Antes
era mais frequente, hoje, raramente, tenho essa súbita e incontrolável vontade
de escrever para alguém. Sim, sempre é para alguém. Como negar que tem um pouco
das minhas tantas paixões em cada palavra do que escrevo. Desde que você surgiu
eu venho escrevendo para você em segredo. Coisas que um dia, talvez, eu deixe
você ler. Coisas que nem sei se você leria. Claro, eu não sou o velho Bukowski,
mas também sei falar de boêmia e sacanagem. Não me lembro qual foi a primeira
vez que te vi, mas me lembro perfeitamente de comentar com um amigo nosso que
você era lindo, não sei porque ele ficou tão espantado com isso. Você é
realmente lindo e qualquer uma poderia te dizer isso. Mas quanto tempo isso
faz? Uns 4/5 anos? Falando da sua beleza, ela não é daquelas em que se olha
duas vezes para ver se é verdade. Ela percebe-se em seus olhos e seu sorriso.
Como quando você vê alguém e acha bonito, mas depois que essa pessoa te olha
você acha ela simplesmente maravilhosa. Você é assim. Há uma coisa afrodisíaca
em você quando você mexe as sobrancelhas, uma dessas coisas que para mim é
totalmente irresistível. Você não tenta ser sexy, e talvez se tentasse não
seria tanto. Você tem aquele jeito aventureiro, de gostar de natureza. Você tem
aquilo de Pantera que eu acho bom, mas me ganhou de cara com Alceu Valença. E
você tem um pé de Hobbit lindo, o que pode parecer bobagem mas para mim é
importantíssimo. Mas o problema é justamente esse, eu te acho bonito demais. Eu
te acho tão assim, que talvez não saiba apreciar suas outras qualidades. Sabe
aquela história de "o problema não é com você, é comigo"? Se encaixa
perfeitamente. É que você é todo romântico, calmo, na sua, beira a fofura. E eu
sou sexualmente desesperada. Eu forço a barra eu sei. Mas, não é que eu esteja
velha demais para isso, a gente nunca está. Só não estou nessa vibe... Esperar,
ter calma, jogar, fazer charme, talvez me apaixonar. Não é isso que eu quero
nesse momento. Pareço uma louca quando estou conversando com você, eu sei.
Talvez até seja um pouco. Mas você e sua "val" filosofia hão de um dia
entender. Talvez um dia eu também aprenda como lidar com você, porque por
enquanto, nem ser sua amiga eu tenho conseguido. Você está cada vez mais
distante. Entendo essa sua atitude, se eu fosse como você e tivesse uma mulher
agindo como eu agi eu também reagiria assim. Não é que eu não consiga ser como
você. Eu já fui, umas poucas vezes. E sim, foi muito bom. Quando eu amo, eu
realmente amo muito. Mas eu não te amo, e não penso em te amar. Não sei porque,
não consigo nos ver como um casal. Tudo bem que seria lindo e eu teria muito
orgulho de você, mas será que você teria orgulho de mim? Será que você
aceitaria quem eu já fui? É que eu já fui bem má. Consigo me imaginar te
apresentando a todos meus amigos, e todos eles iriam adorar você, mas já posso
ver a sua cara de timidez misturada com ~ te odeio ~. Não sei porque, é assim
que eu imagino. Eu não abriria mão de todos que eu amo, mais uma vez. Enfim, cá
entre nós, eu não estou te esperando, eu até tentei, engraçado, não sei porque
fiz, mas fiz. Acontece que nunca consegui fazer isso por ninguém. Tenho essa
natureza impulsiva, não mudaria. Mas quando você estiver pronto, para me
conhecer de verdade e parar de me inventar, de tentar me entender, de me
prever, de ouvir outras pessoas que nunca conheceram e nem vão conhecer de mim
nada além do que qualquer um pode ver. Me procura. Eu sou legal. E eu sou até
fofa. E sei guardar segredos. Prometo tentar me desarmar. Só para você.
Marcela Lopes
Talvez não queiramos, mas sejamos, isso sim, instrumentos de algo mais forte que quer através de nós.
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