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quinta-feira, 17 de julho de 2014

Sabio Caju Fumaça

Um dia, ouvi um sábio dizer que não valia a pena sofrer por amor, e que de tudo que aprendera em sua breve vida, esta era a única lição que tinha valido a pena.
Eu sofro por amor desde que era criança e mandava cartinhas (sim, pelo correio) para um menino da minha sala, que “namorava” mais duas, uma vez cheguei a me casar de mentirinha com outro menino de quem eu gostava quando já era um pouquinho maior. O sofrimento ficou um pouco maior quando eu beijei na boca a primeira vez, e eu sofri dois anos por um, e mais do que isso por outro. Até que eu perdi a virgindade (oh! Ela não é virgem), e aí o sofrimento mais que duplicou. Mas, eu só sofri de VERDADE, quando eu namorei a primeira vez, e assim, descobri o que era amor (A-M-O-R).
Até que, DO NADA, eu parei de sofrer. Não porque não sinto, ou porque não quero, ou porque não gostava o suficiente, mas sim, porque eu sei que passa. E de tudo que aprendi, em minha, até então, breve vida (vinte - e quase um - anos), essa é a minha lição. Têm pessoas que evitam relacionamentos, com medo de sofrer... Já eu, esbanjo relacionamentos porque sei que não vai ser o ultimo, e não vou morrer por causa disso (dele), pelo menos nunca morri.
Um amigo me disse algo (então bêbado, talvez ele nem se lembre) que me fez racionalizar a respeito. Somos induzidos (para não dizer manipulados) a acreditar naquela história de metade da laranja, tampa da panela, etc, etc, etc... Mas quem é que escreveu assim? Eu, que sempre fui dessas de ir contra paradigmas pré-estipulados pela sociedade, mais uma vez me vi diante de uma “verdade” questionável.
De antemão, devo te dizer, te amei e te amarei se (e somente se) estiver bom para mim, me fizer bem para alma, corpo e mente. Enquanto for saudável e sustentável. Onde começa o sofrimento, acaba o amor. E talvez, vez ou outra eu tente salvar tal amor, por acreditar que valha a pena, ou eu deixe você ir, ainda te amando por saber que não vale. Quem diz que se ama com o coração mente, ama-se com o cérebro, é este que sente, o coração apenas bombeia sangue um pouco mais rápido porque o cérebro manda.
A gente vive inúmeras vidas dentro da nossa própria. São histórias, erros e acertos, nos quais você pode permanecer ou abandonar. Mas pense comigo, meu bom leitor, vale a pena viver uma história, sozinho? Vale. Se você for feliz assim. Vale a pena viajar o mundo sozinho (conhecendo pessoas), vale não ter que depender ou dar satisfação, vale pensar em si mesmo, vale criar seu filho da maneira, como você julga certo. Vale gastar o seu dinheiro com você e ter que conviver apenas com as suas dívidas, e dúvidas e confusões. E vale por você não ter que fazer ninguém conviver com as suas também.

Um dia, se você encontrar uma pessoa, que conviva bem com seus problemas, que partilhe dos seus sonhos e ambições, que queria viver a vida da mesma maneira que você sempre quis viver a sua, que queria conhecer os meus lugares, que contrata a mesma operadora de celular, que tenha os mesmos vícios que você, e que não precise mudar ou ser mudado, aí então... Eu não sei o que você deve fazer, provavelmente eu não deixaria tamanha perfeição escapar, mas não acredito nessa de par perfeito. Arrisque, quando acabar, saiba que acabou e vá embora. Simples, rápido, fácil e muito menos doloroso.

Marcela Lopes

domingo, 29 de junho de 2014

BSB

                Me pego a imaginar a gente viajando mundo a fora. É estranho, porque sempre imaginei viver essas minhas aventuras sozinhas...  Você sabe disso. Mas, quais seriam as aventuras que você gostaria de viver? Nunca conversamos a respeito. O fato é que nunca conversamos sobre você. É sempre sobre mim; eu, eu, eu. Você gosta de me ouvir, gosta das horas em que passamos nus; com você abraçado à minha bunda, me ouvindo contar sobre tudo que já fiz e tudo que ainda tenho vontade de fazer. Mas e você?
Imagino o que você estaria fazendo nesse exato momento, como você diverte-se, sobre o que conversa com seus amigos, o que você bebe... Qual sua essência de narguilé preferida, o lugar do mundo inteiro onde você gostaria de estar, qual é seu ídolo, a música da sua vida, a história da sua vida, a mulher da sua vida. Seria eu? Bem que eu poderia ser.
                Não me esqueço de você falando como você me acha interessante e linda, e como você não consegue me olhar sem imaginar loucuras. Pois eu te olho e... Gostaria de imaginar tais loucuras, mas imagino calma. Mas uma calma boa e quente. Um aconchego. Gosto de como você de deixa bem depois do sexo. Gosto de como você me deixa livre, mas não completamente solta. Gosto de ser sua amizade colorida, no meu tempo isso se chamava pau-amigo. Mas, ei, eu não consigo ficar com mais ninguém. Eu só penso em você, é verdade.
                Não queria atrapalhar meus planos, nem os seus (se eu soubesse quais são). Acontece que eu penso demais, sempre fui assim. E você diz que também pensa. Eu não sei se acredito, mas se isso for verdade, acho que você é novo demais para pensar. Quando decidimos arriscar, decidimos não pensar, não sei se você se lembra, e naquele momento eu realmente não pensei. Você pensou? Fico feliz por você dizer que não se arrepende de nada. Eu também não. Você foi “a coisa mais importante que já me aconteceu nesse momento, em toda a minha vida”, e eu não tenho explicação melhor que essa.
                Más línguas dizem que estamos apaixonados, mas é aquela história, enquanto as más línguas falam de mim, as boas percorrem o meu corpo. Eu definitivamente não estou apaixonada, mas eu definitivamente gosto de você. Gosto da situação, gosto do jogo, gosto da loucura, gosto do ontem não/hoje sim/amanhã talvez. Gosto de te dar esse prazer que você não conhecia e que ainda vai conhecer. Gosto do seu ser branquinho e sem nenhuma cicatriz (na pele e na alma), para compensar minhas inúmeras marcas da vida, gosto das suas poucas e bem localizadas gordurinhas, gosto daquelas suas cuecas samba-canção que você nunca usou, gosto do seu boné “abarreta”, de quando você tenta pagar de skatista, gosto de você tocando e cantando: “How long, how long...”, gosto das promessas e apostas (inúmeras apostas), gosto do seu cheiro de sabonete íntimo da Chanel, mas acima de todas as coisas, gosto da sua independência.
                Gostei de você desde a primeira coisa em comum que descobrimos ter (quase tudo), gosto das pessoas acharem que você é demais para mim e vice-versa, porque sabemos o que as pessoas falam. Gosto de você careca, mas estou morrendo de vontade de te conhecer de outra forma (apesar de ter medo de você ficar um gato e todo mundo te querer), gosto de fazer as coisas que você não gosta. Gosto de fazer você fazer coisas que não gosta, mas sei que faz porque gosta de mim, gosto de saber que você gosta de mim, e você gosta, eu sei que sim.

                Então, como já fizemos outras vezes, vamos agir sem pensar, vamos sofrer as consequências... Fica aqui agora, namora comigo, prometo fazer o casamento em Brasília.

Marcela Lopes

terça-feira, 3 de junho de 2014

LEIA - ME

Existem dois problemas em ser mulher de atitude: ou você parece apaixonada ou você parece atirada. Se pensam que você está apaixonada, alguma das duas partes vai sair decepcionada, ou o cara se apaixona e se decepciona ou se afasta e assim te decepciona, mas nem tanto, afinal, você não estava apaixonada. Se pensam que você é atirada, assim, como na primeira hipótese, alguém vai se decepcionar, ou o cara se afasta por medo de não dar conta do recado e te decepciona ou você decepciona ele quando ele descobre que você nem queria ele tanto assim. Há também uma comicidade em ser mulher de atitude: a gente sempre procura caras sem a mesma para se relacionar e depois se pergunta: porque não funcionou? Eu talvez não tenha uma tão vasta experiência assim para dizer, mas só quem me domina é quem me corta, quem me põe no meu devido lugar. A gente vive esperando uma atitude de quem nunca teve e nunca terá atitude.

Marcela Lopes

Que virou sweet...

Eu falo que tem alguém e as pessoas riem. Todo mundo pode gostar de alguém menos eu. Mas a verdade é que eu sempre sinto, talvez não seja o que as pessoas esperem que eu sinta, nem na mesma intensidade. E tá, eu minto, bom, omissão seria a palavra certa. Não sei sentir sozinha. Nesse momento eu estou sentindo. Não é amor, claro. Não é paixão, nem desejo, não é nada que se nomeie. Posso dizer que é um misto de vergonha, frustração e esperança. Poucas vezes ouvi um não tão não, quase ninguém tem essa audácia, mas essa palavra sempre me prendeu. Mas eu não sei sofrer... só sei sorrir, é da minha natureza ser feliz. Então acenei e segui meu caminho. O que me confortou foi saber que nunca gostei de você, gostei do que inventei de você. O porque da esperança? A vida é uma coisa tão mágica e surpreendente que a gente conhece, desconhece e depois acaba conhecendo a mesma pessoa diversas vezes. Quem sabe um dia nós dois pararemos de inventar um do outro e realmente descobrimos que combinamos. Ou não, porque a vida é isso. A vida é uma life!

Marcela Lopes

Você ainda a ama. Eu sei, aham, é. É complicado. Mas você tem que parar de mentir para si mesmo. Você ainda não percebeu que não conseguiu estar com ninguém porque gostaria de estar com ela, mas tá na cara. Porque você evita tanto falar dela e diz que a odeia, mas curte tudo que ela pública. Ela tá feliz, você sabe. Eu sei, sim, você também está feliz, mas vocês dois... já foi. Se isso tudo é ciúmes? Claro que é. Eu realmente queria que fosse por mim, mas não é, então, só podemos ser amigos, e eu só posso tentar te mostrar o que todo mundo vê. Sim, falamos isso na suas costas. É, eles também. Sim, todos. Desculpa.

Marcela Lopes

Bibi


Eu sei que você achava que eu gostava dele, mais que isso, eu sei que você sabia que, no fundo, eu também achava isso. Mas quando eu vi ele foi um "nossa, eu não gosto dele de jeito nenhum". A mesma polo Calvin Klein, a mesma calça Brooksfield e aquele tênis da Osklen que ele tanto queria e eu dei de presente. Engraçado, hoje eu já não consigo mais me lembrar se foi pelo dia dos namorados ou pelo aniversário de namoro. O mesmo cabelo e o mesmo corpo maravilhoso; ok, esse não precisava mudar. E eu, que emagreci e engordei tantas vezes em dois anos. Que mudei de vida, mudei de curso, mudei de cidade. Fiz novos amigos e me encontrei com eles. Tive todos os tipos de cabelo que pude comprar. Me vejo tão diferente daquela menininha imensamente apaixonada que eu era. Eu amei, amei tanto que não cabia em mim. Tinha tanto orgulho daquilo que de alguma forma eu possuía. Sim, eu adorava desfilar por aí com ele, eu adorava ver a reação que ele causava nas mulheres e nos meus amigos gays. Hoje acho isso tão ridículo, como eu pude abandonar todos os meus sonhos e minhas ambições por uma pessoa. Eu não era eu, e não há que não percebesse, e muitos me avisaram, fui cega e surda (muda, nunca consegui). Eu estou tão feliz. Eu posso dizer com todas as letras em caps lock: EU NÃO AMO NINGUÉM (família e amigos, vocês entenderam). Cara, mais do que isso, eu não quero ninguém. Estou completa e totalmente satisfeita com a minha companhia. Raramente me interesso por alguém e é uma coisa tão fraca e passageira, que nem vale a pena. Mas sabe por que? Porque meus sonhos estão de volta, e eu nunca mais na minha vida quero alguém para dizer que eles são bobagens, que eles nunca darão certo, e mais, não quero que meu espírito sonhador e aventureiro adormeça de novo. Talvez um dia, eu encotre alguém que partilhe das mesmas ambições e que queira viver as mesmas aventuras. Mas até lá, planejo realizá-las antes de me prender a alguém.

Marcela Lopes
Antes era mais frequente, hoje, raramente, tenho essa súbita e incontrolável vontade de escrever para alguém. Sim, sempre é para alguém. Como negar que tem um pouco das minhas tantas paixões em cada palavra do que escrevo. Desde que você surgiu eu venho escrevendo para você em segredo. Coisas que um dia, talvez, eu deixe você ler. Coisas que nem sei se você leria. Claro, eu não sou o velho Bukowski, mas também sei falar de boêmia e sacanagem. Não me lembro qual foi a primeira vez que te vi, mas me lembro perfeitamente de comentar com um amigo nosso que você era lindo, não sei porque ele ficou tão espantado com isso. Você é realmente lindo e qualquer uma poderia te dizer isso. Mas quanto tempo isso faz? Uns 4/5 anos? Falando da sua beleza, ela não é daquelas em que se olha duas vezes para ver se é verdade. Ela percebe-se em seus olhos e seu sorriso. Como quando você vê alguém e acha bonito, mas depois que essa pessoa te olha você acha ela simplesmente maravilhosa. Você é assim. Há uma coisa afrodisíaca em você quando você mexe as sobrancelhas, uma dessas coisas que para mim é totalmente irresistível. Você não tenta ser sexy, e talvez se tentasse não seria tanto. Você tem aquele jeito aventureiro, de gostar de natureza. Você tem aquilo de Pantera que eu acho bom, mas me ganhou de cara com Alceu Valença. E você tem um pé de Hobbit lindo, o que pode parecer bobagem mas para mim é importantíssimo. Mas o problema é justamente esse, eu te acho bonito demais. Eu te acho tão assim, que talvez não saiba apreciar suas outras qualidades. Sabe aquela história de "o problema não é com você, é comigo"? Se encaixa perfeitamente. É que você é todo romântico, calmo, na sua, beira a fofura. E eu sou sexualmente desesperada. Eu forço a barra eu sei. Mas, não é que eu esteja velha demais para isso, a gente nunca está. Só não estou nessa vibe... Esperar, ter calma, jogar, fazer charme, talvez me apaixonar. Não é isso que eu quero nesse momento. Pareço uma louca quando estou conversando com você, eu sei. Talvez até seja um pouco. Mas você e sua "val" filosofia hão de um dia entender. Talvez um dia eu também aprenda como lidar com você, porque por enquanto, nem ser sua amiga eu tenho conseguido. Você está cada vez mais distante. Entendo essa sua atitude, se eu fosse como você e tivesse uma mulher agindo como eu agi eu também reagiria assim. Não é que eu não consiga ser como você. Eu já fui, umas poucas vezes. E sim, foi muito bom. Quando eu amo, eu realmente amo muito. Mas eu não te amo, e não penso em te amar. Não sei porque, não consigo nos ver como um casal. Tudo bem que seria lindo e eu teria muito orgulho de você, mas será que você teria orgulho de mim? Será que você aceitaria quem eu já fui? É que eu já fui bem má. Consigo me imaginar te apresentando a todos meus amigos, e todos eles iriam adorar você, mas já posso ver a sua cara de timidez misturada com ~ te odeio ~. Não sei porque, é assim que eu imagino. Eu não abriria mão de todos que eu amo, mais uma vez. Enfim, cá entre nós, eu não estou te esperando, eu até tentei, engraçado, não sei porque fiz, mas fiz. Acontece que nunca consegui fazer isso por ninguém. Tenho essa natureza impulsiva, não mudaria. Mas quando você estiver pronto, para me conhecer de verdade e parar de me inventar, de tentar me entender, de me prever, de ouvir outras pessoas que nunca conheceram e nem vão conhecer de mim nada além do que qualquer um pode ver. Me procura. Eu sou legal. E eu sou até fofa. E sei guardar segredos. Prometo tentar me desarmar. Só para você.

Marcela Lopes
Eu quase não tenho aparecido online, não que eu não goste, não que eu tenha cansado, esteja velha pra isso, ou não tenha tempo. Só não quero te ver não me vendo. Não me notando. Não gosto de esperar você vir, sem resultado. E quem é que gostaria? Eu gosto de pensar em você. Faz-me bem, me sinto viva, achei que nunca mais me sentiria assim. Estou bem. Até te ver, falando de amor e solidão, de bar em bar, conversando coisas vãs com pessoas que nunca vi. Queria mesmo era poder te ver. Porque quando eu te vejo, e olho em seus olhos, você é muito diferente disso aí, e é tão divertido, e é bom te irritar. Mas eu só posso te ver de longe, pelas fotos em que te marcam e que mesmo assim você fica lindo. Pensei em te excluir, mas não poderia... e você fica aparecendo, aparecendo, sem nem mesmo saber que estou te vendo. Se pelo menos essa fosse a sua vontade.

Marcela Lopes
Oi, estou a uns dias criando coragem pra te falar uma coisa importante pra mim. Acontece que ja faz tanto tempo que a gente terminou, tempo demais, aliás, e aconteceram tantas coisas na minha vida que você nem me reconheceria... a gente terminou e você sabe que eu fiquei bem, mas descobri que na verdade eu tinha que ter sofrido. A tanto tempo a minha vida tem sido engolir a seco qualquer possibilidade de sofrimento. Eu estou tratando da minha doença e tenho estado ótima, até sexta-feira, quando minha psicóloga me fez perceber que eu estou me auto boicotando. Toda vez que eu começo a ser feliz, quando encontro alguém e quando começo um projeto novo eu dou um jeito de estragar tudo. Ela me disse uma coisa que no fundo no fundo eu ja sabia; meu inconsciente está te esperando. Não que eu fique pensando em você ou que eu torça pra que as coisas não deem certo pra você e sua namorada, mas quando eu tento gostar de outra pessoa, algo dentro de mim me diz que eu devia deixar o espaço livre pra quando você resolvesse voltar. Venho pensando assim desde que você começou a namorar e pela primeira vez caiu a minha ficha; talvez você não queria voltar nunca mais e apesar de eu sentir como se já tivesse encontrado o amor da minha vida e que deixei ele ir, eu preciso aceitar a sua escolha e saber que ela é consequência de eu não ter sabido como fazer você ficar pra sempre. Não quero ficar me justificando, nem falando que sei onde errei com você. Mas preciso falar que eu estava doente todo o tempo em que estive com você e que agora por estar tratando e por ter passado por muita coisa desde que a gente terminou: eu sou outra pessoa. E eu poderia passar o dia dizendo tudo que eu teria feito diferente, mas eu sei que você não gosta de ouvir lamentações. Só quero dizer eu amadureci uns 5 anos em um ano e que apesar de tudo isso eu ainda acho que você é o grande amor da minha história. Então, chegando no ponto que eu queria chegar desde o começo, eu preciso por um fim em tudo, no que eu sinto por você que só aumentou tudo esse tempo e nessa espera de você terminar seu namoro e voltar pra mim. Eu só preciso que você fale: Não Marcela, eu NUNCA vou te dar outra chance. Pra eu poder enfim dar uma chance pra uma pessoa que também está esperando a muito tempo. Mas pensa bem, porque nunca pode mesmo significar nunca. É isso, tenta me responder.

Marcela Lopes

Agora em minha cabeça passam tantas confusões que nem mais escrever eu consigo. Eu que sempre usei da minha confusão como inspiração, hoje espero a cabeça estar no lugar. Anos de analise e remédios para dormir me fizeram descobrir que meu problema é crônico; sofro de insatisfação crônica. O que eu tenho nunca é bom o suficiente, mesmo que eu eu saiba que seja. Acho que nasci pra ser boêmia, mesmo que queira ser mais que isso. Hoje, pela primeira vez, não vim aqui para confundir as coisas, não vim para lamentar e nem pra expressar minha imensa felicidade. Hoje, pela primeira vez, vim querendo paz. Estou sentada na sala de espera da minha psicologa, ela ainda não sabe, mas hoje vai ser sessão de tortura. Dói cutucar as feridas...

Marcela Lopes

Estou sentada nos bancos vermelhos da rodoviária de belô, com as malas gigantes servindo de apoio para meus pés e minhas havaianas azuis. Meus olhos cansados de verdade pela quebradeira que foi meu final de semana, olham fixamente para o meu celular enquanto digito meu segundo texto do dia. Tá certo, eu sei que minha mãe ligou e disse para eu não mexer no meu celular aqui na rodoviária, mas acho que não vi nenhum movimento suspeito hoje. Eu realmente não sabia sobre o que escrever, aliás faziam décadas que não tinha inspiração para escrever nada, aproximadamente uns seis meses... agora me deu um inside e acho que a culpa é sua! Confesso que não penso em você 24h horas por dia e nem tenho palpitações quando escuto seu nome. Nem sei porque tive essa vontade de escrever sobre você... Minha mãe me disse uma vez que sexo afeta a cabeça da mulher, por causa dos hormônios e essa babozeira toda, então dece ser isso, estou sexualmente afetada por você. Mas a verdade é que gostei de você e poderia enumerar todas as razões que me fizeram gastar R$50 de taxi para ir te ver. Quando te olhei pela primeira vez, pensei, é baixinho mas é gatinho. E ri sozinha ao imaginar meu avô te vendo e fazendo piadinha, porque eu já te contei, meu ex-namorado é gigante. Minha primeira impressão de você foi que você parecia ser mais velho, e puta que pariu, como eu gosto de caras mais velhos! Mas agora, acho que de tanto você falar acho que você parece ser mais novo do que você é mesmo, te dou 23 mesmo, apesar de você ter quase 10 anos a mais que eu! Imagina, você estava aprendendo como o pipi do papai encaixa do pepeca da mamãe enquanto eu estava nascendo! Eu não acho ruim não, na verdade eu adoro! Adoro você já ter se formado na faculdade e por isso não ter que ir na casa das "colegas" estudar.

Marcela Lopes


Oi, eu só queria dizer que foi tudo ótimo e que está tudo bem. Que apesar da minha pouca idade eu já passei por muita coisa e sei quando é bom, quando funciona. Quero falar que gostei, do seu jeito, do seu carinho da sua voz. Que valeu a pena cada minuto, cada suspiro. Que eu vou esperar, que já estava esperando. Que não tenho medo, que sinto que vai funcionar. É tudo novo e talvez não estejamos agindo baseados no mesmo objetivo, mas não, eu não tenho medo. Seja qual for o seu, o meu é você, de qualquer jeito e com qualquer motivo que venha. Tenho 20 anos de vida e 30 de experimentações, eu juro. E eu quero, e eu vou ter você nem que seja mais algumas horas. Desculpa se às vezes eu pareço não ter coração, eu tenho mas ele está guardado, mas ele está em um lugar fácil de encontrar... Você pode procurar, ou se quiser eu pego para você. Só deixa eu dormir mais um pouquinho, desculpa a canseira ou a falta de fôlego. Acho que é a vida, ou o palheiro... Quero te contar que minha mãe ligou e disse que que se você não for o errado pode ser que você seja o certo, ela sempre acerta, eu é que quase sempre erro. Mas calma, eu só vou te gostar se tiver certeza, te contei que a gente só ama três vezes na vida, então eu só tenho mais um chance, depois disso vou arrumar um gato. E quero repetir para você, puta que pariu mas que gato você é. E que eu tive que compartilhar com todos meus amigos gays suas fotos do Facebook, mas relaxa, não são muitos e você não conhece nenhum. E acredite se quiser, você é o primeiro cara espírita que fico. E gostei das suas excentricidades, de cada uma. E sério, se você tivesse pedido, eu tinha ficado... por ontem, por hoje, por uma semana, por um mês, por seis anos. E se você quiser ainda dá tempo... Mas pera, ainda é tão cedo para eu dizer isso tudo, deixa pra depois você descobrir o motivo que cantei Clarisse para você.

Marcela Lopes


Loop Infinito

Se durmo, não vou à faculdade, nem à academia, nem estudo. Se vou à faculdade, preciso escolher; ou vou à academia, ou estudo. Se vou à academia, preciso dormir, consequentemente, não estudo, nem vou à faculdade. Se não vou à academia, não viro panicat, se não vou à faculdade, não fico rica, se não durmo, não adianta ir para a faculdade ou à estudar, porque tô morrendo de sono. Se durmo, minha mãe fala que eu não tô estudando, se não vou para a musculação, minha mãe fala que eu vou engordar. Fora minha psicóloga, que eu não vou faz um mês. Chega final de semana, ou eu saio, ou eu estudo, ou eu durmo, o que eu faço? Durmo. Sério, amo dormir, só não mais do que comer, mas se sono não existisse .. aí eu poderia ir pro IF, partir para a academia, depois chegar em casa e fazer vinte exercícios de GAAL e Cálculo. Mas não tenho tempo nem de soltar pum, chego em casa ainda tenho que lavar e secar o cabelo, se eu pelo menos fosse careca... Me pergunta se tenho tempo para os meus seriados, ou livros? Não posso, tenho que estudar programação. Eu só conheço uma pessoa que conseguiu achar o "fim do loop infinito", mas acho que ele não vai me ajudar nessa.

Marcela Lopes

Pantera


SOBRE EXPECITATIVAS

Hoje decidi escrever sobre você. Há tempos venho ensaiando, mas nunca saia nada... Em minhas ultimas consultas com a psicóloga o assunto tem sido o mesmo, como seria perfeito. Não estou apaixonada, ainda não. Mas é uma linha tão tênue entre querer e amar. Claro, é madrugada, e a gente sempre fica meio nostálgica... Acontece que você mudou minha vida simplesmente com um beijo. Nem precisava de mais nada.
Agora estou aqui, aguardando ansiosamente o momento de te beijar novamente. Sabe por que foi tão bom? Porque eu não criei simplesmente expectativa nenhuma. Na verdade eu achei que seria horrível... Não que eu tivesse pensado muito a respeito. Agora tudo o que eu faço é criar expectativas, e eu já sei, e você já disse; você vai me decepcionar.
Estou tão diferente, não estou carente, o que sinto por você não é carência, não é simplesmente vontade... Na verdade, se você não quiser por mim tudo bem. Se quiser simplesmente conversar, ou apenas me dar um abraço... Eu já vou estar feliz. Pela primeira vez na vida eu não sinto a necessidade de conquistar. Claro, tem sido excitante esse jogo. Mas se deixa assim como está, por mim tudo bem.
Eu não quero namorar você. Não me vejo como sua... Eu só quero que você faça parte da minha vida e continue me fazendo tão bem. Ai, se você um dia me deixasse contar por tudo que passei, e do buraco que você me tirou!
Quando te beijo, não penso em outra coisa que não seja na gente nu. Já te imaginei com todos seus detalhes, e é tão lindo. Mas quando estou aqui, longe, eu não sinto falta disso. Nunca me toquei pensando em você, como eu teria feito se fosse antes. Não se sinta mal por isso, isso é sinal de que estou bem. Você me deixou bem.
Antes de dormir penso na sua boca. Nem é no seu beijo em si, que você sabe, eu já te disse, é o melhor. É na sua boca mesmo. Eu acho linda. Eu me imagino passando os dedos devagar em seus lábios, e você com os olhos fechados. Não sei por que, só imagino.
Ainda não chegou o carnaval, e em minha vida, os carnavais sempre mudaram tudo. Sempre acontecem coisas... Você não lerá isso até chegar a hora, talvez nunca leia. Mas o fato é que eu estou cheia de expectativas sobre você. Não sobre a gente, sobre você. Espero de verdade não me decepcionar, mas se caso isso acontecer, quero que saiba: eu vou sobreviver, eu sempre sobrevivo!
Minha mãe está com medo, há um ano eu tenho evitado qualquer tipo de envolvimento, para não ter qualquer tipo de decepção e seu provável sofrimento, mas cá entre nós, acho que está na hora de eu sentir um pouquinho.
Vejo-te quinta, beijos,
Marcela Lopes

2014


Ao som de TUDO BEM – LULU SANTOS

Há dias venho sofrendo de insônia, mas pela primeira vez não é por causa da depressão. Talvez eu já tenho tomado antidepressivos o suficiente, ou pode ser que, enfim, tenha encontrado o sentido da minha vida.
É a primeira vez que escrevo sobre isso aqui... Mas... Na verdade já estava tudo mais do que explicito em meus textos, desde o primeiro. O fato é que eu não me lembrava de ser feliz. Pelo menos foi isso que eu disse para o psiquiatra em minha primeira consulta, há quase um ano atrás. Como eu cheguei à esse ponto? Bom... Não é esse o foco desse texto.
2014 mal começou e já está parecendo ser o melhor ano da minha vida! Apesar de não conseguir largar o paiero, eu não coloquei uma gota de álcool na boca e nem usei nem um tipo sequer de droga. Bem... Talvez seja isso.
Em quantos textos eu já falei de carência ou de solidão? Eu já nem me lembro mais o que é isso! Eu estou me amando! Estou amando meus amigos, minha família linda... E o melhor, não estou apaixonada por ninguém!
Durante o tratamento, no ano passado, eu engordei demais, por causa de um remédio chamado Risperidona, que descontrolou todos os meus hormônios. Mas esse ano eu já consegui emagrecer 10kg, e continuo firme na dieta! Estou me achando linda e só tenho recebido elogios.
Fui obrigada a abandonar os estudos... De fato eu já não estava gostando mesmo. Mas tive que voltar para Formiga, pois precisava ficar “sob vigilância” constante. Todos tinham medo de eu tentar cometer suicídio. Acontece que eu tentei, mas não era eu, entendam, eu estava em “surto psicótico”, foi o que os médicos disseram. Eu chamo de “louca e drogada” mesmo. Esse ano eu começarei outra faculdade. Não é bem o meu sonho, mas era o que eu poderia fazer com as opções limitadas de cursos da federal de Formiga. Acredito que, quando se está de bem com a vida, como eu estou, tudo é feito com amor. Vou me dedicar sim. E se eu realmente não gostar, vou tentar outra coisa, porque não? Ainda sou muito nova.
Acho que eu cresci muito ficando tanto tempo sozinha... e claro, com todas as conversas com meus amigos e minha psicóloga. Mudei completamente meu jeito de lidar com o fato de estar solteira. Parei de “ficar por ficar” com as pessoas. Procuro afinidades reais e claro, um pouco de charme não pode faltar. Ando brincando que estou “na seca”, mas de verdade, pela primeira vez eu não sinto falta de sexo. Sabe qual a única coisa que eu sinto um pouco de falta? Ver um filme junto e ficar comentando, rs. Mas eu faço isso com meus amigos e já fico satisfeita! Ando lendo muito... mas nada preocupante!
Esses dias eu estou sendo um pouco controlada pelo Facebook, mas é por causa da insônia, eu fico meio sem nada para fazer e fico naquilo. Meus amigos devem estar achando um saco ficar aparecendo coisa minha toda hora, mas nem ligo.
Bom, é isso. Esse não é meu melhor texto, mas não era para ser. Espero que fiquem felizes por mim!
Marcela Lopes

Grande escritor?


Desde meados de 2009 que leio Bukowski, mas sempre li muito aleatoriamente, em blogs, ou quando me mandavam algum texto. Até que enfim resolvi comprar um livro. Sentei para ler hoje e não conseguir parar até que o livro terminasse. Porque esse filho da puta é tão bom? Ok, não gosto de rótulos, mas acho que sou mais feminista do que machista, eu não deveria gostar tanto dessa porra. Acho que gosto pela putaria.
Vou ter que confessar que eu gostava mais quando eu era aquela maníaca depressiva, suicida, bêbada e claro, quando eu transava. Agora que estou, vamos dizer que, bem, não me encontro tanto assim nesse tipo de literatura tão boêmia e psicopata. Mas eu não tô aqui para falar de mim, como tem sido ultimamente.
Porque merda você gosta disso? Ou melhor, porque meeerda você idolatra isso?
Sinceramente não acho que você se encontra. O que eu acho, de verdade, é que você sonha se encontrar. Você queria ser esse filho da puta, machista, agressivo, bêbado e claro fodedor. Como ser um grande escritor? GRANDE MERDA! Você queria era foder. Foder muitas e belas mulheres. Mas cara, você não é assim! Você é apaixonado, e muito. Você sofre, e muito. Você é desses que manda flores, e chocolates, e qualquer coisa que agrade.
Daí comigo, e só comigo. ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE COMIGO. A mulher que você poderia foder, e foder, e amar, e aprender milhares de coisas. E que não te faria sofrer.  Você resolveu ser Bukowski. Você vira e fala que não sente tesão em mim? Mas quanta besteira. Quantas mulheres você acha que sentem tesão em você? MERDA. Eu sinto. Muito. Sem explicação.
Preciso te dizer uma coisa. Eu não te odeio. Porque eu sei que tudo que você está tentando demonstrar ser, não é o que você é de verdade. E se for, a gente fode, se for bom, a gente fode mais, se não for, fim.
Não é que eu baseie tudo em sexo, é só que... eu gosto de você. De verdade. Eu queria ser qualquer coisa para você. Mas você não confiaria em mim, você não se abre para mim, você não conversa comigo, resumindo e falando o mais adiante possível, eu sei, eu sinto, que você não namoraria comigo. Então. Porque não sexo. Só para eu experimentar e tirar você da minha cabeça de vez?
O fato é que você é Bukowski e eu sou Tati Bernardi.

Marcela Lopes

JP


O fato é que eu tomei muitos remédios para dormir. Quando nem o primeiro, nem o segundo surtiram efeito sobre a força que tem meu pensamento em você. É que hoje não vieram em minhas utopias, alucinações comuns. Só consigo pensar em você pelado.
Não entrei em seu quarto, quando fui a sua casa, e você não estava lá, nem mesmo para apagar a luz do banheiro. Tive, mesmo, medo de não resistir a cheirar suas coisas, a procurar pistas de algo que nem sei o que. Passei direto, mas olhei. Brevemente, mas pude reparar em cada detalhe da sua bagunça. Sua bota molhada da chuva que nos pegou na noite anterior estava jogada próxima ao seu guarda-roupa aberto, parecia que você tinha fugido. Talvez tenha mesmo.
Agora aqui, deitada no meio dessa escuridão infinita onde só brilha a brasa do paiero, começo a imaginar como seria. A gente subindo a escada se beijando, e ameaçando cair para todos os lados, se segurando nas paredes até chegar à porta. Seria legal se você me carregasse da porta e me jogasse na cama, mas você não teria essa força. A gente se beijaria até chegar ao seu quarto, mas ainda na sala eu já teria tirado a sua blusa, aquela mesma polo azul da outra vez que ficamos. Você tem um peito lindo, que me dá vontade de te abraçar e não soltar nunca.
Você fecha a porta do quarto e fica olhando sem entender eu tirar o colchão da cama e colocar no chão, mas você vai entender. Encosto-te à parede e fico beijando seu pescoço, sua barriga e assim abro sua calça. Duvido que alguém um dia tenha te chupado como eu. Pode ser que eu realmente saiba o que estou fazendo, mas a verdade é que eu estou fazendo isso com paixão e isso muda as coisas. Eu sinto um tesão enorme em você, um tesão que eu não sei de onde vem, mas vem, e acaba comigo.
Não sei se o que você vai achar depois que eu terminar, não sei sua opinião sobre ser dominado, mas eu gosto de estar no comando, eu quero te dar o melhor de mim, o que você merece.
Jogo-te no colchão e tiro meu vestido, é claro que vou te dar o prazer de tirar meu lingerie, foi pra isso que eu comprei, de shortinho, como você disse que gosta.
Sento sobre você e começo a te beijar, seus beijos estão melhores do que nunca, e eles já eram os melhores da minha vida! Você tira meu sutiã, alguma coisa em você indica que você sabe o que está fazendo e eu sinto muita excitação nisso. Você como sempre é silencio. Eu queria ter algo a dizer, mas porque?
Tiro sua calça e sua cueca, e você tem pernas lindas! Eu nunca tinha visto suas pernas. Você é tão branco e lindo! Quero amarrar seus braços ao pé da cama, será que você gostaria disso? Acho que você teria medo. Vou deixar assim como está por mais um tempo.
Você me vira, e fica por cima de mim, de onde surgiu tanta força? Você tira minha calcinha. E, meu Deus! Você realmente sabe o que você está fazendo. Você quer me chupar, mas eu não deixo, eu sou assim. Então você continua com a mão e eu com a minha em você.
Eu pego a camisinha e você entende o recado, eu não aguento mais, preciso de você dentro de mim. Já na primeira bombada eu me contorço. É, eu achei que eu acabaria com você, mas é bem provável que você acabe comigo.

Marcela Lopes

Meu papel de parede do notebook e a capa de Dark Side of The Moon do Pink Ployd. Decidi que hoje vou falar sobre você. Tá certo, você já ouviu demais, está cansado de acusações, definições e jogos. Mas ainda está para nascer o homem que vai me impedir de falar.
Não me lembro ao certo em que circunstâncias nos conhecemos. Lembro que foi em 2010, talvez 2009. Lembro que eu ainda nem sabia que faculdade queria fazer e você já fazia cursinho. Olhando para nós hoje nem parece que você é 4 anos mais velho que eu.
Você era gordinho e lindo. Eu achava e minhas amigas também. Eu já pensava em te querer, mas não podia. Tinha aquele seu amigo lá, que era, pelo menos falava que sim, apaixonado por mim. E tinha aquela minha amiga, que se não era apaixonada, era doida com você.
O tempo passou, e como passou. Nunca mais tive notícias suas. Sabia que você namorava e que ela não te merecia, mas juro não saber quando ou quem me disse isso. Ouvi seu nome umas poucas vezes da boca do meu ex-namorado, vocês eram colegas de escola, uma coisa assim. Me lembro quando você fez sua tatuagem, mas não claramente. Não imaginava como você estaria depois de tanto tempo, nem me lembrava do seu rosto, sua voz, seu jeito, de você.
Então eu terminei. E você também, mas eu não sabia. Terminei e estava sozinha. Sozinha o suficiente para pegar carona com um cara que tenho nojo e ir para Bambuí encontrar uma pessoa que “conheci” pela internet. Quem diria, mas sim. Cheguei lá e essa pessoa não estava. Mas tinha outra, uma que eu já conhecia e já me agradava. Saímos. Uma amiga foi junto. Ficamos e ela disse: -Ele é a cara do Zé Manco. Falei: -PQP, nem sei a cara dele. Passou.
Passaram semanas, eu continuei péssima, mas estamos aqui para falar sobre você. Larguei a faculdade, juntei umas malas e fui fugir da realidade em Bambuí. Combinei com o Will de irmos a uma festa na República Katapulta. Ele então me manda uma foto do Lucas, queria saber o que eu achava da roupa dele. O Will sempre foi muito gay. Olhei a foto e pensei: “Nossa, que gatinho. Lembro que uma vez eu cumprimentei ele na rua achando que era o Matheus (ri sozinha). Vou ficar com ele na festa, porque não?” Puxei papo com ele no facebook, ele claro, achou que eu era louca. Ele claro, gostou.
Cheguei na festa, olhei para ele, olhei para minhas amigas e disse: -Vou pegar o irmão do Manquinho. Até então você era o Manquinho e ele o Irmão do Manquinho. Ele nunca teve nome e isso o mata de raiva. Umas disseram para ficar, outra disse: - Nossa você já viu o Manquinho? Ele tá um gato. Eu disse: - Mas ele casou. Mas se engana quem acha que fiquei com ele. Dei uns selinhos e saí. Não sei porque, não bateu. Ele achou ruim, mas nunca liguei. Então aquela minha amiga de outro dia disse: -Mas seu carma é o Manquinho em? Todo menino que você fica parece com ele. Eu ri, e falei que ela estava ficando doida, nem pensei muito no assunto.
No outro dia, eu chamei o Lucas no facebook e eu mesma peguei o telefone dele. Salvei no meu celular: Mankinho Baby e continua assim até hoje. Ele pegou o meu e começamos a conversar e ficamos. Nem sabia de você. Até aquele dia na casa do Fred... Chamei ele para ir, a Noelle disse: -Vamos! Seu irmão deve estar lá, porque o Pontinho tá. Olhei para ela com uma cara de: que que tem a ver? Ele disse que não. Falei no ouvido da Noelle: -Vai que eu confundo. Ela riu e disse para eu não falar isso para o Lucas. Chegamos lá e você realmente estava. Me lembro bem. De bermuda, blusa da Abercrombie e chinelo. Lindo, não minto. Noelle disse: -Olha ai, te disse que o Matheus era mil vezes mais bonito, cuidado para não confundir em? Rimos. Mandei mensagem no celular do Lucas: “Seu irmão tá aqui mesmo, anem, falei para você vir.” O celular vibrou ~ Mankinho Baby ~: “Cuidado para não confundir, em? RS.” Noelle e eu rimos mais uma vez. De fato rimos muito esse dia. Era gente demais falando para eu não confundir. E eu te olhava. E não conseguia parar de te olhar. E de rir. E eu queria confundir. E eu queria que você também quisesse. E você me olhava que eu vi. E eu com medo de você chegar no Noelle. Ao mesmo tempo pensando que seria bom se vocês ficassem para eu parar de pensar. E eu pensei nisso tudo aquele dia. E eu não tive mais paz.
Eu não conseguia mais parar de pensar em você. A cada segundo eu só pensava em largar do Lucas e ficar com você. Mas e meu bom senso? Eu sabia que você nunca iria ficar comigo se eu largasse. Menos ainda se eu continuasse. E eu já estava ficando louca por outros motivos, só arranjei mais um. E eu queria você de todas as formas. Eu imaginava a gente. Eu sonhava nossas transas. Eu te imaginava pelado. E eu nunca comparei você com seu irmão. Eu só queria ficar perto de você. Poder sentir seu cheiro, mesmo que estivesse de mãos dadas com o Lucas.
E ele sabia. A gente sente essas coisas. Ele sempre soube. E não pense que ele não sabe que a gente ficou, porque ele tem certeza. Eu nunca disse, acho que você também não, mas ele sabe. Ele via como eu te olhava, todo mundo via. Você sabia que eu te queria, e você me queria que eu também sabia. E eu falava para minhas amigas, que eu não estava aguentando. E eu larguei dele. Mas eu estava/estou/sou carente e voltei. Ele disse que eu sou louca. Ele sempre fala essas verdades. Mas quando te vi na festa a fantasia... Me lembro como se fosse hoje. Você, jogando seu charme para cima da Tayenne e eu querendo que fosse para mim. Você estava de calça jeans, aquela sua pólo listrada de azul e verde que eu amo e o tênis da Osklen. Você era o projeto de “Playboy do Alambique” mais gostoso que eu já tinha visto. Eu que queria. Tinha que ser meu. Era pressão demais. E eu sempre tive tudo que eu quis. E seu irmão mesmo diz que eu sou A Marcela Lopes. É claro que você seria meu.
Eu joguei. Você sabe disso. Você sempre disse. Eu joguei sujo com você. Eu menti, eu usei todas as cartas que eu tinha. Eu disse: - Se eu soubesse que você estava solteiro eu nunca tinha ficado com seu irmão. E claro, eu falei a verdade. Quis sumir. Como eu pude ter falado isso? Que tipo de vadia você devia estar pensando que eu era? Você deveria nunca mais ter olhado na minha cara e contado tudo pro seu irmão. MAS NÃO. Você gostou! Eu percebi, eu sabia, eu estava ficando doida, mas nem tanto. Você deu uma risadinha, você ia ficar e conversar mais, mas viu que eu fiquei morrendo de vergonha. Esse talvez tenha sido o momento mais confuso da sua vida. Você saiu. Eu quis nunca mais te ver e evitei você pelo resto da noite. Evitei até mesmo te olhar de longe. Estava com vergonha de mim.
Então você não contou para o seu irmão. Ele quem perguntou, porque ele sabia que eu tinha dito algo. Eu tinha falado pro Will. Eu estava bêbada e confusa. E você sabe que eu não sei guardar as coisas para mim. Então você falou. Fiquei com medo. Você nunca iria ficar comigo mesmo. Falei para ele que você tinha entendido errado, mas não voltei, claro que não. Já não era ele que eu queria. A muito tempo eu já não queria, mas agora era de jeito nenhum. Então teve festa na sua casa. E eu fui, claro que fui, você já me conhece; eu gosto do estrago.

Eu deveria ter terminado esse texto quando comecei... Você sabe, a história é mesmo hilária, mas o tempo passou, hoje nem lembro mais dos fatos, muito menos de você. Ri sozinha ao abrir esse arquivo no computador, em minha cabeça só se passa uma coisa: Marcela você é podre! RS

Marcela Lopes

poema de quando fui poeta em BH


Queria escrever pra você,
porque queria que fosse amor.
Mas se querer poder fosse,
queria não ser cedo demais para amar.

Mesmo querendo demais,
já se foi tarde,
para amar de novo,
recomeçar.

Eu tinha um dom, mas foi-se.
Cansou-se de errar.
Agora espera encolhido,
o amor certo o resgatar.

Há tempos eu não sou poeta,
esse dom fiz esperar.
Mas voltando trago esperança,
de um dia voltar a amar.

Marcela Lopes

REHAB



Estou a meses tentando uma coisa e não consigo; organizar as ideias. Parei para pensar e assim estou desde novembro. Minha cabeça já dói e eu estou cansada demais para reagir. Percebi que não escrevo nada há tanto tempo... Pode ser que isso me ajude nesse momento, já que não tenho ninguém para conversar a não ser eu mesma. Talvez quando chegar ao final desse texto você já esteja tão perdido quanto eu, ou, quem sabe lendo-o, você entenda e assim me ajude.
         Não conseguirei seguir pela ordem cronológica dos fatos. Nem me lembro mais o que veio antes, o que veio depois. Na verdade, não estou muito preocupada com o que virá também não...
Nunca gostei muito de citar nomes nos meus textos, apesar de gostar de me expor. Sério, eu tenho essa mania... Não devia, mas tenho. Já disse tantas vezes as tantas pessoas que: o que eu tenho vergonha de contar, eu simplesmente não faço. Quanta mentira. Faço tantas coisas de que me envergonho, penso tantas coisas que não devia... E conto.
Tem um cara, que fique aqui conhecido por “M”. Acho que é fase, passa. Mas ainda não passou. Ele me disse: Você é “dessas” que contam? Eu respondi que não. Mas ele sabia, ele sempre soube que não daria para esconder. Ele diz que eu sou louca. Talvez eu concorde.
Tem outro cara, vou dizer “L”. Adjacente. Poderia dizer aleatório, mas não. Adjacente se encaixa melhor. É aleatório, mas está perto o suficiente. Ele diz que eu não sei o que eu quero. E eu, eu fico impressionada como as pessoas me conhecem tão fácil... Uma vez eu fiz um texto, falando que eu sou casca. Sou isso que vocês vêem/lêem. Não tenho nada de profundo, oculto dentro de mim. Eu sou isso que aparento ser no momento, eu estou sentindo isso. Por dentro, por fora, é sempre igual. Alguém ainda acredita nisso?
Me aconteceu uma coisa que talvez prove. Eu estava feliz, rindo, divertindo, bebendo, fumando, conversando, talvez nem pensando. Quem me olhasse naquele momento diria: Nossa, a Marcela Lopes (uma coisa que eu não entendo/gosto é isso, eu ser a Marcela Lopes e não simplesmente a Marcela...) é sempre tão feliz! Poucas pessoas já me viram triste, e mesmo que viram, poucas deram atenção. Então estava eu, até me cansar e sentar um pouco. Veio a mim um amigo de longas datas, “R”. Eu nunca fui muito supersticiosa, ele sabe. Sou ateísta desde que penso e nunca fui muito de crendices. Eu sentada, ele olhando para mim de pé com um filtro dos sonhos pendurado no pescoço. Ele, com certa dificuldade o tira do pescoço, arreda meu cabelo e o coloca em mim. Eu parada, olhando para cima, para aquela cena, com os olhos cheios de água (eu já tinha entendido), não cogitei soltar nenhuma palavra. Ele disse: “Eu sei que você não acredita nessas coisas, mas acho que você está precisando.” Fiquei devendo um abraço, agora que parei para pensar.
É tão bonito isso, eu realmente precisava/preciso. Não de um amuleto, mas de amigos. Voltando para a adjacência do “L”, ele disse que eu quero pagar demais de autossuficiente. Eu? Logo eu que sou a pessoa mais carente que conheço. Preciso demais de pessoas, é um defeito gigantesco meu. Como um dominó, esse meu defeito me traz dezenas de outras “pequenas” tristezas. Eu me apego demais, eu dou valor demais, eu quero fazer feliz demais, e eu quero só para mim. Pessoas. A coisa que mais me intriga e atrai nesse mundo. Quero todas, quero entender todas, quero ter todas, quero saber de todas, quero ser de todas, quero ouvir todas e falar com todas também. Não que não me faça bem esses momentos de solidão. Mas pessoas são a minha salvação. Eu vivo para isso e por isso. Eu estou aqui agora porque tive pessoas que me conduziram. Eu chegarei a algum lugar por terei alguém para me alertar antes que eu pegue o caminho errado. Ou não? E se não aparecer ninguém nesse momento? E se aparecer alguém para me levar para o caminho oposto?
Vejo-me em situações ultimamente em que jurei para mim e para certas pessoas nunca me colocar. Me encontro cercada de pessoas tão diferentes de mim e que de certa forma não me acrescentam em nada. Eu tento sair. Tenho uma filosofia que aplico a quase tudo, claro, posso estar errada. Talvez essa minha filosofia seja só uma maneira de amenizar as coisas, disfarçar os erros, fingir, não assumir. O fato é que digo para mim mesma: Só de eu saber o que é certo eu já estou errando menos. Deu para entender? Só de eu tentar sair do problema, tentar resolve-lo, já é um começo. Então o “L” me diz que eu só vou parar de errar (em geral mesmo) quando eu parar de tentar e realmente agir. Dói ele estar certo. Dói eu querer mentir para mim mesma falando que estou acertando por estar tentando, quando realmente vou acertar apenas quando conseguir. Tentar não é conseguir. E será que eu estou realmente tentando?
Tenho uma coisa perigosa demais dentro de mim. Uma vontade que vem arrebatadora, incontrolável. De mudança. De desaparecer e depois reaparecer diferente. Acontece é que já fiz isso demais na minha vida e agora parece que se esgotaram as possibilidades de mudança. Parece que não tem mais jeito para mim a não ser continuar assim. Ou não continuar de forma alguma. Tenho pensado... Quanto mais eu mudo meu jeito de pensar, agir, ser, mais eu me aproximo da catástrofe que é ser quem eu realmente sou. Fiquei quieta, trancada dentro de mim por quase 4 anos até agora reaparecer. Voltou a Marcela Lopes que Bambuí conhecia. E tenho um pouco de vergonha disso... Vergonha de ter rodado tanto e voltado igual. Preciso parar.
Eu sei, parece que me acho quando eu falo: Marcela Lopes. Mas é que é tão diferente... É tão bom ser em BH a Marcela, que Marcela? Não sei. É tão bom conhecer pessoas novas e essas não saberem nada sobre mim também e assim a gente se conhecer mutuamente. Sem pressão entende? Sem o peso, a bagagem do nome. Sem medo também. Sem medo de mostrar quem eu realmente sou. Afinal, a Marcela Lopes tem um nome a zelar. Ela é durona, é decidida, sabe o que quer, é livre, feliz, cercada de “amigos”, de homens, tem o que e quem ela quer, corajosa, não aceita desaforo. A Marcela não, a Marcela é solitária, é triste, muito confusa, medrosa, preguiçosa e sem um pingo de esperança na vida. NÃO. Eu não tenho duas caras, eu não sou falsa com ninguém a não ser comigo mesma. Eu simplesmente não consigo manter a Marcela Lopes na ativa por muito tempo. Assim, ela vai embora. Com/como as pessoas que ela trouxe.  Vou-me eu e fico eu. Marcela. Até o dia que “a outra” resolva não caber mais dentro de mim e exploda. É como se fosse uma droga, entorpecente. Não vejo nada, não sinto nada, não faço nada, só aproveito o momento.
“M” diz que eu tenho que viver mais o momento. Depois diz que não posso esquecer o futuro. Ainda diz para deixar o passado no passado. Talvez ele esteja na mesma situação que eu, confuso. Talvez ele seja o único que tem conseguido ver a Marcela além da casca. E o que é pior que isso: ele talvez seja a casca mais difícil de romper que me apareceu por esses caminhos. Sim, ele já deixou algumas coisas transparecerem contra a luz. Mas tá tudo tão lá dentro dele. Você sabe, já manifestei aqui meu vício em pessoas. Preciso conhecê-lo o mais profundo que eu conseguir antes de deixa-lo ir. Ou melhor, antes de eu ir. Talvez, se dependesse dele, ele já estivesse ido para longe o suficiente. É só... É só que eu me importo com ele mais do que eu deveria. Pela primeira vez, não quero ele só para mim, eu apenas queria ser dele. Queria ver o que ele faria comigo e a que caminhos me levaria. Eu que já fui e voltei tantas vezes, já não me preocupo mais em ficar perdida. Só queria entender suas profundidades como ele, sem perceber, conseguiu entender as minhas.
Parece que me lembro de coisas que nem vivi. Nessa de expor meus defeitos, está ai mais um: sonhar demais e achar que sonho é realidade. Sonho é teoria, realidade é pratica. O triste é que eu sei, eu sei que na “vida real” as coisas fluem diferentes. Mas ao mesmo tempo é triste eu só conseguir me livrar dos sonhos se esses se concretizarem.
Você pode não ter entendido nada que eu disse nesse ultimo parágrafo, mas é que estou com um medo real. Medo do “M” ser o meu novo “F”. Tá tudo tão igual. E demorou tanto parar que passasse. Não deveria voltar. Casos inacabados: os que prendem todo ser humano. Pendencias. Foi assim com o “F” e eu não vou, juro que não vou deixar acontecer de novo. Eu só precisava correr atrás do “M”, puxa-lo pelo braço e dizer: “Vamos por outro caminho?”. Essa é a única forma de eu não continuar o seguindo, de moita em moita, pela estrada que ele escolheu.
Mas vamos parar de falar disso. Vamos falar de coisa boa?

(Pausa para segurar o filtro dos sonhos junto ao peito...)

Vai aparecer uma coisa boa... Tomara que seja a tempo.
Não queria terminar esse falatório todo falando de amor, casos, sei lá. Por que esse não é meu real problema. Eu sei que não é. Mas não me pergunte qual seria esse então... Eu já tentei tanto. Já chorei, conversei, escrevi, li, pesquisei. Eu não estou/sou bem. Nunca fui! Eu aqui, me virando do avesso para você que nem conheço. Achando que no fim você iria dizer umas poucas palavras que me fariam pensar e assim chegar a conclusões, abrir meus olhos e cabeça para realidade. Eu te pagaria a consulta e iria embora. Como se adiantasse. Como se eu já não tivesse tentado. Pensando em colocar um ponto final, vai ser agora.

Marcela Lopes