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terça-feira, 30 de março de 2010

Terceiro:

Eu sei, tu já esperava um depoimento meu hoje. É que a madrugada me inspira, e hoje mais do que nunca a noite, as estrelas e principalmente a lua estão inspiradoras... Como é lindo se abrir com alguém, mesmo sabendo que esse alguém nada espera de você, que esse alguém nem se importa com o que diz, ou que esse alguém pode não ter nem ouvido... Estranho seria isso pra você, amigo? Talvez por pensar demais nos meus medos, eu resolvi não pensar dessa vez. Talvez por amar demais, eu resolvi não amar dessa vez... Seria o mesmo que ocorre com você? Às vezes penso que tudo que eu falo a ti, sobre ti, sobre mim, parece ser confuso aos teus olhos, outras vezes tu te tornas tão compreensivo e confiante que nem eu mesma sei dizer que tu és, nem você mesmo sabe julgar a quem tu se parece... Ás vezes lobo, as vezes cordeiro (como em um filme adolescente ridículo)... Vai dizer que não? Vai dizer que é sempre você mesmo? Eu não sou sempre o que eu gostaria de ser, eu não estou sempre bonita, alegre, efusiva, confiante, simpática e nem com minha alta alta-estima como tu me conhece... Ás vezes só o tempo pode nos dizer quem somos, e ta ai o lance da idade. Idade não diz quem somos, idade não amadurece, idade não é nada alem de um pretexto que os homens usam na hora de escolher as mulheres a quem namoram... Você não amadureceu com a idade, você amadureceu com a vida, e posso dizer, com toda a certeza desse mundo, que amadurecemos pelo mesmo motivo: excessos (amor demais, ódio demais, liberdade demais, confiança demais, desconfiança demais)! Talvez não concorde comigo, assim, de primeira... Talvez precise amadurecer mais, ou tomar algumas doses a mais. Ou pode também concordar, não sei, não te conheço e sinceramente, começo a ter medo de conhecer... Como não temer alguém que teme a si mesmo? Não te critico, te falo o que sinto, o que vejo, o que penso... Sinto que devo, vejo que não posso e penso que seria ótimo!

Você me inspira, seu enigma me consome.

Marcela Lopes





(Depois desse não salvei mais, que triste...)

Segundo:

Vou morrer amanhã, e agora é sério! Qual será a emoção de ouvir minhas ultimas palavras, logo você muleque piranha (quem é difícil também fixa), com essa vida de maiação, o quão seria especial pra mim se eu não te decifrasse e soubesse o que se passa no fundo, no fundo em seu coração... Não me parece dificil saber, ao te ver tão parecido comigo, poderia dizer até que seria o eu homem, imagine, eu seria você com certeza, com seus defeitos e virtudes, com suas falsidades, com seus medos mais ocultos mas que a mim se revelam mesmo sem você querer, sem perceber... A você não me faltam palavras, elogios, criticas, talvez mais criticas do que elogios... Mesmo que eu gaste meu vasto vocabulário falando merdas com você por horas, mesmo depois de já serem 5 da manhã e a gente já estar morto de tanto beber e pular, não faltam risadas para compartilhar com você meu amigo. Amigo homem é difícil, e pra você amiga mulher mais ainda, eu sei, eu sinto... Se é difícil confiar em alguém não confie, viva, curta o momento, goze de sua vida a vontade, amanhã poderá ser seu ultimo dia de vida, ou poderá ser o meu!

Marcela Lopes

domingo, 28 de março de 2010

O primeiro texto, dos muitos que te mandei.


------, pensei em uma coisa hoje e como você sabe tudo que eu penso eu compartilho com você, então resolvi te contar...
Sabe o que eu mais admiro em você? A sua desonestidade, a sua capacidade de não deixar se abalar, de não acreditar em ninguém, mas cá entre nós, como pode confiar em alguém, um alguem que não confia nem em si mesmo?
Não, eu não estou te maiando... Eu gosto mesmo disso, de você falar que eu não posso confiar em você, porque isso só me faz confiar ainda mais... Não, não tenho medo! Pode-se confiar em um desonesto, com certeza, porque a gente sabe que ele sempre será desonesto. Mais amedronto-me com os honestos, a gente nunca sabe quando a desonestidade irá florescer.
Por isso continue assim, tenha coragem, não assuma seus medos, o mundo é dos espertos e, pode confiar, somos um deles.
Obrigada por cada minuto de atenção, mesmo que este tenha sido um minuto perdido, obrigada por cada conselho que você me dá mesmo sem perceber, obrigado por sempre me levar quando eu peço!
Eu não te amo, e você não pode confiar em mim.
Beijos.

Marcela Lopes


(Resolvi, depois de tanto tempo, postar... Não é lindo?)

Inspire-me


Passei o dia inteiro pensando em umas coisa legal para postar... Não sei se já perceberam mas ando sem inspiração, faz tempo que não posto nada que seja realmente meu... Tenho postado músicas, textos de comunidades, até fotos. Mas onde está a Marcela nisso tudo? O fato que é estou feliz, estou mais linda do que nunca, mais viva do que nunca e muito melhor, estou mais livre do que nunca! Me livrei de tudo aquilo que me fazia mal, mudei meu futuro, achei uma pessoa legal, arrumei amigos responsáveis e lindos! Isso tudo me fez um bem danado, apesar de não ter me livrado totalmente dos meus problemas e nem dos fantasmas que me assombravam, me sinto como se estivesse longe deles...

Não pensar mais em você, no que passamos juntos e no que poderíamos ter passado foi bom, me trouxe paz, me aquietou. Mas por outro lado, não vejo mais sentido algum em minha palavras, não imagino o seu destino nem a repercussão delas em minha vida, porque não sinto mais que elas sejam suas, não sinto mais que precise ouvi-las e muito menos sinto a necessidade de dize-las a você. O mais entranho disso tudo é que eu ainda te amo como sempre amei, ainda te sinto ao meu lado como sempre senti, a diferença básica é que hoje sou feliz pelo que tenho, por tudo que aprendi em pouco mais de 5 meses lutando a cada dia por você, por nós. Hoje não sinto mais que estou vivendo minha vida em vão, justamente porque eu estou vivendo! Não beijo mais ninguém pra te mostrar, não bebo mais pra poder me declarar, não faço nada por você e sim por mim! Aproveitando cada segundo, me divertindo o máximo que posso só penso em você quando me sobra tempo, quando me falta ocupação... Desculpa, acho que isso não é um bom sinal. Posso estar crescendo, posso até estar te esquecendo, só não posso deixar se perderem as palavras.
Foi bom ter mudado, foi bom ter crescido, mas nada disso se compara com a alegria de reler o primeiro texto que escrevi para você... - Ele não está aqui no meu blog, as vezes até tenho vontade de posta-lo só para que as pessoas vejam o quanto te amei! - Não quero perder você, não como amigo, nem como amor, porque isso seria uma coisa complicada de se pedir. Apenas quero mais de você em meus textos e mais de mim neste blog... Por isso suma, desapareça por dias! Uma vez você me disse, que a saudade esquenta qualquer relacionamento, mas a verdade é que, para se deixar saudade é preciso primeiro ter estado presente. Não se esqueça de voltar...


Marcela Lopes

quinta-feira, 25 de março de 2010

Amor e ódio.

Sempre achei que ambas eram coisas passageiras e controláveis ao longo do tempo, que só deixa as pessoas enlouquecidas e insanas. Apesar de serem completamente distintas, os meus pensamentos sempre estiverão certos, ou quase. Quando ama, o ser humano fica enlouquecido pelo outro, se esquece de todas as regras e padrões, não se importa quem é que está amando, só quer de alguma maneira possui-lo. Não negue que já fez planos mirambolantes para ficar ao lado de quem se ama. O amor e o ódio possuem uma linha fina que os delimitam, mas a diferença é que o amor cura e o ódio destrói. O amor te une, a raiva destrói. Antes de agir com ódio, pense no amor, pois ele te salvará da solidão.

As palavras têm vida,


e ganham o sentimento de quem as escreve.

É tão fácil.

...Mas ao mesmo tempo, tão complicado. O que fazer com a nossa vida? Aproveitar sem medo, ou ter medo de não aproveitar? Não quero ficar velhinha e pensar 'poxa, porque eu não pulei no rio naquele dia de frio?' quero fazer tudo o que meus pais não fizeram, fazer tudo que meus amigos não quiseram, tudo que eu puder! Eu posso, me deixa ser feliz, idiota as vezes. Mas eu tenho certeza que não vou me arrepender de ser alegre ao extremo! Quero amigos para a vida inteira, quero pessoas que me amem, me dêem atenção. Quero familiares pra me apoiar e inimigos pra derrubar. Quero tudo, tudo que eu tiver direito, porque da minha vida, eu faço o que achar melhor. E o melhor pra mim é curtir!

terça-feira, 16 de março de 2010

Amizade...

Pro Fausto:

Faustim...
Não. Faustim não, Fausto Henrique, Faustim é para os intimos, HAHA.
Quando eu mudei pra Bambuí, perdi muitas amizades aqui em Formiga. Acho que arrumei tantos amigos ai, que nem me lembrava de cuidar dos que eu tinha aqui. Agora que eu voltei, percebo o quanto é importante manter uma verdadeira amizade. Então, estou querendo mostrar para as pessoas, que não quero perde-las, porque eu realmente as considero!
Claro, você não poderia estar de fora.
Você surgiu em minha vida no momento em que eu mais precisei, me fez perceber quem realmente era bom pra mim, e a eliminar quem não estava dentro dos meus padrões. Você esteve do meu lado a cada minuto nesse fim de ano, e eu nunca, NUNCA, terei como te agradecer por isso! Quando ninguém se importava com, se eu vinha eu ficava ai, você sempre me ouviu e me fez pensar sobre o assunto. Obrigada por cada lição de moral, obrigada por cada cortada que você me deu, só assim é que eu pude perceber quem eu realmente era, e se quem eu queria ser agiria como eu estava agindo. Você foi meu melhor e único amigo nesse momento.
É uma pena que não podemos prever nosso futuro, e nem escolhermos o que queremos de fato, mas quero que nunca se esqueça de que, se eu pudesse escolher, seria pra sempre a Marcela que você conheceu. A vida é assim, a gente muda, o nosso mundo muda. Mas a verdade é que o a amizade, o conforto e a intimidade que eu sinto por você continua a mesma, mesmo depois de eu ter feito de tudo para estragar isso.
Não espero morrer cedo, e ainda vamos aproveitar demaaaaaaaais dessa vida! Ainda teremos muitas festas, você ainda vai me levar tonta e pervertida para casa muitas vezes e eu ainda cuidarei de você por muitos anos novos!
Te considero demais, valeu por tudo Faustyle!

P.S.: E pode deixar, estou tendo muito juízo, mas se tiver um B.O. eu te ligo ai! rs

Amizade...

Pra Malisa:

Eu quis te escrever as coisas mais lindas. Tudo bem do nosso jeito, tudo romântico como a gente gosta. Mas você não imagina como é difícil escrever coisas para você, não a nada que eu possa dizer que você já não saiba, não há sentimento no meu peito que ainda esteja oculto, não existem palavras para que eu possa lhe descrever o quanto eu preciso de você. Não da sua amizade, nem dos seus conselhos e carinhos, e muito menos das suas palhaçadas, e sim, de você inteira. Como é bom ouvir o meu telefone tocar todos os dias da minha vida e ouvir você contar como você tem uma vida difícil, e todos aqueles blábláblás que você insiste em me falar. Como é bom sair com você, em fubazar (GERAL) com você! Você é minha melhor amiga, meu anjo, minha paz. Você me entende, me completa, e todos aqueles outros clichês que enchem os depoimentos. Amo seus pitis, suas crises, suas vontades insanas, suas caretas, seus bordões inesquecíveis; Maísa, pulei pra sua garupa, e não vou NUNCA mais sair. As vezes eu morro de dó de você, mas de boa, nem ligo. Acorda pra vida, sá! Não me mate de saudades. E nunca, NUUUNCA, se sinta só! Você tem eu, e mais, tem a fubazada inteira aos seus pés! Minha narizudinha preferida! Você não vale nem 5 reais (eu valho 20, huhu)... Mas mesmo assim eu gosto de você. Só não vou te prometer que vai me ver quando o dia chegar! HAHA. Quem é você e o que fez com a Maísa? De rolé com no$! 1,2,3,4! TE AMO, E ENFUBAZARIA SEMPRE POR TI! Abandonada, assim que eu me sinto longe de você.

Amizade...

Pro Tortinha:

Meu amor, tu sabe como eu tô me sentido, e com isso tenho vontade de mostrar pras pessoas o quanto eles são especiais pra mim... Não quero perder mais ninguém, simplesmente por não saber cuidar. E é claro que não poderia faltar você, né?
Quando combinamos de ser apenas amigos, não imaginei o quão amigos seriamos, nunca dei muita trela praquele menino estilosinho que eu via todos os dias na pista. Erro meu! Como eu queria ter te conhecido antes de mudar... Fico imaginando quantas coisas eu perdi, quantas coisas você pederia já ter me ensinado, quantas noites insanas a mais teriamos, quantos carnavais?
Juro que não sabia que você era assim, assiiiim, se é que você me entende. Que isso nunca imaginei que você fosse amigo do Tchetcheca, e nunca, nunca pensei o quanto eu precisaria de você um dia!
Todo mundo me pergunta se a gente é namorado, eu só rio! Eu só rio de você também, quando tenta consolar meus problemas de um jeito estranho, mas saiba que eu te amo! Te amo mesmo, sem medo de dizer isso, sem medo de perder o que eu sinto. Porque de boa, três dias que você não entra no MSN eu já fico louca, imaginando o que está acontecendo, viajando que você ta me trocando por uma catilanga! HAHA
E aquele dia que você me ligou, achei tãaaao bonitinho! Não acreditei! HAHA, foi ótimo conversar com você, preciso muito de vocês do meu lado, porque você não imagina o quanto eu estou me sentindo sozinha aqui, todo mundo que é importante para mim ficou ai, a 80km da minha casa. Nem é muito, eu sei... Mas queria vocês todos do meu lado, sempre!
Te amo Tortinha, muito!

Amizade...


Pro Babão:

Babão, eu te aturo! HAHA
Só queria te dizer que é ótimo perder horas conversando com você quando a gente encontra nas festas, quando poderia estar fazendo algo melhor, como beijando alguém ou pegando mais bebida! Quero que saiba que eu torço muito por você e acredito no seu potencial! Você é muito esperto e vai conseguir realizar tudo que espera. Até já sonhei com o negócio de cobras de que tanto você fala! Morro de saudades de você aqui, e vamos bombar na Festa do Preto! Vou arrumar uma menina bem louca, pode acreditar... E ai você vai concordar com o que eu te disse.
Te adoro, se cuida.

Amizade...



Pro Tchetcheca:

Que grande a saudade que eu tava de te apertar!
Faz tempo que eu venho querendo te falar o quanto você é especial pra mim, que ficou marcado todos os momentos que passamos juntos, e que nunca, nunca iriei te decepcionar!
Apesar de você nunca atender o celular, apesar de você das vezes que você ficou me embassando, apesar de você sempre bodar, cada abraço que eu te dou, que cada vez que eu escuto você falando que esta com saudades, compensa.
Queria eu ter te conhecido antes, e ter tido tempo pra fazer muito mais! Mais festas, mais loucuras...
Esse ai que é o DJEDJE? Credo que menino estranho! Quem diria que hoje, você seria tão especial pra mim!
Morro de saudades de você aqui. Formiga precisa de um Tchetcheca, pra me levar bêbada pra casa, pra ficar até altas horas conversando comigo na pracinha. Tô esperando você e o Juan aqui, pra eu te apresentar as minhas amigas mais gatinhas e te mostrar o quanto a noite aqui é depressiva... Não seria se eu tivesse vocês aqui!
Mas fazer o que né?
Te amo Dje²!

Que saudade de Bambuí!


Senti saudades, vontade de voltar, fazer a coisa certa, AQUI É O MEU LUGAR!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Esse silêncio é paz?

Mesmo Sozinho - Nando Reis

Uh... Baby
Por que você foi pra tão longe?
Não precisava tanto
Bastava só não telefonar

Uh... Baby, baby, baby, baby
O que aconteceu?
O ar não foi suficiente?
Você não viu, você sumiu
Mudou de lugar

No mais, estou vivendo normalmente
Não vou ficar pensando
Se tivesse sido o contrário

Estou feliz
Mesmo sozinho
Esse silêncio é paz
Nesse momento cai
Uma forte chuva
Quem vai ficar chorando?

Uh... Baby!
Sabe do que eu sinto saudades?
Do seu sorriso de manhã
E do quarto tão desarrumado

Uh... Baby
Saiba que eu gosto muito de você
Espero que esteja feliz
E bem acompanhada

Normal, estou vivendo simplesmente
Não vou ficar pensando
Se tivesse sido contrário

Estou feliz
Mesmo sozinho
Esse silêncio é paz
Nesse momento cai
Uma forte chuva
Quem vai ficar chorando?


terça-feira, 9 de março de 2010

Desculpe, tive um devaneio.

A vida é um devaneio. Tudo que fazemos, sentimos e dizemos mais tarde serão o motivo de um devaneio, e quando você se deixar levar por pensamentos passados saberá exatamente a importância das lembranças em nossas vidas.

(Trecho do texto do meu companheiro, Paulo)

Será que eu já posso enlouquecer?

Vou falar uma coisa, essa música nunca me agradou! Rachava de rir quando eu a escutava... Deus, como a Pitty pôde decair tanto? Mas agora vem chegando a Calourada e ele vai vim em Formiga, entao me deu vontade de escutar. Só agora percebi o verdadeiro significado da letra, e como ele se encaixa perfeitamente com o momento que eu estou vivendo.
Então tá ai, espero que gostem! Marcela Lopes

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
"Só não desonre o meu nome"

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber


segunda-feira, 8 de março de 2010

Tentei te falar, você não me ouviu...

Você pediu e eu já vou daqui
Nem espero pra dizer adeus
Escondendo sempre os olhos meus
Chorando eu vou, tentei lhe falar,
você nem ligou

Eu nunca consegui me explicar
Por que você não quis me ouvir falar
E deixo todo meu amor aqui
Jamais eu direi, que me arrependi
Pelo amor que eu deixar

Mas da saudade eu tenho medo
Você não sabe eu vou contar todo segredo
Esses caminhos eu conheço
Andar sozinho eu não mereço
E você há de entender, a gente tem que ter
alguém pra viver

Se você quer eu vou embora
Mas também sei que não demora
Você é criança e vai chorar
Só então vai compreender
que muito amor eu dei
E eu quero ver, você lamentando
meu nome chamar

E quando um dia isso acontecer
De você querer voltar pra mim
O meu perdão eu vou saber lhe dar
E jamais eu direi, que um dia
você conseguiu me magoar

Eu nunca consegui me explicar...

(Nando Reis)

O sabor do azedo.


Só quando se prova o sabor do que é doce, é que podemos perceber tamanho o valor que davamos ao que é azedo. Não é querendo cuspir no prato que comi, por mais amargo que fosse o gosto matava a fome, acabei acostumando. Me apeguei num prato comum demais, ao mesmo arroz com feijão de todos os dias, acabei esquecendo do purê, que eu tanto gostava.

Gulosa, me empanturrei. Que pecado. Explodi. Hoje, não me contento mais com o pouco, agora comigo é na base de restaurantes, cada dia um prato novo, cada dia caras novas em minha mesa. As vezes me pego pensando em repetir a dose, só mesmo pra saber se o gosto mudou, mas penso melhor, não quero voltar para monotonia de uma vida rotineira. Os mesmos defeitos, a mesma falta de sal e excesso de pimenta, limão, e tudo que me ardia a boca.
Hoje quero o doce, o salgado, o cremoso, o crocante, o cru e o mal passado. Quero experimentar de tudo, desde os sabores exóticos, até as pamonhas. Quero qualquer coisa que possa matar minha vontade, minha ansiedade, minha fissura. Só não quero o sabor do azedo, novamente, em minha vida.

Marcela Lopes

O texto que eu escreveria, se já tivesse sido escrito.

A bela e o burro

Ontem depois que você foi embora confesso que fiquei triste como sempre.

Mas, pela primeira vez, triste por você. Fico me perguntando que outra mulher ouviria os maiores absurdos como eu, e, ainda assim, não deixaria de olhar pra você e ver um homem maravilhoso.
Que outra mulher te veria além da sua casca? Você não entende que está perdendo o paladar para o que a vida tem de verdadeiro e bom. É tanta comida estragada, plastificada e sem sal, que você está perdendo o paladar para mulheres como eu. E você não sabe como vale a pena gostar de alguém e acordar ao lado dessa pessoa, ouvindo ela respirar quietinha enquanto dorme, linda. E quando você dorme quietinho assim, eu sei que, apesar de eu não abalar sua vida em nada, você precisa de mim.
Você não sabe como isso é infinitamente melhor do que acordar com essa ressaca de coisas erradas e vazias. Ou sozinho e desesperado pra que algum amigo reafirme que o seu dia valerá a pena. Ou com alguma garotinha boba que vai namorar sua casca. A casca que você também odeia e usa justamente para testar as pessoas "quem gostar de mim não serve pra mim".
E eu tenho vontade de segurar seu rosto e ordenar que você seja esperto e jamais me perca e seja feliz. E entenda que temos tudo o que duas pessoas precisam para ser feliz. A gente dá muitas risadas juntos. A gente admira o outro desde o dedinho do pé até onde cada um chegou sozinho. A gente acha que o mundo está maluco e sonha com sonos jamais despertados antes do meio-dia. A gente tem certeza de que nenhum perfume do mundo é melhor do que a nuca do outro no final do dia. A gente se reconheceu de longa data quando se viu pela primeira vez na vida.
E você me olha com essa carinha banal de "me espera só mais um pouquinho". Querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez se não tem mesmo nenhuma mulher melhor do que eu. E sempre volta. Volta porque pode até ter uma coxa mais dura. Pode até ter uma conta bancária mais recheada. Pode até ter alguma descolada que te deixe instigado. Mas não tem nenhuma melhor do que eu. Não tem.
Porque, quando você está com medo da vida, é na minha mania de rir de tudo que você encontra forças. E, quando você está rindo de tudo, é na minha neurose que encontra um pouco de chão. E, quando precisa se sentir especial e amado, é pra mim que você liga. E, quando está longe de casa gosta de ouvir minha voz pra se sentir perto de você. E, quando pensa em alguém em algum momento de solidão, seja para chorar ou para ter algum pensamento mais safado, é em mim que você pensa. Eu sei de tudo. E eu passei os últimos anos escrevendo sobre como você era especial e como eu te amava e isso e aquilo. Mas chega disso.
Caiu finalmente a minha ficha do quanto você é, tão e somente, um cara burro. E do quanto você jamais vai encontrar uma mulher que nem eu nesses lugares deprê em que procura. E do quanto a sua felicidade sem mim deve ser pouca pra você viver reafirmando o quanto é feliz sem mim e principalmente viver reafirmando isso pra mim. Sabe o quê? Eu vou para a cama todo dia com 5 livros e uma saudade imensa de você. Ao invés de estar por aí caçando qualquer mala na rua pra te esquecer ou para me esquecer. Porque eu me banco sozinha e eu me banco com um coração. E não me sinto fraca ou boba ou perdendo meu tempo por causa disso. E eu malho todo dia igual a essas suas amiguinhas de quem você tanto gosta, mas tenho algo que certamente você não encontra nelas: assunto.
Bastante assunto. Eu não faço desfile de moda todos os segundos do meu dia porque me acho bonita sem precisar de chapinha, salto alto e peito de pomba.
Eu tenho pena das mulheres que correm o tempo todo atrás de se tornarem a melhor fruta de uma feira. Pra depois serem apalpadas e terem seus bagaços cuspidos.
Também sou convidada para essas festinhas com gente "wanna be" que você adora. Mas eu já sou alguém e não preciso mais querer ser. E eu, finalmente, deixei de ter pena de mim por estar sem você e passei a ter pena de você por estar sem mim. Coitado.

Tati Bernardi

A ultima carta que ficou sem mandar.

Pareço um sapo cego dando uma linguada no ar, não vejo o inseto, mas sei que ele está lá. Molho o ar na espera de lamber sua coxa, a pele com menos pêlos atrás do seu joelho. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo perfeito e boquiaberto por causa da barriguinha. Quem sabe descobrir alguma sujeirinha ali no umbigo, um resto de algodão, um resto de salgadinho vagabundo, um resto de prazer. Eu te amava depois do banho, eu te amava indo trabalhar sujo de mim, eu te amava humano e eu te amava, sobretudo, alienígena e com sono de sentir a vida.
Sinto saudades de respirar o mais profundo possível, como já escrevi antes, perto de sua nuca. E descobrir novidades sem nome e sem solução. Sinto saudades de me perder tentando entender de que tanto você sorria, de que tanto você brilhava, de que tanto você se perdia e se escondia.
Peço licença ao meu ódio tão feio e tão infinito para te amar só mais uma vez. Quero te amar sozinha aqui, na minha casa nova, em minha quase nova vida. Quero esquecer todo o nada que você representa e dar contorno aos desenhos que não saem da minha cabeça. Nunca entendi seu coração, nunca entendi seus olhos,nunca entendi suas pernas, mas só por hoje queria poder lamber sua fumaça para que ela permanecesse mais, pesasse mais.
É libertador esquecer meu desejo de vingança, a vontade que tenho de explodir sua vida, o vício que tenho de passar mil vezes por dia, em pensamento, ao seu lado. E pisar em cima da sua inexistência e liberdade. Chega disso, só pelo tempo em que durarem estas letras e a música que coloco para reviver você, vou te amar mais esta vez. Vou me enganar mais uma vez, fingindo que te amo às vezes, como se não te amasse sempre.
Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como podia ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo. Ainda assim, há meses, há séculos que se arrastam deixando tudo adulto demais, morto demais, simples demais, exato e triste demais, eu sinto sua falta com se tivesse perdido meu braço direito.
Esse amor periférico, ainda que não me deixe descoberto o peito, me descobre os buracos. Não são de suas palavras que sinto falta. Não é da sua voz meio burralda e do seu bocejo alto demais para me calar e me implorar menos sentimentos. Não é, tampouco, do seu abraço. Sua presença sempre deixou lacunas e friagens que zumbiam macabramente entre tantas frestas sem encaixe.
Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existe morte para o que nunca nasceu.
Sinto falta mesmo, para maior desespero e inconformismo do meu coração metido a profundo, de lamber suas coxas, a pele mais lisa atrás dos joelhos. Lamber sua virilha, sentir seu cheiro, brincar com seu umbigo, respirar sua nuca, engolir sua simplicidade, me rasgar com sua banalidade, calar sua estupidez, respirar seu ronco, tocar sua inexistência, espirrar com sua fumaça.
Sinto falta da perdição involuntária que era congelar na sua presença tão insignificante. Era a vida se mostrando mais poderosa do que eu e minhas listas de certo e errado. Era a natureza me provando ser mais óbvia do que todas as minhas crenças. Eu não mandava no que sentia por você, eu não aceitava, não queria e, ainda assim, era inundada diariamente por uma vida trezentas vezes maior que a minha. Eu te amava por causa da vida e não por minha causa. E isso era lindo. Você era lindo.
Simplesmente isso. Você, uma pessoa sem poesia, sem dor, sem assunto para agüentar o silêncio, sem alma para agüentar apenas a nossa presença, sem tempo para que o tempo parasse. Você, a pessoa que eu ainda vejo passando no corredor e me levando embora, responsável por todas as minhas manhãs sem esperança, noites sem aconchego, tardes sem beleza.
Sinto falta da raiva, disfarçada em desprezo, que você tinha em nunca me fazer feliz, sinto falta da certeza de que tudo estava errado, mas do corpo sem forças para fugir, sinto falta do cheiro de morte que carregávamos enquanto ainda era possível velar seu corpo ao meu lado, sinto falta de quando a imensa distância ainda me deixava te ver do outro lado da rua, passando apressado com seus ombros perfeitos. Sinto falta de lembrar que você me via tanto, que preferia fazer que não via nada. Sinta falta da sua tristeza, disfarçada em arrogância, de não dar conta, de não ter nem amor, nem vida, nem saco, nem músculos, nem medo, nem alma suficientes para me reter.
Prometi não tentar entender e apenas sentir, sentir mais uma vez, sentir apenas a falta de lamber suas coxas, a pele lisa, o joelho, a nuca, o umbigo, a virilha, as sujeiras. Sinto falta do mistério que era amar a última pessoa do mundo que eu amaria.

quarta-feira, 3 de março de 2010

Monólogos

por Angel Inoue.

Detesto gente do tipo monólogo. Gente que, em um bate papo, fala e fala de si, de seus problemas, de seus dissabores, de suas vitórias, de seu namorado, de sua yôga…. e não deixa ninguém falar. Eu tinha uma amiga que era bem assim; todo mundo vivia fugindo dela “a mala”, “a chatonilda”, como era conhecida. Ela era legal, tinha cultura, não era vazia, conhecia coisas bacanas e gente incrível, mas fala sério, ninguém gosta de ouvir monólogo. Nem quando ele parece interessante e a protagonista é cheia de ideias. Eu, como não sabia dizer não (e hoje, graças a Deus, acho que aprendí) ficava hoooras a fio ouvindo a bendita falar. Juro que na maioria das vezes, ela ia embora e eu não sabia dizer o que ela falou. Nossos amigos em comum sempre tinham de “ir ao dentista”, ou “levar a tia para fazer passeio turístico” nessas horas. Uma outra, mais cara de pau, até ficava na conversa. Dormindo, é claro.

Em uma era tão individualista e cheia de tecnologias que podem nos afastar uns dos outros, nada é mais tão enriquecedor quanto um bate-papo. É nele que se descarrega o que estava “entalado”, se rí das próprias desgraças, se troca informação, dicas preciosíssimas, impressões, deliciosas memórias do passado e claro, muitos bafons. Mas para isso, tem que deixar todo mundo falar.


(amei o texto e resolvi postar.)