu sou sua e nada me fará parar. Me encoste no muro que por tantas vezes foi nosso, apoie sua mão nele, bem do lado do meu rosto e só assim pare de me beijar. Aproveite, olhe fundo nos meus olhos e solte aquele risadinha de quem diz: "O que a gente está fazendo?! Quero mais!". E não se segure, comece a me beijar de novo e vá se arrastando para trás até que encoste em um lugar que possa se apoiar, naquele murinho baixo você escora e me coloca entre suas pernas para que eu possa te sentir. E eu, sem pensar duas vezes e sem você precisar dizer uma palavra ponho-me a te tocar, ora por estar possuída por sentimento vulgar, ora por sentir-me no dever de te dar prazer. Você disfarça, mas não consegue aguentar e geme, e eu me arrepio. Não sabe o quanto fico excitada em te ouvir gemendo... Olho para os lados, ninguém nos vê, sinto uma vontade inexorável de te levar pra minha casa, resisto porque sei que a fissura pode acabar no meio do caminho. Você não acredita no que estou fazendo, você nunca imaginou que eu seria assim e sorri desavergonhado, um sem vergonha inexplicavelmente gostoso. Estou perdida,  não sei o que estou fazendo, e não quero parar de fazer, com medo do que irei fazer quando acabar. Não quero que acabe, nunca...


Marcela Lopes

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