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terça-feira, 3 de junho de 2014

Antes era mais frequente, hoje, raramente, tenho essa súbita e incontrolável vontade de escrever para alguém. Sim, sempre é para alguém. Como negar que tem um pouco das minhas tantas paixões em cada palavra do que escrevo. Desde que você surgiu eu venho escrevendo para você em segredo. Coisas que um dia, talvez, eu deixe você ler. Coisas que nem sei se você leria. Claro, eu não sou o velho Bukowski, mas também sei falar de boêmia e sacanagem. Não me lembro qual foi a primeira vez que te vi, mas me lembro perfeitamente de comentar com um amigo nosso que você era lindo, não sei porque ele ficou tão espantado com isso. Você é realmente lindo e qualquer uma poderia te dizer isso. Mas quanto tempo isso faz? Uns 4/5 anos? Falando da sua beleza, ela não é daquelas em que se olha duas vezes para ver se é verdade. Ela percebe-se em seus olhos e seu sorriso. Como quando você vê alguém e acha bonito, mas depois que essa pessoa te olha você acha ela simplesmente maravilhosa. Você é assim. Há uma coisa afrodisíaca em você quando você mexe as sobrancelhas, uma dessas coisas que para mim é totalmente irresistível. Você não tenta ser sexy, e talvez se tentasse não seria tanto. Você tem aquele jeito aventureiro, de gostar de natureza. Você tem aquilo de Pantera que eu acho bom, mas me ganhou de cara com Alceu Valença. E você tem um pé de Hobbit lindo, o que pode parecer bobagem mas para mim é importantíssimo. Mas o problema é justamente esse, eu te acho bonito demais. Eu te acho tão assim, que talvez não saiba apreciar suas outras qualidades. Sabe aquela história de "o problema não é com você, é comigo"? Se encaixa perfeitamente. É que você é todo romântico, calmo, na sua, beira a fofura. E eu sou sexualmente desesperada. Eu forço a barra eu sei. Mas, não é que eu esteja velha demais para isso, a gente nunca está. Só não estou nessa vibe... Esperar, ter calma, jogar, fazer charme, talvez me apaixonar. Não é isso que eu quero nesse momento. Pareço uma louca quando estou conversando com você, eu sei. Talvez até seja um pouco. Mas você e sua "val" filosofia hão de um dia entender. Talvez um dia eu também aprenda como lidar com você, porque por enquanto, nem ser sua amiga eu tenho conseguido. Você está cada vez mais distante. Entendo essa sua atitude, se eu fosse como você e tivesse uma mulher agindo como eu agi eu também reagiria assim. Não é que eu não consiga ser como você. Eu já fui, umas poucas vezes. E sim, foi muito bom. Quando eu amo, eu realmente amo muito. Mas eu não te amo, e não penso em te amar. Não sei porque, não consigo nos ver como um casal. Tudo bem que seria lindo e eu teria muito orgulho de você, mas será que você teria orgulho de mim? Será que você aceitaria quem eu já fui? É que eu já fui bem má. Consigo me imaginar te apresentando a todos meus amigos, e todos eles iriam adorar você, mas já posso ver a sua cara de timidez misturada com ~ te odeio ~. Não sei porque, é assim que eu imagino. Eu não abriria mão de todos que eu amo, mais uma vez. Enfim, cá entre nós, eu não estou te esperando, eu até tentei, engraçado, não sei porque fiz, mas fiz. Acontece que nunca consegui fazer isso por ninguém. Tenho essa natureza impulsiva, não mudaria. Mas quando você estiver pronto, para me conhecer de verdade e parar de me inventar, de tentar me entender, de me prever, de ouvir outras pessoas que nunca conheceram e nem vão conhecer de mim nada além do que qualquer um pode ver. Me procura. Eu sou legal. E eu sou até fofa. E sei guardar segredos. Prometo tentar me desarmar. Só para você.

Marcela Lopes

Um comentário:

  1. Talvez não queiramos, mas sejamos, isso sim, instrumentos de algo mais forte que quer através de nós.
    GK

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