Apesar de alguns textos conterem relatos reais, em geral eles não têm nenhum compromisso com a verdade. São crônicas, diálogos, contos, desabafos que, verídicos ou não, se transformam em uma biografia online e em capítulos desta que vos escreve, Marcela Lopes.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
O MUNDO É UM MOINHO - Cartola
Ainda é cedo, amor, mal começaste a conhecer a vida, já anuncias a hora de partida, sem saber mesmo o rumo que irás tomar. Preste atenção, querida! Embora eu saiba que estás resolvida, em cada esquina cai um pouco a tua vida, em pouco tempo não serás mais o que és. Ouça-me bem, amor, preste atenção, o mundo é um moinho; vai triturar teus sonhos, tão mesquinho. Vai reduzir as ilusões a pó... Preste atenção, querida. De cada amor tu herdarás só o cinismo, quando notares estás à beira do abismo. Abismo que cavaste com os teus pés.
Someone like you.
Hoje não consegui dormir, fiquei pensando como muitas vezes já fiz antes de criar coragem e escrever alguma coisa.
É fim de ano, sempre assim, a gente fica melancólico... Pensamos as mesmas coisas: o que fiz, o que vou fazer, o que deveria ter feito e não fiz. Vi na TV hoje que esse é um dos motivos de um maior índice de mortes relacionadas a doenças do coração nesta época. Isso e a comilança. Mas o fato é que hoje estive focada no passado, neste ano que esta acabando e em todos os outros anos que ja se foram.
Estou aqui, deitada ao lado da pessoa que mais amo neste mundo e não consigo simplesmente fechar os olhos e dormir. Me sinto casada. Não na igreja, nem no civil, muito menos juntei os trapinhos, simplesmente me sinto presa a ele de uma forma que nunca me senti antes. Não tenho mais a tão sonhada liberdade que esperei tanto para conseguir, mas o pior é que não ligo. Estou presa porque quero. Estou aqui a dias e não quero ir embora. Já escutei Adele 17 vezes só hoje, e por mais que eu tente não consigo imaginar alguém como ele. Talvez este seja o motivo de eu não conseguir dormir e estar aqui pensando nos meus relacionamentos passados. Estou tentando achar uma resposta, uma explicaçaozinha que seja para a pergunta que um ex meu me fez a uns dias atras.
A tanto tempo eu não o via, e que não conversava com ele faziam o que? Anos. Ele emagreceu e cresceu, mas acho que isso também deve ter acontecido comigo. Eu namorei outros depois de ter sofrido anos por ele, mas parece que foi ontem. Eu não devia ter aberto a ele a oportunidade de me perguntar algo, mas abri. Ele se virou para mim e disse: Me desculpa, mas eu preciso te perguntar uma coisa, agora que você terminou com seu ex namorado acho que posso perguntar: Porque fez isso? Porque namorou com ele? O que tinha na cabeça?
Porque eu não consegui dar uma resposta descente? Porque eu não soube explicar o porque de ter ficado tanto tempo em um relacionamento que nada me adicionava? A unica coisa que me veio na cabeça e que não sei como o contentou como resposta foi: Ele não usava drogas quando namorava comigo. Eu deveria ter citado alguma qualidade, sei lá, só não devia ter justificado com um defeito, ainda mais um defeito "adquirido" depois que a gente ja tinha terminado. Que merda de explicação é essa? Eu não tenho nada na cabeça mesmo. Mas o pior é que é a verdade. Por mais que eu queira não consigo entender o que tinha na cabeça. E vendo meu namorado ao meu lado fica pior ainda, é tudo tão diferente, e melhor. Me fez crescer, me fez bem enquanto fez, não posso negar e agora se me serve de algo é como lição.
Minha mãe sempre me disse que não podemos nos desviar do caminho para onde desejamos chegar. Tive sorte, não encontrei um retorno e sim um atalho para os meus sonhos. Isso me fez lembrar de outra pergunta que esse ex me fez no mesmo dia: Você ama seu namorado? Se eu amo? Eu jamais encontrarei alguém como ele.
Boa noite, Marcela Lopes.
terça-feira, 4 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços o que eu nunca esqueci. Você foi dos amores que eu tive o mais complicado e o mais simples pra mim. Você foi o melhor dos meus erros, a mais estranha história que alguém já escreveu. E é por essas e outras que a minha saudade faz lembrar de tudo outra vez. Você foi a mentira sincera, brincadeira mais séria que me aconteceu. Você foi o caso mais antigo, o amor mais amigo que me apareceu. Das lembranças que eu trago na vida você é a saudade que eu gosto de ter. Só assim sinto você bem perto de mim outra vez. Esqueci de tentar te esquecer, resolvi te querer por querer. Decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade sem nada perder. Você foi toda a felicidade. Você foi a maldade que só me fez bem. Você foi o melhor dos meus planos e o pior dos enganos que eu pude fazer. Das lembranças que eu trago na vida você é a saudade que eu gosto de ter. Só assim sinto você bem perto de mim outra vez. Roberto Carlos
::: Eu preciso saber ::: Tati Bernardi
A recaída de amor acontece como num daqueles pesadelos que se está caindo. De repente você acorda sentado na cama: Meu Deus, eu preciso saber! Mas se eu já estava tão bem há semanas. Volte a dormir, volte a dormir. Você já tinha decidido lembra? Nada a ver com você, chato, bobo, não deu certo. Mas eu preciso saber. Não, não precisa. Pra quê? Vai te machucar. Não! Eu preciso saber. Então levanto da cama. Facebook, a desgraça em formato de parquinho virtual. Nome dele, aparece a foto azulada e ele de perfil. É tão bonito. Mas não há mais nada que eu possa ver. Nos deletamos mutuamente pra evitar justamente esse tipo de inspecão noturna.Mas isso não vai ficar assim. Ligo pra nossa amiga em comum. Ela não atende, afinal, são duas da manhã. Mando mensagem "me manda sua senha do Facebook agora ou vou ficar te ligando até amanhã cedo". Ela manda a senha e um palavrão. Acesso. Vamos ver. Eu preciso saber. Eu preciso. Então vejo que ele não posta nada há cinco semanas. Fotos, fotos. A única foto nova é o flyer de uma festa que eu fui e ele não estava. Nada.Jogo o nome dele no Google. Aparece uma foto dele alcoolizado dando entrevista em uma festa de mídia. Como é lindo. Tento o Twitter mas ele só escreve piada de político. Tento o Facebook, Twitter e blogs de amigos. Está ficando tarde. Se eu tivesse essa mesma concentração e minuciosidade e empenho e energia para o trabalho estaria rica. Estou retesadamente motivada e atenta. Mas não consegui nenhuma informação e eu ainda preciso saber.São seis da manhã. Estou cansada. Coloco a música de quando você forçou a porta do quarto e entrou. Black Swan. Não sou boa de inglês como você, mas sei que é a história de algo que já começou fodido porque cresceu demais antes da hora, você que pegue um trem e suma daqui. Que bela música pra começar. Ok, agora estou chorando. Lembrei que eu me sentia tão viva com você me olhando bem sério e bem no fundo dos olhos e machucando meu braço. Sim, é definitivamente uma recaída e eu acabo de decidir que te amo mais que tudo no universo e que amanhã, ou hoje, porque já são sete e meia da manhã, vou resolver isso. Agora preciso dormir só um pouquinho.Volto pra cama. Coração disparado. Não tem posição na cama. O que eu faço? Não tô a fim de ler, não tô a fim de ver TV. Aquelas outras coisas que se faz pra acalmar tô com preguiça agora, minha imaginação está indo toda para traçar um plano para que eu descubra. Descubra o quê? Não sei, mas sei que algo está acontecendo, ou eu não estaria assim. Porque eu sinto quando ele está com alguém, sabe? Eu sinto. Sim! A cartomante!Ligo pra Zuleide. Você atende hoje? Mas é domingo, Tati! Atende? Só se for por telefone. Tá bom, então joga aí: ele está com alguém? Mas Tati, você quer mesmo saber isso? Quero, mulher. Eu preciso saber. Joga aí: ele está com alguma puta? Tati, eu não posso perguntar isso pras cartas. Pergunta aí: ele tá com alguma piranhuda desgraçada vagabunda vaca dos infernos? Zuleide pede desculpas e desliga. Preciso do Lexapro mas ele acabou há semanas, igual meu amor. E agora, de repente, preciso tanto dos dois novamente.Você acha que ele está com alguém? Não sei, Tati, eu ainda tô dormindo, posso te ligar mais tarde? Você acha que ele está com alguém? E se estiver, Tati, quer ir ao cinema mais tarde? Você acha que ele está com alguém? Putz, sei lá, homem sempre tá comendo alguém né? Você acha que ele está com alguém? Tati, do jeito que ele gostava de você? Claro que não!Chega, chega. Preciso me acalmar. Pra que isso? Se ele estiver com alguém agora, e daí? Terminamos não terminamos? Ele e eu não temos nada a ver, certo? Decidimos que era melhor assim, certo? Eu não tava bem com ele e nem ele comigo, certo? Porque era bom e tal. Aliás, meu Deus, como era bom. Mas não era bom pra ficar junto, certo? Então pronto. Chega. Adulta, adulta. Qual o problema se ele estiver agora, justamente agora, lambendo a virilhazinha de alguma desgraçada? Qual o problema? Ok, eu posso morrer. Eu definitivamente posso morrer. Chega, vou acabar com essa palhaçada agora mesmo.Tomo banho, me visto, pego a bolsa, entro no carro. Considerando que ele não mora em São Paulo, não sei exatamente o que eu pretendo com isso. Mas me faz bem enganar o cérebro e fazer de conta que estou indo atrás da verdade. Na verdade vou só na casa de outro, preciso fazer qualquer coisa que não seja sofrer, mas não consigo. O outro não conhece Black Swan, não ri da história da Zuleide, não me aperta o braço.Volto pra casa, destruída. Sinto tanto amor dentro de mim que posso explodir e bolhas de corações vermelhas atingiriam o Japão. Quase não consigo respirar. Chega, chega. Ligo pra ele. Ele não atende. Ligo de novo. Ele atende falando baixinho. Você está com alguém? Estou. Desligamos. Pronto, agora eu já sei.Depois de um final de semana inteiro de palpitacões, descargas de adrenalina, músicas, textos, amigos, danças, gritos, sensações, assuntos, choros, dores, vida. Agora eu já sei.
O que eu nunca vou saber é porque faço tudo isso comigo só porque tenho tanto pavor do tédio. Era só isso o que eu precisava saber.
UM BRINDE AO ACASO - Rodrigo Tavares
Um brinde ao que deu certo, ao que não deu em nada. Um brinde ao caminho incerto, à pessoa errada.
Um brinde à tudo que acontece, um brinde ao que nunca vai acontecer. Tudo que mudou, e a tudo que nunca vai mudar.
Um brinde à Uruguaiana, Porto Alegre, Cambé.
Um brinde à quem mudou, e à quem nunca vai mudar.
Um brinde à quem foi e não pode ficar;
Um brinde à quem veio e resolveu voltar;
Um brinde à quem quer e não pode ter;
Um brinde à quem tem e quer esquecer.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Amor de Um Ano e Tal (Ben Roots)
Então bateu a porta e deu as costas, saiu triunfal
Como se dali adiante amar não me faria mal
Ele entrou no carro,bateu a porta e falou ponto final
Como se ali no asfalto morresse o amor de um ano e tal
E pensa no futuro como se fosse fácil esquecer alguém
Que ainda te faz sonhar, que ainda te faz tão bem
E sabe que corre em seu sangue algo que vai além
Que ainda te faz sonhar, te faz tão bem
Que vai além das brigas,que mata sua sede
Cura suas feridas que mora nos seus planos
Que vive nas suas vidas
E ultrapassa sem nem querer saber quantas portas são batidas
será que depois de tantas ainda são sabidas
E o que existe agora, o que sente ainda é forte e latente
Triunfal, o orgulho bate, tristeza te domina carente (2x)
Então que siga o tempo, senhor de tudo, senhor dos loucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Quem sabe a própria vida vai te abrir os olhos aos poucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Dos poucos que sobraram ele é a lenda viva, um mundano
Dos amores que passaram é lembrada até a saliva, enganos
E segue com sua diva, mulher linda e responsa,
Amor que é verdadeiro, carnal e surreal
Amor pra mais de ano, amor de um ano e tal
Então que siga o tempo, senhor de tudo, senhor dos loucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Quem sabe a própria vida vai te abrir os olhos aos poucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos rouco
Como se dali adiante amar não me faria mal
Ele entrou no carro,bateu a porta e falou ponto final
Como se ali no asfalto morresse o amor de um ano e tal
E pensa no futuro como se fosse fácil esquecer alguém
Que ainda te faz sonhar, que ainda te faz tão bem
E sabe que corre em seu sangue algo que vai além
Que ainda te faz sonhar, te faz tão bem
Que vai além das brigas,que mata sua sede
Cura suas feridas que mora nos seus planos
Que vive nas suas vidas
E ultrapassa sem nem querer saber quantas portas são batidas
será que depois de tantas ainda são sabidas
E o que existe agora, o que sente ainda é forte e latente
Triunfal, o orgulho bate, tristeza te domina carente (2x)
Então que siga o tempo, senhor de tudo, senhor dos loucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Quem sabe a própria vida vai te abrir os olhos aos poucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Dos poucos que sobraram ele é a lenda viva, um mundano
Dos amores que passaram é lembrada até a saliva, enganos
E segue com sua diva, mulher linda e responsa,
Amor que é verdadeiro, carnal e surreal
Amor pra mais de ano, amor de um ano e tal
Então que siga o tempo, senhor de tudo, senhor dos loucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos roucos
Quem sabe a própria vida vai te abrir os olhos aos poucos
Pois longe da sua luz seus versos são gritos mudos, são gritos rouco
sábado, 10 de setembro de 2011
O estivador amendoado - Tati Bernardi
Volto com o pescoço alongado de tanto perseguir com queixos altivos a sua beleza. Um nem aí escravo. O estivador amendoado não é seguro mesmo dentro de tanta enlouquecedora beleza. Enquanto ele se move de um canto a outro da festa, como dezoito sobremesas de chocolate para não ajoelhar no meio do evento, na frente de todos, e abrir o zíper do estivador amendoado. Sinto espasmos de ataque percorrendo meu corpo. Cada centímetro de mim quer ter boca para degustar cada centímetro do estivador amendoado. Seu braço é uma coxa minha e isso me emociona mais do que cem garotos angelicais lendo Dostoievski em puro russo. Medi com uma língua imaginária seus ombros e na metade, próximo a nuca, acabava a minha saliva. Você é homem de exaurir pessoas e suas imensas porcentagens de água. Sua existência exige do mundo melhores peles, melhores líquidos, melhores pelos. Você constrange a humanidade só de respirar. O oxigênio volta mais agradecido sempre que pode entrar e sair do seu largo e desenhado peitoral. Mas o estivador amendoado, ainda mais bonito por não saber de tamanho poder, fica frágil e sente ataques de ansiedade. E desaparece. Vai tomar ar como se o ar já não estivesse louquinho de desejo para ser tomado por ele. Acha que é doença mas é a lua que implora para vê-lo novamente. É o céu que cansado de embrulhar tanta gente feia clama por sua existência ao ar livre. É o sol que exaurido de iluminar os erros humanos precisa ser ofuscado um pouco por outro astro. Sim, nada é mais brega do que observar o estivador pensando tantos elogios de botequim. Estivador vai até a sacada, fecha os olhos, lamenta algo. Não lamente mais, eu dedicaria cada segundo da minha vida em vesti-lo, alimentá-lo e animá-lo. Sente-se nu em meu sofá e ganhe cinqüenta reais a cada vez que seus olhos amendoados piscarem. Mais cem reais a cada vez que seus cabelos amendoados caírem sobre seus cílios amendoados. Eu não sei que cor é essa "amendoada" mas sei que você é todo dessa cor que não sei direito. A cor de um dia frio com sol. A cor de uma noite com luzes quentes. Eu pagaria imposto a Deus pra ter você em minha casa, eu pagaria imposto ao diabo pra não ter você em minha casa por alguns dias só para me assustar dessa forma, depois, quando você surgisse de novo do alto da escada, perguntando se vou querer pipoca ou chocolate. Você me assusta como deve ser a alguém miserável encontrar um carro forte abandonado. Estivador amendoado, você arrancou as talas dos meus braços, sua beleza endureceu meus dedos. A ereção dos dedos que precisam te tocar então tocam as letras e formam um texto para usufruir você. Escrevo pra ver se gozo de alguma forma e volto a dormir. Você me dá ânsias em lugares que não tenho. Você sorri com sua cara séria e nunca sei se você está se divertindo ou odiando tudo. E então começo a fabricar sêmens dentro do meu coração. E então meus buracos se transformam em lanças para te furar inteiro. Fico tão fêmea que nem pareço mais com uma mulher. E então sinto dores inchadas em minhas bolas quando você parte mais uma vez, sem que eu pudesse lamber suas axilas e morder sua virilha e chupar seus dedos. Eu desejo trepar com pedaços seus que não são só feitos de orifícios, línguas e paus. Eu desejo trepar com seu nariz, colovelos, calcanhares e com os ossos salientes da sua bacia quadrada. Bacia quadrada, rosto quadrado. Você num quadro, milhões de euros, eu a pagar com gosto e sem pressa o preço mais caro do mundo. Mas em centavos, para que nunca termine a imensa oferta da sua beleza.
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
A coisa mais linda do mundo.
São 9h da manhã, mas tô acordada desdas 8h te olhando dormir. Que coisa mais linda! Te vendo sonhando... Carinha de criança. A coisa mais linda do mundo é quando você, com frio, me puxa o cobertor.
Quando você acorda, me olha, me beija. Que coisa linda é você pelado, suado, ofegante. Você é lindo quando faz amor!
Levanta, vai tomar um banho. Lindo, cheio de espuma e com cara de safado. A coisa mais linda do mundo é te olhar pelo espelho embaçado e te ver de olhos fechados de baixo da ducha quente. Você de toalha é perfeito, com essa barriga e esse trapézio definido. Que delícia é te cheirar agora.
Que lindo de você empolgado, querendo me ensinar coisas que eu já sabia, mas que finjo não saber só pra você ficar se achando inteligente. Coisa linda de você estudando, planejando, alguém tem que garantir o leitinho dos nossos futuros nenéns! Bom demais saber que você merece e que apesar de eu não merecer estamos juntos.
A coisa mais linda desse mundo inteiro eu não sei de onde surgiu, nem como conquistei. Não sei se vai durar ou não, só sei que eu tenho a coisa mais linda do mundo. MEU AMOR POR VOCÊ.
Quando a gente se apaixona fica idiota, né? Marcela Lopes.
MESMO QUE MUDE (Bidê ou Balde)
Vai gostar de coisas que ele nunca imaginou
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora
Vai ficar feliz de ver que ele também mudou
Pelo jeito não descarta uma nova paixão
Mas espera que ele ligue a qualquer hora
Só pra conversar
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
E perguntar se é tarde pra ligar
Dizer que pensou nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
Com ela aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
Ele vai mudar,
Escolher um jeito novo de dizer "alô"
Vai ter medo de que um dia ela vá mudar
Que aprenda a esquecer sua velha paixão
Mas evita ir até o telefone
Escolher um jeito novo de dizer "alô"
Vai ter medo de que um dia ela vá mudar
Que aprenda a esquecer sua velha paixão
Mas evita ir até o telefone
Para conversar
Pois é muito tarde pra ligar
Tem pensado nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
Pois é muito tarde pra ligar
Tem pensado nela
Estava com saudade
Mesmo sem ter esquecido que
É sempre amor, mesmo que acabe
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
Com ele aonde quer que esteja
É sempre amor, mesmo que mude
É sempre amor, mesmo que alguém esqueça o que passou
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
BOA VIDA (Frejat/Cazuza)
Eu nunca mais quero outra vida
É, eu ando um bocado mudado
Eu nunca mais quero outra vida, eu não
Olha só como eu tô bem tratado
É que os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
(É, eu ando, sim)
É, eu ando um bocado mudado
Eu nunca mais quero outra vida, eu não
Olha só como eu tô bem tratado
É que os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
(É, eu ando, sim)
Eu nunca mais quero outra vida
Jogado na rua feito um vira-lata
O amor um dia chega, irmão
Mesmo pr'um cara pirado
Que só sabe ficar bebendo pinga
Cantando rock, contando vantagem
Jogado na rua feito um vira-lata
O amor um dia chega, irmão
Mesmo pr'um cara pirado
Que só sabe ficar bebendo pinga
Cantando rock, contando vantagem
Agora a gente só vive grudado
Pela rua aos beijos e abraços
Todo mundo repara
E mesmo os meus amigos mais canalhas
Me dão razão quando eu falo
Pela rua aos beijos e abraços
Todo mundo repara
E mesmo os meus amigos mais canalhas
Me dão razão quando eu falo
Que eu nunca mais quero outra vida
Me machucar pela pessoa errada
O amor tem cartas já marcadas
E eu nunca tive vocação pra otário
É, os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
Me machucar pela pessoa errada
O amor tem cartas já marcadas
E eu nunca tive vocação pra otário
É, os tempos mudaram
E agora eu ando muito bem acompanhado
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Cigarros e becks.
Tava pensando aqui na minha bobagem de tentar cuidar de você. Parece que você sempre precisou mais do meus cuidados do que eu dos seus. Mas agora quem tá sendo cuidada sou eu, e acostumada, senti a necessidade de cuidar da vida alheia. Desculpa, cometa seus erros e seja feliz. A partir de agora, cada um na sua. Vamos ver quem desiste primeiro.
Marcela Lopes
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
EU SOU FELIZ
A verdade é que eu sou feliz. Não importa com quem, não importa onde. EU SOU FELIZ. É da minha natureza.
Sou feliz por poder ter as coisas que eu quero. Talvez seja muito mimo meu, mas as pessoas sempre me dão o que eu quero, o que eu espero delas. No concreto e no abstrato. Tenho quem eu quero, essa é a verdade. Convencimento, será? Poucas vezes tentaram me provar do contrário, mas nunca conseguem. Talvez consigam por segundos, mas, de verdade, sempre consigo o que eu quero. Talvez eu seja realmente irresistível ou talvez tenha um dom de persuasão maior do que as pessoas normalmente tem, mas quem disse que não sou feliz por isso?
Sou feliz por poder falar o que eu quero, na hora que eu quero, onde eu quero, da forma que bem entender e pra quem quiser ouvir. As mais diversas pessoas me leem, pessoas das quais a vida não me importa. Pessoas lindas me escrevem, me procuram, me elogiam e quer saber? Sou muito feliz por isso! Por não ter medo de mostrar as pessoas os meus medos, meus defeitos, meus desejos e acima de tudo sou feliz por poder mostrar a todos como eu sou feliz! Sou feliz por gastar quantas linhas eu quiser do meu blog falando qualquer coisa que eu sei que sempre vai ser lida, por qualquer ninguém que seja. Quanto maior o texto, mais tempo as pessoas vão gastar lendo-o e mais vão esperar pelo próximo.
Sou, a cada dia mais, a pessoa mais feliz do mundo por saber quem eu quero ao meu lado. E acho ridiculamente estúpido quem fala que tem apenas pessoas boas, certas, - e essas coisas que postam em blog e frases de perfil de orkut - ao seu lado. Ninguém realmente conhece ninguém e por ter ciência disso é que sou feliz. Fico feliz por cada defeito de cada amiga piranha minha, fico feliz cada vez que vejo um amigo meu rachando por ter acabado de fumar um baseado, fico feliz por ter pessoas que apesar de não serem perfeitas realmente se importam em me fazer feliz. Hoje estou mais feliz ainda do que ontem, porque eu a contrário de muitas pessoas consegui ter ao meu lado uma pessoa, em especial, realmente especial. Pessoa esta é lindamente boa e eu SEI que é, não preciso que ninguém me diga, que ninguém tente me mostrar. E sabe o que me deixa mais feliz ainda? Saber que conquistei essa pessoa sozinha, com meu mérito. Minha bendita persuasão, talvez.
Sou tãaaaaao feliz por ser a vadia que sou, por ser minha e de mais ninguém, por conhecer OS e os homens, por conhecer alguns que não são meus, por saber que uns tantos ai sofrem esperando o dia em que irei voltar. Talvez eu volte. Feminismo, é isso. Não suporto ver gente sendo pisada por homem, logo imagino se fosse comigo, mas não consigo imaginar. Comigo não é assim e eles sabem. Certas mulheres nasceram para serem pisadas, maltratadas, passadas para trás. Existem mulheres que denigrem a imagem das outras, mulheres que nasceram para apanhar e ás vezes até gostam. Apanham da vida, dos homens, de outras mulheres, da sua própria ignorância. Sou feliz demais por dizer que eu sou MULHER, maior de idade e bem acompanhada de MULHERES e homens que respeitam as mulheres e sobretudo me respeitam. Sou feliz por sair de casa pensando em quem eu vou usar hoje, porque a vida é isso, um usando o outro. Mas não, eu não, eu uso, sou a ativa da relação, das relações. Bom isso, né? De ser biscate e ainda sim ficar com as pessoas boas, pessoas que poderiam estar com outras pessoas boas, mas não, não é disso que eles gostam. Eles gostam de quem é feliz!
Delícia maior ainda, para uma futura design de moda por formação é sair e ver o que cada um veste, não julgando, não "olhando torto", simplesmente vendo. Como tem gente baranga nessa cidade, nesse mundinho. Coisa banal, né? Mas as pequenas coisas me deixam tãaaaaao feliz!
Sou feliz por conhecer pessoas imensamente parecidas comigo, que são felizes pelos mesmo motivos que sou e que mesmo assim não são tão plenas por dar ouvidos a pessoas menos dignas, pessoas atoa, sem estudo, sem cultura e mais ainda, pessoas sem pessoas. Quem é tão feliz como eu sou, aprende a não dar ouvido aos menos providos de felicidade. Gente feliz quer ver os outros felizes, gente triste deixa tudo ao redor mais triste.
Sou feliz porque descobri que algumas pessoas serão sempre as mesmas, que não passarão, não evoluem e mais, não tem a mínima condição, a miníma sabedoria para isso. Não as culpo. Eu passarinho. Sou feliz por ter a capacidade de transcender. E transcendo! Rio desesperadamente de pessoas que estão na mesma desde que eu as conheço e assim ficarão até morrerem. Como seus pais/mães. Tenho um medo absurdo de gente que vive esperando a vida passar, gente assim costuma ficar agressiva. Felicidade reprimida pode levar pessoas ao suicídio, sabia? Agora fiquei triste, mas passou.
Sou feliz por ser preguiçosa mas mesmo assim passar o dia todo estudando, não porque eu precise e sim porque tenho uma necessidade gigante de ser melhor que os outros. Pode parecer egoísmo, mas média é coisa de gente média. Só os melhores se sobressairão, e eu quero estar lá. Vou estar.
Sou feliz por beber até passar mal, por fumar até ficar com a boca queimada e por rir, rir muito, de tudo, de todos. Rir até ficar com o diafragma inchado. Gozado como existem coisas na vida que só rindo mesmo é que dá para acreditar. Disse coisas? Acho que quis dizer pessoas. Já reparam como existem pessoas sem gozo, sem riso e sem voz nesse mundo? À essas pessoas só me resta dizer que EU SOU FELIZ. E meus pêsames.
Sou feliz por saber retirar pessoas que me fazem mal da minha vida. Feliz deemais por viver bem com essas faltas, a falta que elas me fazem/fizeram. Faltas que compensam com outros excessos da minha vida. Minha vida todo é um excesso, excesso de pessoas, de lugares, de festas, de alegrias, de coisas guardadas no armário. Coisas essas que nunca vou usar, pessoas que nunca vão me deixar na mão, lugares que nunca vou esquecer, festas que nunca mais voltarão e as alegrias, ah! Essas que não passarão mesmo! É por essas e outras que me sinto mais feliz que muita gente.
Sou feliz por ser imprevisível ao contrário de ser um clichê como a maioria. Por não ser maioria. Feliz por fazer parte do seleto números de pessoas que são felizes pelas banalidades da vida, pelas trivialidades. Pessoas que ficam (ficamos) felizes por nunca passar vontade, por ter dinheiro, ter saúde, ter amigos, ter namorado, ter tido um orgasmo múltiplo fazendo sexo tântrico ou apenas porque acordou e viu que estava de sol. Sou essencialmente feliz em dias de sol... E noites de chuva. Mas não deixo de ser feliz em dias de chuva e noites de sol.
Sabe o que mais me deixa feliz? Tristeza momentânea. Minha e alheia. Minha repentina tristeza me deixa feliz por eu saber que em todo o resto do tempo eu sou feliz. Alegres os que FICAM tristes e tristes sejam os que SÃO tristes. Estes me deixam feliz por me mostrarem como eu tenho motivos para ser feliz. E sei, eu sou.
Sou feliz por ter a mente aberta e por ter cultura. Por escutar Caetano, Zé e Elba, Cazuza, além de Pearl Jam e óbivio, Beatles e não MCs que nem sabem que MC significa mestre de cerimonia... E que cerimonia? Gaiola das bundas de silicone e outros "cantores" que são acompanhados de mulheres frutas. Sou feliz por ler Tolstoi, Gabriel Garcia Marquez, Bokowski e não me prender apenas à Martha Medeiros, Tati Bernardi, CFA e outros autores que, que pena, vem sendo banalizados por essa pseudocultura de internet. Sou boêmia assumida, de carteirinha... E crítica. Sou feliz por saber quem foi Descartes, Átila (o Huno) e Maquiavel. E ainda por saber que Gandhi não foi apenas uma pessoa que gostava de falar bonito. Sou feliz por preferir Europa à Disney e mais ainda por ter condição de conhecer os dois lugares!
Sou feliz por não acreditar que Deus me dará as coisas que desejo, que estas só vêm para quem as procura, as merecem e mais, para pessoas que correm atrás, por isso não fico parada na porta da igreja esperando minha hora chegar. Ganhei na MEGASENA! Balela...
Sou feliz por ser jovem e ter mente de jovem, por gostar de e poder sentir a liberdade. Liberdade que aqui significa fazer o que eu quiser ao pé da letra. Apesar de ter coisas que eu não quero e não faria nem morta. Como me explicar... Tenho pavor de quem se explica, de quem se perde em meio a tantos porquês. Quem se explica é porque fez algo de que se arrepende e eu não me arrependo. Mas tenho mais muito mais pavor de quem se explica falando que não se arrepende de nada que fez na vida, mas que merda, como podem existir no mundo pessoas tão contraditórias? A verdade é que pessoas são monótonas e previsíveis e eu já disse isso antes. Mas isso me deixa feliz também, feliz por saber que eu sou um tanto menos monótona e previsível que uma maioria. É por isso que consigo escrever textos enormes falando de qualquer assuntinho sem perder o rumo, o foco e acabar sem ter dito tudo. Talvez eu tenha esse problema: de acabar o papo sem ter dito tudo que queria dizer. Mas isso me deixa feliz, pois só acontece com pessoas que sabem falar quando todas as outras ficam mudas.
Acabei de me lembrar de uma coisa que me deixa muito feliz. Quando pessoas que dizem não se importar comigo tentam me dar conselhos em meio a indiretas. Isso me deixa feliz pra ~caralho~! Pessoas que fazem isso me divertem mais do que se caíssem no meio de uma festa e ralassem o joelho todo. Já reparou como existem pessoas que parecem ter nascido para nos fazer rir? Então, exato.
Sou feliz por mentir pra ~PORRA~ e sempre sair por cima. Mentir ajuda... Talvez atrapalhe quem não sabe mentir, mas para quem é profissional do ramo, como eu, é como um abridor de coco numa ilha deserta. Não ser descoberta me deixa feliz.
Ser amada me deixa feliz. Amar me deixa feliz. Fazer amor me deixa feliz. Eu saber que sou feliz e posso ser muito mais me deixa muito, muito, muito feliz! Mas a verdade, a triste feliz verdade, é que sou maravilhosamente feliz por ser mais feliz que todo um resto. Resto você sabe, a rapa do mingau de fubá.
Marcela Lopes
domingo, 7 de agosto de 2011
Art. 5°, IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Art. 5°, IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
Art. 5°, XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardo do sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
Art. 220 - A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a. informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição.
§1° - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5°, IV, V, X, XIII e XIV;
§2° - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.
domingo, 31 de julho de 2011
Pensando em olhares tortos.
Vieram me dizer que uma pessoa que a muito tempo eu não via comentou que eu olhei "torto" para ela em uma festa. Fiquei pensando por um minuto... Me lembro muito bem de tê-la visto na festa, me lembro de ter olhado, até comentei como estava bonita... Mal vestida, mas bonita. O que a fez pensar que olhei torto e/ou sei lá o que mais está pensando? Talvez a minha cara de quem tem quase cinco graus de miopia ou talvez eu nem tivesse olhando para ela no momento em que ela me viu e achou eu estivesse a olhando. O fato é que nem sei ao certo o que seria um olhar torto...
Comentei com uma amiga minha e ela respondeu sem pudor: "Talvez você realmente estivesse olhando torto para ela!". Tudo bem que eu tenho certeza de que não estava olhando de nenhuma maneira diferente de simplesmente olhar, mas isso me fez pensar mais uma vez: e se eu realmente estivesse? Será que eu não teria motivo nenhum? Minhas amigas disseram que não, de fato ninguém me considera a vítima quando o assunto é essa pessoa.
Engraçado mesmo é como sempre tendemos (todos nós) a apoiar o lado que consideramos mais fraco - talvez nem seja. Por vezes colocamos pessoas à frente de nossa felicidade só por acharmos que suportaríamos melhor a dor, o peso ou os olhares tortos que sejam. Mas isso se mostra errado pelo simples fato de não conhecermos direito nem a nossa força, como podemos achar que conhecemos a força alheia?
A verdade é que sempre acreditei ser mais forte do que eu realmente era... Não que eu não seja. Sou, mas não o suficiente para suportar. Mas que isso, achava que ela era realmente fraca e era, ou é, ou sei lá... Já disse que não dá para saber. Por isso tenho motivos para olhar torto para ela. Porque abri mão, por tempos, da minha felicidade para que ela fosse dela. Simplesmente achei que suportaria. O problema da história nunca foi vê-la feliz (espero que ela reconheça isso) e sim me ver triste. Na verdade mesmo, acho que já sabia que eu não aguentaria por muito tempo, só não queria ter que vê-la não aguentando o peso também. E ela, não posso dizer se por egoísmo ou por realmente não entender o porque de eu estar chorando ao falar que agora era dela tudo o que sempre me fez feliz, a coisa que mais me fazia sentir vida. Ela aceitou, é claro. E eu... Eu aceito que ela me olhe da maneira que bem entender. Admito que falhei, que não aguentei a infelicidade por razão da felicidade alheia. Eu voltei... E sabe a surpresa maior? Descobri que não importa o quanto eu tente fugir, o quanto eu me afaste, o quanto eu queira que minha felicidade seja de outra pessoa, ela sempre estará me esperando e abrirá mão da felicidade de quem for para ser feliz comigo, mesmo que por alguns dias, algumas horas ou minutos que sejam.
Desculpa se por tempo te fiz sofrer, desculpa se eu te fiz sofrer voltando, desculpa se te fiz sofrer agora, falando essas coisas. E se não fiz, desculpa por achar que tenho essa capacidade. Mas convenhamos, depois de tudo que falei não espero que me olhe de outra maneira que não seja torta. Vá ser feliz! Não sei como que, depois de tanto tempo ainda se importa com o jeito que te olham. Aprenda que não é culpa de ninguém se a pessoa que você quis/quer não te pertence, nem sua para falar a verdade.
Agora que pensei direito, acho que eu devo ter olhado torto mesmo. E se não olhei, deveria.
Marcela Lopes
sábado, 30 de julho de 2011
Dialogo imaginário com o Sr. Perfeito.
Você é novo. Mas sou mais velho que você. Não, eu falo novo pra mim. Como? Eu já beijei 89 homens diferentes. E? E você é diferente de todos. Diferente como? Do jeito que eu sempre sonhei. A gente nem transou ainda. Não quis dizer isso. Quis dizer o que? Quis dizer tudo que me completa sem ser sexo. Sexo não te completa? Completará assim que fizermos. Acha que eu te completarei? Tenho a mais absoluta das certezas. Porque acha isso? Porque mesmo que não me complete no sexo, estarei feliz com as outras bagagens que traz consigo. O que? Inteligência. Não sou inteligente. Conhecimento então, conhecimento é afrodisíaco. E o que mais? Respeito. Até certo ponto. Até onde eu preciso para saber que não vai me bater. Eu posso te machucar. Você não faria isso, além do mais eu te perdoaria. Posso te machucar sem querer... Talvez eu goste. Você é safada. É que sou acostumada a ser a ativa, me desculpe. Comigo é passiva? Acho que sim, porque tenho medo. Medo de que? De ir rápido demais. Comigo não tem disso... Como eu ia saber? Perguntando. Como eu ia saber que podia perguntar? Conversando. Agora já sei. E agora? Acho que não consigo ser outra coisa, ser ativa é da minha natureza... Você pode ser o que quiser... Acho que quero ser sua. Agora? Por enquanto... Por enquanto? Eu não sei falar de futuro, quando se passa por tantos relacionamentos como eu passei a gente para de fazer planos. Minha ex tem uma filha de sete anos, não pense que eu me importo com seus relacionamentos. Eu me importo. Porque se importa? Porque odeio desagrado e ilusão. Então não me desagrade, nem me iluda. Vou tentar. Vai conseguir. Vou conseguir. Vou conseguir. Não dá. O que? As pessoas sempre me desagradam, mesmo eu odiando isso. Eu não. Porque não? Porque eu sou diferente, esqueceu? Eu tento. O que? Esquecer. Porque? Porque isso me assusta. As pessoas têm muito isso, de temer o novo. Eu principalmente, busco e me escondo ao mesmo tempo. Não se esconda, não de mim. De você não. Mas acabou de falar. É que você me deixa perdida. Onde? Não sei, em algum lugar entre o buscar e o esconder. No meio do caminho? Você É o meu melhor caminho. Tem outros? Tem piores. Como pode saber? Já me arrisquei antes. Você é misteriosa. Você gosta de mistérios. Você gosta de mistérios? Mistérios não, mas as entrelinhas me atraem e muito. Vê entrelinhas em mim? Vejo carência. Não sou carente. Ninguém é. Não sou. Pode não ser, mas aparenta. Não aparento, se aparentasse saberia. Não venha discutir entrelinhas com uma das poucas pessoas que consegue lê-las. Você deveria fazer psicologia, ou sei lá, filosofia. Vou ser comissária de bordo. Aeromoça? Comissárias conhecem lugares. O que você deseja é conhecer pessoas. Pessoas são monótonas. Mas você é um 5. E um 5 detesta monotonias. Você procura em tudo mundo o que acha que encontrou em mim. O que? Conhecimento e entrelinhas, essas coisas que você sabe que podem quebrar a monotonia te surpreendendo. Sendo aeromoça posso encontrar alguém menos monótono que você. Não achará. Como pode ter certeza? Sou perfeito para você. Como sabe? Pois depois desta conversa toda pude perceber que é perfeita para mim. Pode não ser recíproco. Se não fosse não seria perfeito. Mas nem fizemos amor ainda. Mas você já está chamando sexo de fazer amor então é como se já tivéssemos feito. Tenho que ir. Mas porque? Porque já são 23:32 e a cada minuto aumenta-se a chance de eu estragar tudo. Você não conseguiria. Eu sempre consigo. Mas a cada segundo que passa aumenta-se a minha vontade de te comer. E a minha de te dar, é assim que o começo começa e ser durante. Assim como? Quando as vontades começam a bater com a do outro e não a mais o que se descobrir. Você tem um problema com monotonia, e é serio! Tenho um problema com uma solução de dois metros de altura.
Marcela Lopes
quinta-feira, 14 de julho de 2011
Um dia...
Márcio - Tati Bernardi
No primeiro colegial, com treze ou quatorze anos, eu gostava de um garoto chamado Márcio. Ele era branquinho e tinha os cabelos castanhos cacheados. Ele namorava a Priscila, uma menina bonita e riquinha e bailarina e de cabelos lisinhos e amiga de todas as outras meninas iguais a ela. Mas a Priscila e suas amigas não faziam sexo. E todo mundo era louco pra fazer sexo com elas. Eu era o que se podia chamar de beleza indefinida. Não era de todo mal, mas também não era a óbvia lindinha. Cabelo nem pro liso e nem pro cacheado e nem pra nada que pudesse ser um estilo ou moda ou até mesmo um cabelo. Roupas do mesmo jeito. Nem feias, nem bonitas. Corpo do mesmo jeito. Nem magra atlética, nem gordinha desleixada. Um meio do caminho que piorava muito quando era dia de uniforme. Não chegava a andar com as meninas feias mas nunca fui amiga da Priscila e das amigas dela. Eu era média.
Foi daí que eu tive a ideia. Eu tinha algo que aquelas meninas não tinham: eu fazia sexo. E calmamente caminhei até o Márcio, na hora do recreio, e falei: quatro horas na minha casa, eu vou fazer sexo com você, tudo bem? Ele respondeu sério, sem rir, sem parar pra pensar: me passa seu endereço que eu peço pra minha mãe me levar. Sai pisando firme, com os olhos apertados e com as unhas enfincadas nas palmas das minhas mãos. Minha vontade era sair correndo e só voltar pra escola na outra encarnação. O que tinha me dado?
Pois bem, às três da tarde, sem conseguir conter o coração e o intestino, tento expulsar minha empregada de casa. Mas o que você vai aprontar? Sua mãe sabe que vem um garoto estudar aqui? Maria, cadê aquela minha calcinha de renda branca? Convenço Maria a ir embora às quinze pras quatro. Prometo a ela que, se ela não contar nada pra minha mãe, a deixo ir embora todo dia mais cedo e também não conto nada. Quatro em ponto, vejo da janela do meu quarto um Escort vermelho parando em frente ao meu prédio. Márcio desce cheio de livros. Sua mãe o acompanha até a portaria. Ele entra. Meu coração vai parar na língua. Eu vou fazer sexo. Eu consigo fazer. Ele vai enfiar o pinto dentro de mim. Eu vou ficar bem quietinha até parar de doer. É isso. E amanhã, na hora do recreio, ele vai . Ele vai o quê? Continuar namorando a Priscila, que é bailarina e tem o cabelo lisinho e é amiga das meninas mais bonitas da escola. E eu? Eu vou ter gêmeos, que ele não vai assumir, e eu terei que ir à escola e fazer as provas apesar da barriga. E serei motivo de fofoca pra sempre. E ele não vai falar comigo porque não sou exatamente linda e nem exatamente muito normal e ele nem é da minha turma. Seu pai vai ligar pro meu "precisa de alguma coisa?". Meu pai não vai querer falar com ele, porque quem resolve as coisas mais difíceis é a minha mãe. E minha mãe não vai querer falar com ele, porque vai estar internada pelo susto. A campainha toca. Do olho mágico, vejo ele puxando de dentro de um livro e guardando no bolso uma fileira animada de camisinhas. Me sinto ofendida: esse menino tá achando mesmo que vou transar com ele?
Eu era virgem aos quatorze e assim fiquei até os vinte e um anos de idade. Mas o Márcio, o garoto mais popular e bonito e charmoso e gente boa da escola, estava na minha casa. Abro a porta. Vejo que ele trouxe os livros de química, física e gramática. Tentando parecer descolada mas tremendo muito, pergunto qual matéria ele quer estudar primeiro. Qual? Ele ri, ensaiado: anatomia. E me empurra pro sofá. E vai direto pros meus peitos, sem nem me beijar na boca. Ah, então acho que é assim, né? Que se trata uma puta ou alguém de quem não se gosta. Aquilo tudo me faz mal demais. Se eu fosse uma princesa, teria um namorado pra ir ao shopping. Mas como sou a garota estranha, ele tenta ver meus peitos. E como eu sempre tive curiosidade em saber como era estar com um garoto realmente lindo e desejado, eu deixo. Mas se eu fosse uma princesa, ele estaria agora nervoso pra pegar na minha mão. Triste, triste, vou ficando tão triste. Por que não sou uma princesa?
De repente. Puft. Scatapuft. Trililililim. Não sou mais a garota de treze ou quatorze anos, estranha, com o peito direito pra fora e um garoto inexperiente e afobado em cima deles. Estou ao lado da cena, escrevendo esse texto. Márcio é um ótimo personagem para uma historinha. A garota de calcinha de renda branca que mandou a empregada embora é uma ótima personagem também. Não sinto que ele tenta abrir a minha calça, mas leio "ele tenta abrir a calça dela". Não sinto que ele começa a querer enfiar sua mão dentro da minha calça, mas leio "e ele começa a enfiar a mão dentro da calça dela". E fico feliz quando, no parágrafo seguinte, descubro que a garota levanta e grita "chega, desculpa, mas eu não consigo, vai embora, por favor, eu não sei o que me deu de deixar você vir aqui".
Márcio, frustrado e muito tímido, veste sua roupa, devagar, como que tentando ainda pensar em algo que salvasse sua tarde de sexo selvagem. Muito provavelmente a primeira. Ela fica deitada, com a camiseta e a alma amassadas. Márcio vai embora. Ela sente uma dor profunda e se promete duas coisas: um dia vou ser uma escritora e um dia vou ser uma princesa.
Foi daí que eu tive a ideia. Eu tinha algo que aquelas meninas não tinham: eu fazia sexo. E calmamente caminhei até o Márcio, na hora do recreio, e falei: quatro horas na minha casa, eu vou fazer sexo com você, tudo bem? Ele respondeu sério, sem rir, sem parar pra pensar: me passa seu endereço que eu peço pra minha mãe me levar. Sai pisando firme, com os olhos apertados e com as unhas enfincadas nas palmas das minhas mãos. Minha vontade era sair correndo e só voltar pra escola na outra encarnação. O que tinha me dado?
Pois bem, às três da tarde, sem conseguir conter o coração e o intestino, tento expulsar minha empregada de casa. Mas o que você vai aprontar? Sua mãe sabe que vem um garoto estudar aqui? Maria, cadê aquela minha calcinha de renda branca? Convenço Maria a ir embora às quinze pras quatro. Prometo a ela que, se ela não contar nada pra minha mãe, a deixo ir embora todo dia mais cedo e também não conto nada. Quatro em ponto, vejo da janela do meu quarto um Escort vermelho parando em frente ao meu prédio. Márcio desce cheio de livros. Sua mãe o acompanha até a portaria. Ele entra. Meu coração vai parar na língua. Eu vou fazer sexo. Eu consigo fazer. Ele vai enfiar o pinto dentro de mim. Eu vou ficar bem quietinha até parar de doer. É isso. E amanhã, na hora do recreio, ele vai . Ele vai o quê? Continuar namorando a Priscila, que é bailarina e tem o cabelo lisinho e é amiga das meninas mais bonitas da escola. E eu? Eu vou ter gêmeos, que ele não vai assumir, e eu terei que ir à escola e fazer as provas apesar da barriga. E serei motivo de fofoca pra sempre. E ele não vai falar comigo porque não sou exatamente linda e nem exatamente muito normal e ele nem é da minha turma. Seu pai vai ligar pro meu "precisa de alguma coisa?". Meu pai não vai querer falar com ele, porque quem resolve as coisas mais difíceis é a minha mãe. E minha mãe não vai querer falar com ele, porque vai estar internada pelo susto. A campainha toca. Do olho mágico, vejo ele puxando de dentro de um livro e guardando no bolso uma fileira animada de camisinhas. Me sinto ofendida: esse menino tá achando mesmo que vou transar com ele?
Eu era virgem aos quatorze e assim fiquei até os vinte e um anos de idade. Mas o Márcio, o garoto mais popular e bonito e charmoso e gente boa da escola, estava na minha casa. Abro a porta. Vejo que ele trouxe os livros de química, física e gramática. Tentando parecer descolada mas tremendo muito, pergunto qual matéria ele quer estudar primeiro. Qual? Ele ri, ensaiado: anatomia. E me empurra pro sofá. E vai direto pros meus peitos, sem nem me beijar na boca. Ah, então acho que é assim, né? Que se trata uma puta ou alguém de quem não se gosta. Aquilo tudo me faz mal demais. Se eu fosse uma princesa, teria um namorado pra ir ao shopping. Mas como sou a garota estranha, ele tenta ver meus peitos. E como eu sempre tive curiosidade em saber como era estar com um garoto realmente lindo e desejado, eu deixo. Mas se eu fosse uma princesa, ele estaria agora nervoso pra pegar na minha mão. Triste, triste, vou ficando tão triste. Por que não sou uma princesa?
De repente. Puft. Scatapuft. Trililililim. Não sou mais a garota de treze ou quatorze anos, estranha, com o peito direito pra fora e um garoto inexperiente e afobado em cima deles. Estou ao lado da cena, escrevendo esse texto. Márcio é um ótimo personagem para uma historinha. A garota de calcinha de renda branca que mandou a empregada embora é uma ótima personagem também. Não sinto que ele tenta abrir a minha calça, mas leio "ele tenta abrir a calça dela". Não sinto que ele começa a querer enfiar sua mão dentro da minha calça, mas leio "e ele começa a enfiar a mão dentro da calça dela". E fico feliz quando, no parágrafo seguinte, descubro que a garota levanta e grita "chega, desculpa, mas eu não consigo, vai embora, por favor, eu não sei o que me deu de deixar você vir aqui".
Márcio, frustrado e muito tímido, veste sua roupa, devagar, como que tentando ainda pensar em algo que salvasse sua tarde de sexo selvagem. Muito provavelmente a primeira. Ela fica deitada, com a camiseta e a alma amassadas. Márcio vai embora. Ela sente uma dor profunda e se promete duas coisas: um dia vou ser uma escritora e um dia vou ser uma princesa.
terça-feira, 12 de julho de 2011
Um texto escrito em uma viagem de ônibus qualquer.
Preciso conversar. O que foi? Não dá, eu tento mas não dá. Não dá o que? Não da pra continuar. Com o que? Com isso. Mas porque agora? Porque agora me lembrei. De? Lembrei do meu problema. Qual deles? Tem um em especial. Conta... Eu tenho um problema... Você já disse. Mas é que é difícil! Tenta. Um problema que é tão pequeno mas mesmo assim acaba comigo. Que tipo de problema? Do tipo que tem nome e sobrenome, cheiro e sabor. Não precisa continuar. Mas eu quero. Eu já entendi, não quero sofrer. Não quero te fazer sofrer, mas acho que você só vai entender se eu te explicar. (...) Então explica. É um ima, um beco sem saéda e por mais que eu tente, eu não consigo seguir em frente com ninguém. Desde quando? Ja fazem dois anos, exatamente dois anos que ele entrou na minha vida e ficou, não me deixa, parecem dois séculos! Não consigo entender o porque... Eu te disse que só entenderia se eu explicasse. Preciso ir agora. Não, fica! Deixa eu terminar antes que seja tarde demais... Não tenho tempo para os meus problemas, imagina para os seus. Eu sei dos seus problemas, mas não precisa me tratar como se eu nunca tivesse te escutado. Fala. Não quero mais, eu não preciso me explicar, quem precisa de uma explicação é você. Então me explica antes que você comece a faar merda. Esse problema tem cara de safado, jeito de criança e andar de quem não deve nada a ninguém... Você não precisava ter dito isso. Se eu não explicar como me sinto você não vai entender. Eu sabia que seria assim. Assim como? Você falando que eu não sou o suficiente para você. Você é mais do que suficiente, mas é esse problema do caralho. Porque não fica com ele então? Eu não quero. Então o que quer? Não sei dizer. Eu sabia dele? Não, ele não assume, nunca assumiu. Então porque se importa? Porque eu não ligo, ninguém alem dele mesmo precisa saber que ele me ama. E como você sabe? Está escrito, se você o conhecesse saber também. Eu não preciso ouvir isso. Mas agora você quer ouvir. Porque agora se eu não ouvir até o fim vai ser pior. E vai. Mas porque agora? Porque o problema se agrava ainda mais quando eu estou aqui, com os mesmos rostos, nos nossos lugares, sentindo nossos sabores. Aqui onde? Aqui! Como é o sabor? Porque quer saber? Porque eu acho que tenho o direito. Eu nem gosto do sabor, nem do cheiro de sabonete de quem acabou de tomar banho, nem do cabelo grande e desarrumado, do nariz enorme que me beija junto com sua boca fina e sem sal. Porque detalhes, eu não preciso de detalhes, só preciso entender. E eu preciso explicar. Porque você não foge? Eu finjo que fujo, mas a verdade é que eu preciso de cada detalhe, de cada problema. Você não precisa, ninguém precisa! Ele me fazem sentir me sentir viva e mais do que isso, mesmo que ele não asusma eu me sinto mais amada do que nunca quando estou com ele... Mas eu te amo. Eu tentei te amar. E porque não amou? Não sei, eu queria muito saber... Fico imaginando, quando vou conseguir amar alguém por inteiro? Quando você tentar. MAS EU TENTO! Tenta mais, tenta comigo. Quando vou me dar o respeito de respeitar quem está comigo e não me aproximar dele? Você se aproximou? Nós nos aproximamos. Quando? E ele diz que a culpa é minha, mas eu digo que ninguém é inteiramente culpado, quando um não quer dois não brigam, não é verdade? Quando? Não vem ao caso, só sei dizer que eu sou imensamente e exclusivamente apaixonada por ele. Isso significa? Significa que eu cansei de tentar. Cansou? Eu tentei todos os dias parar de pensar nele, de lembrar, de olhar suas fotos e sentir seu perfume, eu juro que eu tentei, mas entre tentar e conseguir tem um longo caminho. Isso é o fim? Eu gostaria que não houvesse fim, mas sempre há. Mas e eu, o que eu faço comigo? Tenta. Tento o que? Tenta me esquecer igual eu venho tentado esquecer do meu problema.
"Não temo culpa. Tentei. Tentamos" (CFA)
Marcela Lopes
Tati Bernardi e as "posturas sexuais".
“Posturas sexuais” que um homem jamais deveria ter:
1- Ir embora logo depois de gozar. Pelo menos ronca meia hora pra demonstrar alguma entrega.
2- Agradecer depois de gozar. Meu amor, eu não te fiz um favor. Eu te fiz. Entende?
3- Falar sobre “as gostosas do trabalho” enquanto você está nua, ao lado.
4- Guiar a cabeça da mulher. O ano é 2011, a cidade é São Paulo e as mulheres vão com suas cabeças onde quiserem, quando quiserem. Quer guiar alguma coisa fica em casa brincando de corrida no videogame.
5- Atender o Betão, o Cabeça ou o Batata logo após a cópula e falar “já tô indo, me espera em cinco que eu tô chegando”.
6- Bater punheta porque “gata, você não tá sabendo fazer do jeito que vai mais rápido”. Não amigo, não. Primeiro: não é prova de velocidade. Segundo: calma, a gente chega lá, eu sei que você trepa com você há mais tempo do que eu trepo com você, mas eu posso aprender. Terceiro: viciados em joystick não merecem a realidade.
7- Se gabar porque a mulher gozou. Meu amor, mulher goza em promoção de bolsa de couro falso. Gabe-se apenas se você adivinhou que aquela música era La Chanson de Prévert, com Jacques Brel e Gainsbourg. Dai tudo bem.
8- Nunca, jamais, em hipótese alguma, chame um táxi. Repita comigo: NUNCA. Ou leve a moça, ou durma com a moça ou mate a moça. Mas nunca chame um táxi. Ah, e se for deixá-la no busão faça um favor pra mim: “auto-ateie-se” fogo depois.
9- Não brinque com seu pinto como se ele fosse uma hélice. Sei lá porquê mas o número de rapazes com essa mania pós festinha é bem grande.
10- Não se sinta obrigado a ser romântico, ligar no dia seguinte, demonstrar amor. Sabemos que nem todo sexo vem com amor e isso dói mas é gostoso. Mas se sinta obrigado a ser interessante. Toda mulher pelada é digna de ver seu lado mais interessante. Nos faça rir, faça elocubrações sem nexo na madrugada e entenda de música, por favor.
11- Caso seja muito necessária aquela urinada meio truncada do membro ainda meio barro/meio tijolo, ao menos evite o pum com eco. Em alguns casos gostamos dos rapazes finos.
O Abecedário Amigo
Ela não gosta do pinto amigo. Pelo menos não pra namorar. Mas ela gosta do cara pra fazer de ladinho com o dedo na sinetinha. O cara manja da coisa. Você deve se preocupar com esse cara? Não. Ela não gosta dele, já falei. Se gostasse sofreria e se sofresse não ficaria dando pra ele toda hora toda felizinha e de bem com a vida. Toda mulher tem também o ex-namorado-mal-resolvido amigo. O Famoso EX.A. Com esse você também não deve se preocupar. Se é ex é porque a merda já foi jogada no ventilador. Eles podem até voltar, mas vai ser uma bosta. Ou ela o largou e isso uma mulher nunca perdoa (uma mulher nunca perdoa um homem que se deixou ser largado por ela) ou ele a largou e isso uma mulher também nunca perdoa (ela até faz que perdoa, mas é só pra escorraçar o desgraçado jajá). Toda mulher tem ainda o parceiro-perfeito-para-conversar-sobre-cinema-ou-música amigo. É o famoso S.A. O sensível amigo. Esse, se não for gay ou muito feio, já é motivo pra você se preocupar um pouco. Homens com pôsteres do Truffaut em casa, ainda que eles não tenham a mais puta ideia de quem foi esse cara, já roubou muita mulher de instrutor de jiu jitsu. Um pôster de cinema europeu é pau a pau com um bração de estivador. Mulheres são confusas e eternamente divididas entre grosseirões e príncipes intelectuais. Toda mulher tem um descolado-pra-dançar-e-beber amigo. É o HA. O hipster amigo. Esse aí é problema, entre uma baladinha super indie e uma viagem super fashion, ele sempre acaba a seduzindo fortemente. Nem se sabe ao certo o motivo, mas os modernos nos dão a mesma sensação de estar desfilando com botas muito fashion. É legal ser vista com ele, simplesmente isso. Toda mulher tem o R.A. O amigo rico. Ela já tentou fisgar mas acabou ficando amiga dele porque, afinal, ele tem amigos ricos. Toda mulher tem um escroto amigo. O E.A é fundamental porque sempre a aconselha “cai fora porque esse cara não presta, eu sei o que eu tô falando”. E, finalmente, toda mulher tem um tipinho-cheio-de-ginga-papinho-mole-cds-de-bossa-nova-chinelos amigo. É o C.A. O carioca amigo. Aí perdeu, playboy. O carioca amigo não faz nada, não diz nada, não planeja nada. Ele fica lá, deitado, entre a preguiça e a alegria de estar vivo. Sabe Deus o motivo, mas esse costuma ser o mais perigoso.
Tati Bernardi Musa.
sábado, 2 de julho de 2011
“
TODO ESSE TEMPO DE DOR QUE EU PASSEI ANDANDO POR AÍ, TODO ESSE TEMPO QUE EU TENTEI GRITAR A PALAVRA AMOR BEM ALTO. PRA VER SE ME CONVENCIA DE UMA VEZ DO SIGNIFICADO IMPLÍCITO NESSAS QUATRO LETRAS. ESFREGANDO NA CARA DAS PESSOAS AS COISAS BOAS QUE EU TINHA, MAS NÃO CONSEGUIA MOSTRAR. ATÉ QUE O TEMPO ENFIM FOI ME VENCENDO, SOB O OLHAR CONDESCENDENTE DAS PESSOAS QUE EU MAIS DETESTAVA. É DURO RECONHECER QUE TODO ESSE SOFRIMENTO FOI EM VÃO, PORQUE NÃO EXISTE VIDA QUANDO A GENTE ESTÁ TRISTE E SÓ E NINGUÉM QUER SABER DE QUEM ESTÁ POR BAIXO. NÃO VALE A PENA SOFRER, MEU AMOR, DE TUDO O QUE EU PASSEI, ESSA FOI A ÚNICA LIÇÃO.
Cazuza
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