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quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Pseudônimo Agenor.

PRIMEIRA PARTE

 Pronto. Eu definitivamente estou pronta e não posso mais mexer nem na minha maquiagem, nem no meu cabelo. Estou arrumando desde as 20h e já são 23h. Preciso sair de casa agora antes que fiquei perigoso demais andar até a praça sozinha. Eu nunca fui nesse bar novo, Camaleão o nome. Nunca entendi o porque desse nome. Dizem que lá está lotando. Tenho um pouco de medo, o que e quem será que vou encontrar por lá? O fato é que ele está me esperando... Que absurdo! Quem imaginaria eu sair de BH só para vir encontrar com ele em Bí. Essa cidade é mesmo minha perdição.
 Saio. Fico imaginando se não vou ficar mais alta que ele de salto... Eu não consigo me lembrar da sua altura. Ele é lindo. De fato ele é lindo. O caminho até meu destino é curto, mas tenho tempo de pensar em cada detalhe das nossas madrugadas conversando pelo facebook. Por um momento, em um devaneio besta me pego imaginando ele me desenhando nua, como a Kate e o coração no Titanic. Rio sozinha da minha viagem. Ele é um artista. Talvez eu também seja, do meu jeito. Espero ansiosamente que ele seja bom em tudo que faz com as mãos. Ele é, eu sei que é. 
 Já consigo ouvir a música. É sertanejo, claro. Irônico porque achei que ele odiasse sertanejo como eu, acho que ele se acostumou... O som das pessoas conversando. Como as pessoas gritam nessa cidade. Diminuo o ritmo das passadas. Nãos quero chegar lá como se estivesse ansiosa para chegar, apesar de estar e muito. Quero que ele me veja casualmente. Quero que pareça que não estou a procura. Eu contei a ele que sou míope? Talvez passe direto por ele e ele pense que é doce meu. Isso sempre acontece. 
 Viro a esquina. A ultima. Tem várias mesas vermelhas espalhas pelo passeio dos dois lados da rua. Devem ser da Brahma. Meu Deus. Só agora parei para pensar em como vou chegar para conversar com ele. Claro, ele é tímido demais para puxar papo comigo. Eu devia ter vindo mais devagar ainda. Eu devia ter pensado nisso antes de sair de BH. Acho que não tenho nenhum assunto com ele que não seja a minha vontade ter ele para mim. Eu devia aprender a falar menos. Eu me coloco nessas situações.
 Imagino se devo cumprimentá-lo com um abraço, um beijo na bochecha, um tchauzinho ou se já posso chegar beijando ele. Confesso que a minha vontade era essa. Eu ainda não o vi. Melhor, posso pensar enquanto isso. Parece que não chego nunca e ao mesmo tempo aprece que estou correndo. Eu realmente queria chegar beijando ele. Acho que queria mostrar para ele e para todo mundo o meu poder. Mas não. Eu tenho que fazer um charme. Não para parecer santinha, ele sabe que não sou. Todo mundo sabe. Mas preciso mantê-lo interessado. Tomara que ele não venha conversar comigo sobre Nirvana... Não quero conversar com ele sobre um assunto que ele domine mais do que eu. Preciso me manter por cima. Eu gosto disso. Ao mesmo tempo, o medo de que ele me deixe vulnerável me excita. Eu sei, eu disse a ele, eu gosto de comandar, eu gosto das coisas do meu jeito, mas é que me prende é ousadia. Ele não pode saber que para me prender tem que me controlar. Se ele começa a me controlar acho que gozo. Já estou com vontade. E agora? Como vou me segurar para não parecer fácil?
 Fico um pouco insegura. E se ele me achar fácil demais e perder o interesse. E se ele for tipo o Alex? O menino que fui beijar e disse que eu era fácil demais. Agora sou impossível para ele. Não quero ser impossível mais uma vez. Eu quero que ele me ache impossível sem eu ser. Igual ele achava quando estávamos no Ensino Médio. RS. Dou um sorriso. Um cara olha para mim e sorri também. Eu paro na hora. Esse sorriso definitivamente não foi para ele. Continuo andando como quem não quer nada, mas com a cabeça erguida, tentando parecer superior. De certa forma sou melhor que algumas almas podres dessa cidade. Paro no caixa. Minha vontade era de misturar catuaba com pinga. Mas peço uma cerveja mesmo. É de garrafa. Viro um copo rapidamente e o encho de novo. Agora sim, me sinto preparada para encara-lo. Só não faço ideia de onde ele esteja.
 Volto a andar. Pareço um pouco perdida e sei disso. Onde será que está a minha turma, para eu poder me apoiar neles. Meu pé dói um pouco. Andar por aqui é bem diferente de andar em BH. Tenho medo de virar o pé e cair. Estou sentindo calor, eu não devia tar passado creme nas minhas pernas. Mas ele tem brilho, não pude resistir. Eu estou muito cheirosa e fico imaginando qual será o cheiro dele. Do cheiro passo a imaginar ele pelado. Como posso só pensar nisso? Ele é loiro. Nunca fiquei com nenhum loiro eu acho. De fato não é muito a minha praia. Meu pé dói bastante e volto a pensar que posso ficar mais alta que ele. Porque isso me incomoda tanto? Acho que me acostumei com o meu ex. OPA. Meu celular vibra. É UM SMS. Agora é meu coração e todo resto do meu corpo que vibra. Leio.

 Passou por mim e nem me viu, rs.

 Droga! Sabia que isso ia acontecer... Sempre acontece. Penso em responder mas não acho uma resposta que fiquei formar e excitante ao mesmo tempo. Só queria uma amiga minha para poder perguntar como estou. Preciso de autoafirmação nesse minuto.
 Alguém me grita. Claro que não é ele, ele não teria essa audácia. É um colega dele, eu gosto desse colega dele. Eu já até fiquei com ele, mas não sei se isso já foi comentado na roda. Claro que não vou ser eu a comentar, rs. Sorrio de novo. Estou um pouco nervosa. O meu medo de tropeçar e cair mais que dobrou. Acho que corro seriamente esse risco. Na minha cabeça a frase: "vai com calma" se repete sem nenhum pouco de calma. Estou eufórica. Quero mesmo uma amiga para me apoiar. Vou chegar lá. Vou cumprimentar à todos com um beijo na bochecha (decidido!) e depois vou fazer o que? Vou ficar lá parada como um dois de paus? Até parece que sou da roça, que não sei conversar. Eu sei, só não consigo imaginar o que falar para ele. Chego. Não cai. Dou um suspiro de alívio.
 Ele me olha com um olhar safado, diga-se de passagem. Acho que ele tenta entender que suspiro foi aquele. Lembrei o nome do colega dele! Ainda bem. Dei um beijo na bochecha de cada um. Praticamente não conheço ninguém ali. Uma palavra para definir meu sentimento: deslocada. Olho para ele. Ele sorri, solta um risinho. Foi mais fácil do que eu imaginava.

 - Tá rindo de mim? - Fiz a pergunta mais óbvia que eu poderia fazer para puxar assunto.
 - Sim! - Ele fala com um jeito de quem ainda não parou de rir. - Você parece meio perdida.
 - E eu estou. Mas vamos fingir que está tudo bem. - Eu falo tentando continuar com a graça da situação. Fazer graça é meu escudo, com certeza.
 - Cadê suas amigas? - Ele pergunta sem demonstrar qualquer coisa que eu posso explicar.
 - Também não sei... Elas são enroladas demais, deve que ainda nem estão prontas! - Eu devia ter pensado antes de falar. Não deixei nenhuma brecha para ele continuar o assunto. Se ele fala: "Éé..." eu tô perdida!
 - Sei... - Pronto, ele diz uma coisa mais difícil de responder do que o "Éé...".
 Dou um sorrisinho e abaixo a cabeça sem graça. 

CONTINUA... 

Marcela Lopes

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Leben, lieben, sex.


São 03:03 da manhã. Não sei se você está dormindo... Não, com certeza você está! Penso em te mandar uma mensagem falando o que estou sentindo. Não quero te acordar. Não quero te assustar. Não sei se a culpa é dos 50 tons de cinza que estou lendo, ou da minha carência por descobri que já tem outra pessoa ocupando o meu lugar na vida do meu ex e faz pouco mais de um mês que terminamos. Não sei se a culpa é dos assuntos inacabados que tenho com você ou de você ter falado não ao convite que fiz para dormir comigo novamente. O fato é que desde que você me negou eu não pude pensar em outra coisa que não o que eu teria feito com você.
Não sei se sua intenção foi me afastar por ter achado que eu estava no seu pé ou simplesmente me prender mais ainda. Se tiver sido a segunda, parabéns. Se tiver sido a primeira, sinto informar que nesse momento a minha principal prioridade é te ter. Fico ouvindo minha amiga contar as histórias de vocês dois e imaginando: "Cadê o tarado, gostoso que todo mundo diz que conheceu, eu quero ele pra mim." Mais que isso. Acostumei-me a ter tudo que eu quero, na hora que eu quero. Sexo para mim é essencial. Mais que isso. Sexo é vida. Quero isso de você.
Me perco imaginando cada detalhe da nossa futura transa. Me perco lembrando de você pelado, gostoso, só pra mim. Me perco escutando em minha cabeça, você gemendo, você gostando. Queria saber qual o gosto e qual a temperatura do seu gozo. Quero que você me faça gozar, o que não vai ser nada difícil para você. Ai como me sinto viva quando te desejo.
Vem, larga tudo e vem. Larga família, larga emprego, larga curso de Alemão, larga sua pelada que é de lei na terça-feira. Vem me comer. Não quero fazer amor, quero foder duro com você. Vem e fica. Já disse, aqui tem eu, tem comida e tarja-preta. Não que você precise, mas só para o caso... Vem e se entrega. ENTREGA. Como você não faz com ninguém a anos. Sei que consigo tirar isso de você. Sei que você pode. Sei que você quer. Sei que me quer, como eu quero você.

Marcela Lopes

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Drogas


Oi meu amor. Você está bem? Eu estou. Assim... Fiquei bem esse tempo todo, não me senti só um segundo que seja. Até agora. Até olhar nossas fotos mais antigas sendo apagadas uma a uma do meu facebook. Eu não sei porque tive essa necessidade de apaga-las. Alguém já tinha me dito que era bobagem minha, mas acho que estou tentando entrar nessa nova fase da minha vida com todas as portas e janelas abertas, limpa. É exatamente isso: LIMPA. Você sabe que vicie-me em você como se você fosse uma droga. Eu sei, eu sei a sua opinião sobre as drogas. Mas ao contraio de você, eu acho que elas, em alguma situações, podem ser boas e assim elas tem sido para mim, como você foi um dia. Acho que depois de um mês sem você, começo a ter minha primeira crise de abstinência. Escrever é meu remédio, sempre foi.
Sabe, a gente não foi sempre assim. Por isso me doeu tanto e eu não consegui apagar todas as fotos. A gente parecia tão feliz nelas, sorrindo, juntos... A gente não só parecia, a gente era. No começo, no meio. Não dá para se ser feliz no fim, por isso é o fim. Nem faz tanto tempo assim, e a gente parecia tão mais jovem, mais bonito, acho que é por causa da felicidade. Eu nunca tinha conseguido escrever nada que ficasse bom tendo você como inspiração. Eu escrevo quando estou triste. Tá vendo, a gente era sim feliz.
Me lembro de quando a gente começou a gostar um do outro. Foi mutuo, foi mágico, foi lindo. FOI ENTREGA. Totalmente. Foi tanto amor que chegava a assustar. Era tanta saudade, tanto querer, tanto sentir. Era de verdade. Se eu pudesse eu voltava. Voltava no tempo e ai voltava pra você. Agora não dá mais. A gente poderia tentar, a gente poderia arriscar, mas não dá. Estamos em overdose. Eu estou em overdose de você. Como a gente pode errar tanto? Era certo que não duraríamos para sempre. A gente viveu tudo que tinha tão rápido e esgotou. A gente não teve calma. Eu quis usar toda a droga que eu tinha de uma vez e assim, overdose.
Você foi a coisa mais certa que eu tive. A certeza da duvida que eu tinha no começo. O que será que ele está pensando? O que será que está sentindo? Será que está gostando? A certeza do amor que durou até o nosso ultimo dia. Agora não sei mais. Voltei a minha vida de incertezas, de esperas intermináveis por um telefonema, por um convite. Tem sido bom, até eu perceber que tudo isso que eu voltei a procurar eu já tinha encontrado e perdi. Eu estava indo pelo caminho certo, então sai dele só para tentar encontrá-lo novamente. Faz sentido isso? Será que a vida é isso?
O ruim das drogas é que a gente se acostuma com elas e assim elas perdem o efeito, então a gente sai a procura de uma mais forte que faça a gente curtir de novo. A emoção que eu sentia ao te ver acabou, o amor não. Se você fosse mesmo uma droga eu diria que eu ainda estava viciada, mas já não me dava mais barato. Eu acostumei. Acostumei a te usar sem sentir o seu efeito mais, acostumei com a sua presença, com os seus defeitos, até que um dia as coisas saíram do meu controle, do nosso controle e eu tive que acreditar no que você diz. Quem mexe com droga é maluco.
Talvez eu já tenha encontrado uma droga nova, talvez o efeito dessa seja curto e logo logo terei de procurar uma mais pesada. Quando se mexe com drogas, nunca se sabe o dia de amanhã. Mas sabe aquela vontade de nunca ter começado com isso. Agora não tem mais jeito, eu sou uma drogada. DROGADASSA eu diria. Porque eu que já mexia com essa droga tão forte que é você, agora vou ter que usar uma mais forte ainda. Sim, eu posso ser uma ex-viciada em você, mas eu divido muito que eu consiga me livrar pra sempre de qualquer outra droga.
Você, como qualquer outra foi a minha salvação no começo e a minha doença no final. Você me fez viva e depois foi matando aos poucos, cada pedacinho de mim. Até morrer por completo toda a nossa promessa e esperança de futuro. Eu deveria te odiar por isso, mas não consigo. Pergunta para um fumante se ele sabe que o cigarro faz mal. É claro que ele sabe, mas nem por isso deixa de usar. Toma o cigarro dele para você ver o que acontece. Todo mundo tem as suas drogas particulares e ninguém consegue viver sem elas. Será que vou conseguir viver sem você?
Será que vou conseguir ver outra pessoa te usando? Será que vou conseguir conviver com isso? E você, será que vai deixar outra pessoa te acender ou aceitar que eu use outra que não você? Bebe na frente de um alcoólatra que está tentando parar e vê se ele se sente bem. E eu mentindo para você todo esse tempo, falando que tinha largado. Eu nunca larguei, eu só deixei de usar as antigas para usar você.
Enfim, só tem uma pergunta que não sai da minha cabeça. Será que se eu te usasse agora, voltaria a ter efeito?
Marcela Lopes

sexta-feira, 16 de novembro de 2012


Vai Passar - CFA

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada "impulso vital". Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de "uma ausência". E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:- ... mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca ...

Às vezes, sinto falta, às vezes, acho que é um alívio estar longe…
- Caio Fernado de Abreu

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

É engraçado como a vida da gente é surpreendente. Sai ontem pensando em conhecer uma pessoa totalmente diferente de tudo que eu conhecia. Ai, me deparo com uma pessoa que eu conhecia mas que nesse momento me pareceu tão interessante. Sei lá, só nunca imaginei. Estou me divertindo. Estou me sentindo feliz, linda e VIVA. Eu sabia que era disso que eu precisava, conquista.

Marcela Lopes

domingo, 11 de novembro de 2012

- Você deve estar muito atoa ou me odiar demais para me ligar 2h da manhã no confidencial.
- ...
- Desculpa tô ocupada e não tô ouvindo nada! Me liga depois.

Marcela Lopes
- Tô com raiva de você!
- Porque?
- Porque você me fez perder de todo mundo.
- Iii, e o que que eu posso fazer para você me perdoar?
- Posso pensar em algumas coisas, rs.
- Nossa, tá fácil em?
- Só porque você disse isso agora tá difícil.
- Eu gosto de coisas difíceis.
- E de coisas impossíveis?
- Você vai me odiar para sempre?
- Não para sempre.

Marcela Lopes

sábado, 10 de novembro de 2012

Cena - Mallu Magalhães


Vou fazer cena amor,
Pra ver
Se vale a pena a dor
Só pr'eu ser tema desse teu compor.
Não sou assim amor,
Foi só
Uma maré ruim,
Perdoa o drama,
E não desiste de mim.
Você quando chamou, eu não pude ir,
Eu tive muito medo na hora
E hoje eu sou culpada.
E eu, que fico à flor da pele,
Sem querer,
Eu tenho um coração vulcânico
E sempre acabo errada.
Não, não diga que eu lhe trato mal,
Eu tento tanto te fazer feliz,
Mas acontece qu'eu sou desastrada.
Não, eu nunca quis te machucar,
Prometo pra você deixar de cena,
Acho que eu só quero ser amada.
Vou fazer cena amor,
Pra ver
Se vale a pena a dor
Só pr'eu ser tema desse teu compor.

(só um parêntesis)

- Desculpa, desculpa mesmo, eu não sabia que vocês estavam namorando.
- Eu namorando? PFFFFF, você sabe que eu não sou disso!
- Ah, mas vocês estão juntos e tal...
- Tá doida?! A gente só "fixa".

Marcela Lopes

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Achei perdido nos rascunhos de 2011.

Achei que estava inspirada a escrever algo para você, mas assim que me sentei aqui sumiu tudo. Eu sei que tenho mil coisas para te falar, como já te disse antes, mas não sei que coisas são. Parece que hoje eu sou muito mais mulher do que você é homem. Talvez seja por tudo que já passei na minha vida, talvez seja porque tudo sempre foi tão fácil para você. Agora tá tudo muito apertado, difícil e você só tem a mim para te socorrer. A gente sabe disso. Mas você é tão contraditório que ao mesmo tempo que pede minha ajuda me diz que tenho que me afastar de você. Temos novos amores, e meu amor é maior que qualquer outro que já tive. Talvez seja disse que você precise, de um amor maior do que o que sentiu/sente por mim. 
Fico muito feliz por saber que tem alguém, mas muito triste por saber que esse alguém não pode te fazer feliz o jeito que você merece. Tenho do, te disse que tenho pena mesmo de que se prende, que deixa de viver sua vida por causa de qualquer pessoa que seja, boa e ruim. Claro, não posso negar. Ninguém gosta de saber que alguém deixou de te amar. E mesmo não te amando me sinto mal com a situação.
Tenho uma raiva disso, de ficar fazendo textos do tipo carta, tenho uma preguiça enorme de cartas, queria poder te falar as coisas por meio de metáforas e coisas assim. Mas sei que você não entenderia.
Você não era para mim, cada vez mais me convenço disso... Talvez você goste é de pessoas que vivem a vida por você e cada vez mais me convenço de que por isso eu também não era a pessoa certa para você. É não sou...
Tô imensamente preocupada, mas não sei porque... Queria muito não preocupar, mas você tem o poder de só dar preocupação a todo mundo. Você sabe como é bom quando as pessoas sentem orgulho de você, porque não começa a crescer a parar de fazer as coisa de criança que faz. Desculpa, mas fico realmente brava com essa situação. Você chega, me fala que está precisando de ajuda, me deixa preocupada e não me deixa te ajudar.
Me perdi, beijos :*
Marcela Lopes

Sobre mensagens e confiança.


 Parabéns, você conseguiu! Depois de tanto esforço MEU para aceitar as idiotices que você fez, comigo, conosco, com ela. Você fez uma, sei lá, só nunca esperei, sempre confiei. Alguns me disseram que não, que não foi você, que foi ela e você não teve como escapar, mas na boa, não sei. E mesmo se fosse...
 Sempre soube que você era um idiota, todo mundo sabe, mas você sempre foi o meu idiota, o que sempre estava disponível quando eu me sentia sozinha. Você era meu, mesmo sendo dela. E eu sempre fui sua, mesmo que também não estivesse disponível. Quer uma prova disso? Eu nunca contei das vezes que me ligou, de quando queria encontrar comigo, das coisas que me falou, tudo quando era eu quem estava namorando. E você? Porque você, que sempre presou tanto pela discrição, não me guardou só para você?
 Quer saber? O medo dela eu até entendo. Apesar de que não agiria assim se fosse eu, você sabe disso. A ex louca do meu ex sempre ligou para ele, sempre procurou, e eu? A unica coisa coisa que pensei é que ela deveria gostar muito dele, para estar assim, mesmo depois de tanto tempo. Mas ciumes, insegurança? PFVR. Ele estava comigo não estava? Era eu que ele amava e para mim que ele dizia isso, então pronto. Mas você sabe, você me disse isso não faz muito tempo; nós, eu e ela, somos muito diferentes. Eu sou, e sei que sou, mais confiante, mais segura. Qual foi a palavra que você usou mesmo? AUTENTICA. Ela erra muito por ter medo de errar e assim perder tudo outra vez. Ela acha que já sofreu demais, "coitada", e pior acha que ninguém na vida já sofreu como ela. Mas pode ser verdade, talvez eu nunca tenha sofrido por "amor" como ela e muito menos por amor por você, porque vamos combinar né? Eu tenho uma vida muito maior por fora disso. E ela? Quando já estava beirando o ridículo, você foi lá e acabou com a brincadeira.
 Mas vamos combinar outra coisa, quantas oportunidades eu deixei para ela, quantas brechas? Eu cheguei a conversar com ela e praticamente disse: -Toma, é seu, você sempre quis tanto. Ela não consegue te segurar, ninguém consegue. E eu nem quero, eu nem tento que você seja só meu, sempre me contentei com você sendo nosso. Afinal de contas, eu também nunca fui só sua, você sabe disso, por isso não demos certo lá atrás. Mas talvez por isso sempre tivemos um ao outro, no momento que sentíssemos vontade. Sempre foi isso, VONTADE.
 Já falei que sou diferente dela, tá bom. Mas sabe qual a diferença entre mim e vocês dois? Eu simplesmente estou aqui e vocês estão ai. Eu cresci, eu vivi, eu aprendi, eu conheci gente e um mundo novo. Minhas possibilidades e oportunidades são tantas que meu maior problema tem sido escolher entre elas. E vocês só estão ai.
 Eu estou aqui escrevendo isso, não é de sofrimento não, de forma alguma. É de indignação mesmo! Eu sempre soube que tudo que eu não quero na minha vida é voltar atrás, retroceder e você para mim é isso. E mais, sempre soube o lugar de vocês e o meu, nunca estivemos, nem nunca estaremos no mesmo nível. Você fala "fixar" e "maiá" e eu nunca apresentaria você como meu namorado à minha família.
 Hoje eu tenho maturidade e uma certa coragem para dizer que você foi realmente a pessoa que eu mais amei. E o meu jeito de dizer isso, sempre foi fazendo o que você mais gosta, te deixando livre. Até que te deixei assim por tanto tempo que você se sentiu só, eu sei, eu entendi. Mas quando me faltava carinho, quando me faltava sexo, quando me sobrava carência, quando eu só tinha você ai sim, a gente era só nosso. Isso para mim é amor, claro que é! Ser um do outro sem lamentar o passado e nem pensar no futuro. Se não for amor, nada mais é. E a verdade é que vivo desse amor, é ele que me resta, quando não me resta mais nada.
 Eu não larguei tudo por você. Como já disse antes, eu poderia, mas não. Eu larguei por mim, por ter outros planos. Mas larguei sabendo que você estaria comigo, como sempre esteve, como sempre estive. Esse foi o meu erro, achar que você faria por mim o que eu sempre fiz por você: ESPERAR. Esperar você aparecer, você ligar, você chamar, você assumir. Não, eu não acho que errei ou que estou errando, só acho que é hora de parar. É, então é isso, esse foi o seu jeito de pedir para eu parar, então PAREI.
 Acho que essas minhas palavras podem ser divisoras de águas, talvez você nunca me perdoe por estar falando assim... Dela, de você, de nós. Mas a verdade é que isso já não tem tanto importância para mim. Você sempre volta e se dessa vez não voltar, talvez seja para melhor, talvez seja para sempre.

Da que confiava em você, Marcela Lopes.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Em algum momento vocês vão se encontrar. Seja no meio de qualquer canto da cidade ou curtindo um mesmo status no Facebook. Não importa quem terminou ou porque terminaram. O fato, é que aquela pessoa que participava da sua vida na mesma frequência que você calçava chinelos, não existe mais no seu dia-a-dia e anda solta por aí. De amigo íntimo de todas as suas cores de calcinha, de repente, aquele cara se transformou num estranho fora do ninho. E o pior: ele já está construindo um ninho novo, que pode estar em qualquer canto do planeta terra. Existe a possibilidade dele surgir no meio da rua trocando de calçada ou esbarrando em você no corredor do shopping. Encare: enquanto não diminuem os preços de passagens para marte, é inevitável, você e seu ex podem se ver qualquer dia desses.
O que esqueceram de te contar é que o mais difícil não é o o término, é o pós termino. O mais difícil não é aquele primeiro momento que você fica sem. É ver algo que te pertenceu, dias, meses ou até anos depois, andando por aí, como se o passado não existisse, como se ele não soubesse mínimos detalhes bobos sobre a sua personalidade. Como por exemplo, que você odeia catupiry. A gente não sabe se um estranho gosta de coxinha com ou sem catupiry. Mas se ele tem uma memória boa, ele sabe isso de você. Então é mais ou menos isso: você virou uma estranha muito conhecida. E ele também.
Você vai ter que cumprimentar, sorrir, dar dois beijinhos (evitem isso, vai que acontece um lapso de “onde eu beijo mesmo?”), dizer que está ótima – mesmo que não esteja – e em caos extremos, caso der de cara com figura na farmácia, se esconder atrás da prateleira de absorventes. O reencontro, que você imaginou por meses como seria, provavelmente sairá de uma forma totalmente diferente. É que momentos constrangedores, estranhos e que nos fazem agir como robôs, nunca saem como o planejado. Namorado é passageiro, ex é para sempre. Então, por via das dúvidas, não esqueça de sair de casa com um pouco de blush. Vai que, né?