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segunda-feira, 4 de junho de 2012

Eu e os homens.



Sabe quando você assiste a um filme e depois passa horas meditando, pensando se fosse com você, sofrendo das dores dos personagens? Então, esse é um desses momentos.
Sempre choro com romances, sempre não, acho que desde a puberdade. Quando comecei a sofrer por amores não concretizados. Sendo assim, quando olhei a capa do DVD sabia que era melhor não assistir. Eu já me deitei pensando em escrever algo, imagina depois de cenas românticas, lágrimas alheias (ou não), abraços de reencontros, e aquele blábláblá todo... Agora tô aqui, chorando uma dor que, por incrível que pareça, é tão minha que nem sei. Eu poderia falar que é raro me encontrar nesse tipo de filme; não sou do tipo mulherzinha, romantiquinha, tudo “inha”, entende? Mas de fato sempre me encontro. Sempre gostei de ser o lado da forte da corda, para que esta nunca arrebente do meu lado. Mas eu gostar não quer dizer que eu seja. Posso fingir, podem acreditar, mas quanto mais filmes românticos eu vejo, mais pro lado fraco da corda vou me arrastando. Talvez eu esteja quase me pendurando na ponta. Já nem sei mais, quantos textos falando que sou forte eu fiz, talvez não mais do que os que escrevi afirmando ser fraca. Estranho isso não é? A gente ser forte na hora que deveria ser fraco e ser fraco quando deveríamos ser fortes... Acho que é isso que vem me tocado esses dias.
Tô tão dependente do meu namorado, tô ridícula, correndo atrás, falando igual criança e essas coisas de gente “inha”. É bom, é confortável, mas será que sou eu? Até ele duvida. Duvidam. Mas mesmo com toda essa carência desnecessária, eu ainda penso em acabar com tudo, penso em ficar só, cuidar da minha vida, colocar as coisas no lugar. Acho que faz muito tempo que não conheço gente nova. Claro, comecei a faculdade agora, conheci um trilhão de pessoas legais, mas todos entenderam que quando digo conhecer, digo CONHECEEEEER mesmo. Acho que foi nesse ponto em que me encontrei no mocinho do filme. Preciso abandonar tudo, conhecer pessoas novas, me apaixonar por uma, duas, vinte pessoas e depois descobrir que nenhuma daquelas era a certa e ai sim voltar e dizer que independente de eu ter voltado eu não quero mais viver de passado. Quando digo passado me refiro a tanta gente... Me dá vontade de enumera-los, sabe? Só pra ficar bem explicito mesmo. Mas também não quero ofender.
Sabe isso tudo que acabei de dizer, sobre não viver no passado. Por um lado é verdade. Mas tem um lado, um lado alto, bonito, barbudo e gordo que pode não ser. Tá dando pra entender minha confusão? Queria me livrar do presente e do passado, mas não dele. Queria que ele fosse meu futuro.  Tenho pensado tanto nele que tenho medo de trocar o nome das pessoas que converso pelo dele, é sério. Tenho pensado tanto nele que quando fecho os olhos eu o vejo, fechando ao meu lado. Falei com uma nova amiga minha que foi só conversar com ele e tudo tinha passado, que eu tinha ficado bem. E tinha, mas agora já nem sei. Agora voltou e eu mais uma vez só penso em conversar com ele... De novo. Poxa, a ultima recaída demorou nove meses e agora apenas dias. Ainda está bom, quando eu começar a ter que falar com ele de hora em hora é que complica, ele enjoa, fala as mesmas frases feitas (que pega na internet) de sempre e a gente se afasta. Mas entre esse recomeço e fim, eu sofro.
Poderia dizer que sofro como nunca, mas na verdade eu sofro como sempre. Faz nove meses que namoro e o problema é esse, o tempo. O mesmo tempo, famoso por cicatrizar feridas a acalmar corações. Quando começa a durar, a se estabilizar, normalizar, eu me lembro dele. E sei exatamente o porquê. Não faz muito tempo que descobri, mas agora eu sei. O que acontece é que com ele nunca vira rotina, é sempre novo, lindo, misterioso, escuro, profundo, complicado, embaraçoso e todos esses adjetivos que instigam qualquer mulher. Talvez seja esse o segredo dele. Se eu posso dizer, esse é o meu. Não fica bem para uma mulher amar dois homens. Ele sabe que nunca liguei com o que me ficava bem. Não por isso, mas eu não o amo. Eu amo meu namorado e só. O que ele tem de mim não é amor, ele diz que é, mas sabe que no fundo o que ele tem é apenas metade de mim. Talvez porque nunca fomos nossos por inteiro. Sempre nos entregando pela metade, sempre na defensiva, sempre nos beijando escondido, sempre só na rapidinha, sempre preferindo os amigos, sempre nos deixando pra mais tarde, para anos até.
Amigos de longa data me dizem que o que falta pra nós é resolver. Sair do meio do caminho, para ai sim decidir se vamos seguir juntos ou abrir a passagens para que outras pessoas  entrem. Antes disso, tudo que iremos ter em matéria de relacionamentos vai ser pela metade. Justamente porque metade minha é dele e metade dele é minha. (Sabe essa namorada que ele está agora? Então, avisa que é só metade.) Já falei tantas vezes em meus textos sobre pendencias, mas acho que nunca tinha conseguido explicar de forma tão convincente o que realmente acontece. Agora entendem, né? É por isso que no fim do filme parece que todo mundo tinha acabado bem menos o mocinho, ele foi se entregando em pedaços pelo meio de seu caminho e no fim as pendencias ficaram demais.
Não queria citar o fim do filme, onde ele encontra uma desconhecida e tudo parece dar certo. Não vai chegar ninguém do nada na minha vida e me fazer esquecer. Como sei disso? Eu já tentei. Namorei um ano e meio, e dessa vez já são nove meses. A minha metade ainda está lá, abraçada com ele embaixo de seu edredom. Não queria, mas falar isso me fez sentir uma vontade de estar lá por inteiro.
Marcela Lopes
P.S: O filme é: Eu e as Mulheres. Com a Kristen Stewart. Bom.

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