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domingo, 24 de janeiro de 2016

Sobre Normalidades

Não é normal o quanto eu te quero. E se eu pesquisasse algo assim no Google, acharia milhares de pessoas falando a mesma coisa. Não se achando normais. Achando que tem algo novo, diferente, de tudo que já tiveram, de tudo que todos têm. Acho melhor mudar minha afirmação inicial: Não é normal, para mim, o quanto eu te quero.
Sempre existem uma ou duas... mil razões, para eu escolher o mesmo tipo de pessoa. Mas você se encaixa perfeitamente no papel. Eu gosto de jogos, eu gosto de ter alguém para cuidar e, eu gosto do momento em que as máscaras caem e tudo se encaixa.
Se eu fosse uma Serial Killer, poderia traçar o perfil das minhas vítimas com clareza: Solitários, de poucos amigos, não usuários de drogas, infelizes, sem fé na humanidade, prováveis pensamentos suicidas, não entendem as mulheres (o que viram neles? porque os fazem sofrer?), baixa autoestima, recente ganho ou perda de peso para tentar contornar isso (como se funcionasse...), desilusões amorosas frequentes e/ou intensas, pouca ou nenhuma experiência sexual (poucas parceiras). Perfil psicológico da assassina: demonstra sérios problemas psicológicos, desiquilíbrio entre a razão e a emoção, tendendo a agir de forma racional para conseguir algo que deseja emocionalmente. Solitária e satisfeita com sua condição quando os que querem estar perto não satisfazem suas exigências. Não desiste facilmente do que quer, e nem dificilmente, podendo beirar o ridículo diversas vezes. Prefere toda hora do que sem parar, devido suas condições corporais. Formou ao longo dos anos, esse perfil para vítimas, involuntariamente ou não, por saber que são acessíveis, maleáveis e que ficam, suprindo assim sua carência afetiva. Quando começa a carência por algo mais físico, começa a se sentir mais frustada que antes. É isso que eu sempre quero, que alguém fique. Não para sempre, eu não diria isso assim, de cara. Que fique não só enquanto precisar, mas enquanto eu precise. 
A falta de normalidade, não termina no tamanho do meu querer. Existe também a forma totalmente nova de lidar com essa querência. Não parei de jogar, pois sei que passado o clímax, o jogo acaba. O que é ruim porque esse jogo é gostoso, mas eu quero muito que chegue o  momento em que todo mundo se desarme, respire fundo, e diga: O jogo acabou, estamos apaixonados. O que no fundo já sabemos, mas como podemos ter certeza? Eu não confio no que eu sinto, impossível confiar no que você possa sentir. 
Eu poderia aproveitar essa oportunidade, que aqui estou escrevendo sobre você para dizer. Mas eu não quero ser a primeira a dizer. Nem a primeira a cumprimentar, nem a dar o primeiro beijo. Eu quero esperar sua atitude, esperar você estar pronto. Talvez você não leia isso, talvez eu não te mostre. Então vou dizer bem baixinho: Queria estar com você. Cada momento que me deito e assisto algo bacana, penso que você deveria estar vendo comigo para conversarmos á respeito. Toda vez que saio de casa, espero te encontrar. Não importa o horário, ou onde eu esteja indo, estou preparada e desejando trombar sem querer com você. Cada vez que meu celular avisa que chegou uma mensagem, eu espero que seja sua e mais que isso, eu espero que seja sua falando que se resolveu. Que me quer, que me quer agora, que está vindo, não importa a maquiagem de ontem, o cabelo preso no alto ou os pelos de gato... Eu sonho com você quando durmo e sonho ainda mais quando estou acordada. Queria tanto poder te dizer, que é tudo bobagem, que vai passar, que eu vou preencher o vazio, que eu te quero mesmo quebrado. Mas não posso estragar meu disfarce, além do medo que tenho de não conseguir te consertar. Eu sempre consegui, entende? À essa altura você já deveria estar aqui. Mas sua decepção foi pesada e sempre te decepcionaram, não é mesmo? As mulheres que deveriam cuidar de você vão embora. Eu quero ficar. Mas não sei se fico pra sempre. Queria te fazer entender o quanto todos somos substituíveis e que, no fim, todos passamos. Mas não posso, não posso afirmar isso.
Não sei se sou a melhor pessoa para julgar o que é normal ou não. Não posso dizer que não estou normal, porque não lembro quando foi que estive. O fato é que estar bem como estou, não me parece normal...

Marcela Lopes

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