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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Como vão as coisas?


Formiga, segunda-feira, 24 de janeiro de 2011, 02:31 da madrugada.

Meu amor,

Tive tirando um tempo pra mim. Para pensar na vida, nas escolhas, ações, e claro, em mim.
Sempre gostei de me definir, mas estranho mesmo é que cada texto que escrevo me retrata de um jeito diferente, parece que mudo por conveniência. Pode ser... Mas eu sei que em algum lugar, talvez nem tão fundo quanto pareça estar, eu seja verdadeira.
Uma coisa é certa, sempre falei nos meus textos, de amor e de como sou má e forte. Eu simplesmente acreditava nisso, e me sentia meio que “empurrada” e transparecer isso aos outros.
Tem sido um período difícil, minhas ações remeteram a uma coisa que saiu totalmente do meu controle. Tenho chorado, esperado, rezado, e mais do que nunca tenho prestado atenção, em mim, nas pessoas.
Você já não confia mais em mim, e isso é incrível porque eu sempre confiarei em você e no seu amor por mim, independente do que você fez ou venha a fazer. Mas sabe, você tem me dito tantas coisas... Coisas que você me escondeu desde o começo por medo de me perder, coisas que eu já imaginava, e outras que eu nunca imaginaria... Você tem me assustado, e mais do que nunca me confundido. Mas a verdade é que não te culpo. Pelo que você fez, por nada...
Tenho mesmo essa mania, essa que você diz, de eu sempre querer levar a culpa por tudo. Deve ser por eu achar que sou forte e que aguento as conseqüências. Ou melhor... Eu achava que era forte! Ou melhor ainda, eu sabia que não era, mas repetia isso tantas vezes que comecei a acreditar. Até que você me sacudiu. Sacudiu mesmo, em todos os sentidos da palavra. Você me sacudiu e disse: - Marcela, para! Para de ficar se fazendo de má, você não é má, eu sei que não, você não é assim!
Eu não sou? Eu não sei. Mas você me disse isso me sacudindo com tanta convicção que eu juro que acreditei! Não por querer acreditar, não por repetir até me convencer. Mas é que isso parecia ser mesmo verdade. Me mostra? Quero ver que não sou ruim, porque até hoje tudo que eu fiz, voluntária e involuntariamente só me mostrou o contrário.
Eu sei, você me conhece, como ninguém jamais me conheceu. Eu sei...
Essa é a primeira vez que me sinto aberta o suficiente para escrever algo pra você, logo eu que sempre me gabei por não precisar perder as coisas/pessoas para saber dar valor. A gente sempre cai na própria armadilha...
Eu sei... Vai ser difícil de você me perdoar, mas me responda... Por favor, me responda! Porque eu consegui te perdoar tão fácil? Porque eu não fui forte o bastante pra dizer: - Eu errei, mas você também errou, não me julgue. NÃO! Eu estava ocupada ao seu lado me lamentando e implorando seu perdão. Logo eu que nunca tinha escrito nada pra você.
Deve ser isso mesmo o amor... Espero sinceramente que seja, porque se não for, eu começo a ter medo do que será.
Eu tinha planos, você sabe. Nós tínhamos planos! Talvez eu tenha estragado tudo, talvez não tenha mais volta, mas eu te amo muito mais agora, e não é pelo sexo, nem pelas atitudes, nem porque você tem se mostrado muito mais maduro, é porque antes eu não tinha medo, antes era tão fácil e acessível. Tenho saudade de você assim, tão meu, tão você. Talvez não volte nunca...
Prometi esperar, eu sei. Prometi que não desistiria de você. Mas ás vezes parece que você está esperando eu desistir, às vezes você joga as coisas na minha cara e fica falando coisas sem nexo que me fazem queimar por dentro. Espero que me entenda, isso não é um tchau, um adeus, muito menos um até logo. Mesmo que pareça... Eu só precisava desabafar, eu precisava conversar com você, mas a gente sempre discutiu e não chegamos a lugar nenhum, ou então a gente se olha e se beija e parece que tudo some e não temos mais coragem de voltar ao assunto.
Eu te amo, já te disse? É que tenho medo de que você se esqueça. Tenho medo de você se esqueça de que também me ama. Tenho medo de que não me perdoe. Mas de uma coisa eu juro que não tenho medo, eu não tenho medo de fazer de novo. Não tenho medo de não resistir, ou de deixar de te amar. Porque eu sei, hoje mais do que nunca, que é você que eu amo!
Ta, to arrumando falasada, eu sei. Mas é que dói, dói muito! Nunca doeu assim... Espero que pra você não doa tanto...
Você é tão forte e viril, mas só eu sei, só eu te conheço assim, desse jeito que você tem tanto medo. Só eu sei como você é por dentro, mesmo você lutando para se esconder. E eu sei, você é frágil, sozinho... Sozinho não, porque você tem muita gente que te ama. Você é só... Minha mãe sempre quis me ensinar a diferença entre os dois. Acho que encontrei a definição perfeita. Você.
Talvez eu tenha sido seu refúgio durante esse tempo, talvez por isso você ainda esteja aqui comigo. Talvez essa seja sua dificuldade em me deixar. Talvez por isso você seja agressivo, e sei lá, tão complicado. Mas eu estou aqui, eu sempre estive, sempre estarei, você sabe... Eu sou só sua, mesmo que tenha te mostrado o contrário. Você é só meu, eu sei, não precisa ficar repetindo.
Você é minha grande história, e primeira, juro que nunca disse isso a outro e nem penso em dizer novamente. Você é o que eu quero levar na minha memória por longos anos, até que eu já não me lembre mais que tenho memória. Você é quem eu sempre quis, para mim, para o meu futuro... É você quem eu quero que seja o pai dos meus filhos, do Cadu e da Lavínia (mesmo você não gostando desse nome). Você me mostrou o que é família, e eu sempre choro quando eu falo essa palavra, quando escuto... Você é a minha família! É única que eu tenho, é que me dá paz, me dá abrigo, me faz feliz. É quem me consola, me dá conselhos, e é que eu sei que nunca vai me abandonar... Eu sempre achei que família era isso, nunca abandonar...
Sei que deve estar chorando agora, lendo com os olhos embaçados tudo isso que eu te escrevi. Sabe, isso é uma coisa que sempre admirei em você, o seu romantismo. Eu posso ser a única pessoa que já te vi chorar na vida, mas sei que isso quer dizer alguma coisa. E sim, você já chorou por mim, não adianta essa de dizer que é um cisco no seu olho, ou que é porque você esta espirrando. Você me ama, é isso. De um jeito que te dá medo... Eu sei disso porque é exatamente assim que eu te amo. Te amo assustadoramente. Sinto abstinência de fizer 2h sem você. Acho que eu não agüentaria todo o resto da vida...
Sabe uma coisa que me deixou triste? Você não querer mais usar aliança, alegando que a gente só ta ficando. Pode assumir, você não quer usar porque nunca quis, nunca achou que fosse importante... Nunca se sentiu confortável com ela, então porque usou? Porque se forçou a usar? Não precisa fazer as coisas para me agradar sempre, não precisa... Outra coisa, nós não estamos apenas ficando, nós somos namorados e você sabe, sabe que ficantes não vão jantar com os sogros, não vão pra praia que fica do outro lado do pais junto, não fazem amor. Caia na real. Você ta fugindo de novo... Igual foi quando começamos. Você está fugindo da responsabilidade e sabe que abomino isso.
Você quer mudar de escola, ótimo! Vá estudar mais, se preocupar com seu futuro, mas não vá achando que vai ser fácil não, porque não vai. Vai ser pior, na outra escola não terá eu ao seu lado, te dando forças pra continuar ali. Pense nisso, até quando você vai ser só mais um lá? Quem garante que não vai entrar marcado já? Não dá pra saber... E quem vai te apoiar? Seus colegas? Não faz hora com a minha cara, né? Só quero que saiba, que você pode contar comigo, se ainda quiser.
Quero te dizer mais uma vez que te amo e que não vou a lugar nenhum, não sem saber se você toparia ir comigo. Não pretendo desistir de você, apesar de às vezes parecer ser o mais correto a se fazer. Não pretendo me vingar e essas coisas clichês. Não espero que você me perdoe fácil, apenas por ter lido um texto enorme que passei a madrugada escrevendo. Só espero o que sempre esperei de você, amor...

Te amo maior de o infinito inteiro.
Marcela Lopes.

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