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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Confissões de um amor mundano.


"Em que está pensando?"

Peço-lhe as mais sinceras desculpas por, mais uma vez, não resistir. Não acho que eu ainda consiga te convencer de que o sentimento mudou, passou... Poderia ter passado, mas eu não quis, nós não quisemos deixar que tudo se esvanecesse. Eu sei, era inevitável a minha volta, você sabia, você esperou. Mesmo que acompanhado. É mais que justo, nunca fui só sua, mas você esperou. Eu sempre soube... "Em que está pensando?", você me pergunta como se já não soubesse, como se não tivesse me esperado arduamente por longos 242 dias, para que aquilo se realizasse. Eu sei, não desconheço essa espera, nunca disse que não te esperei... Esperei, mesmo acompanhada. Nunca te esqueci, nem por um segundo. "Você me ama!", você insiste incansavelmente em me dizer. Eu nunca disse que não, mas não espere ouvir um sim, não numa segunda-feira, mesmo de lua cheia. Não em um SMS eloquente em uma madrugada de verão. Só... Não espere. Talvez por termos esperado demais... É isso, acho que esperei demais. De mim, de você, de nós, acho que sim... Talvez por isso você já não apareça mais nos meus sonhos, talvez por isso já não inspire-me a escrever. Talvez seja falta de assunto, ou mesmo excesso de coisas a serem ditas, coisas que jamais diremos. Talvez seja o calor, ou a chuva, talvez a noite nem esteja tão bonita assim. Talvez deveríamos ter esperado mais... Em que eu estava pensando? Achando que um beijo mudaria tudo e que viveríamos em paz a partir daí. Achando que nos encaixaríamos como se fosse da primeira vez... Gozado, acho que nunca nos encaixamos. Talvez possa ser isso. Não, não vá embora, fique mais. Não estou reclamando da sua companhia, nem dos seus beijos ardentes ou de você estar de chinelo, só... Só acho que esperei demais... Ou de menos. Acho que idealizei um momento e puf... Desapareceu! Em que estávamos pensando? Quando nos preocupamos mais em fazer charme do que realmente aproveitar o tempo que tínhamos? Quando nos escondíamos de nós mesmos, quando ficamos apenas... Esperando. Peço-lhe desculpas por, mais uma vez, não resistir e, sei lá, estragar o momento... Acho que ele, talvez, já tenha se perdido... Desde o dia em que eu fui embora e você não foi atrás...

Marcela Lopes

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